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Editorial

Pagamos o custo da inação diante das mudanças climáticas

 

editorial crise climática

A crise climática não é um problema do futuro: ela já está aqui e ameaça nossa sobrevivência

Editorial por Henrique Cortez.

As mudanças climáticas deixaram de ser uma previsão para se tornarem uma realidade inescapável. Secas extremas, ondas de calor sem precedentes, enchentes devastadoras e a perda acelerada de biodiversidade são apenas alguns dos sinais de um planeta em colapso.

No entanto, apesar da robustez dos alertas científicos e da crescente materialização dos impactos, a inação política e econômica persiste, ancorada em um modelo de desenvolvimento ultrapassado e destrutivo.

A ciência é clara ao apontar que as mudanças climáticas têm origem antropogênica e que o uso desenfreado de combustíveis fósseis, o desmatamento e a degradação ambiental são os principais motores desse processo.

Ainda assim, interesses econômicos e políticos continuam a postergar ações decisivas para a redução de emissões e a transição para uma economia de baixo carbono.

O negacionismo explícito pode ter perdido força, mas a negligência disfarçada em promessas vazias e metas longínquas é igualmente perigosa.

Os impactos já atingem comunidades vulneráveis com força desproporcional. Povos indígenas, populações ribeirinhas, moradores de periferias urbanas e agricultores familiares estão na linha de frente dessa crise, enfrentando perdas econômicas e riscos à sua sobrevivência.

Enquanto isso, países, empresas e uns poucos multibilionários, que mais contribuem para a crise, continuam a lucrar com a destruição ambiental, promovendo soluções ilusórias como a compensação de carbono e a geoengenharia climática, sem enfrentar a raiz do problema: a necessidade urgente de reduzir a exploração predatória dos recursos naturais.

O momento atual exige decisões políticas corajosas, e essas só virão com forte mobilização social. A pressão popular é um elemento essencial para frear os retrocessos e impulsionar políticas climáticas efetivas.

Governos devem ser cobrados por ações concretas, como a eliminação dos subsídios aos combustíveis fósseis, a adoção de metas ambiciosas de redução de emissões e a transição para um modelo energético sustentável. Empresas precisam ser responsabilizadas por seus impactos e induzidas a mudar suas práticas, não apenas por meio de incentivos, mas também por regulamentação rígida.

A crise climática não é um problema do futuro: ela já está aqui e ameaça nossa sobrevivência.

A escolha entre agir ou continuar na inércia definirá não apenas o destino das próximas gerações, mas também a viabilidade da vida no planeta.

A ciência já fez sua parte. Agora, cabe à sociedade transformar o conhecimento em ação.

Henrique Cortez, jornalista e ambientalista, editor do EcoDebate.

Referências:

O que significa ultrapassar 1,5°C de aquecimento global?

Enfrentamento da emergência climática exige ação coletiva

Aumento de 0,5°C no aquecimento pode triplicar área inabitável

Concentração de CO₂ supera limite de 1,5°C no aquecimento

2024 ‘gritou’ a urgência de ação climática global

2024 superou a marca de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, confirma o Observatório Copernicus

 

Cite:

CORTEZ, Henrique. Pagamos o custo da inação diante das mudanças climáticas: A crise climática não é um problema do futuro: ela já está aqui e ameaça nossa sobrevivência. EcoDebate, 2025. Disponível em: https://www.ecodebate.com.br/2025/02/17/pagamos-o-custo-da-inacao-diante-das-mudancas-climaticas/. Acesso em: 17 fev. 2025.

 

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