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Artigo

Um alerta para os riscos da desinformação climática

 

241120 fake clima

A desinformação climática, é uma forma grave e premeditada de distorção da verdade, pois quem a divulga sabe que está espalhando inverdades.

Reinaldo Dias

Articulista do EcoDebate, é Doutor em Ciências Sociais -Unicamp

Pesquisador associado do CPDI do IBRACHINA/IBRAWORK

Parque Tecnológico da Unicamp – Campinas – Brasil

http://lattes.cnpq.br/5937396816014363

reinaldias@gmail.com

 

Ao longo de 2024, a crise climática atingiu níveis de intensificação sem precedentes, manifestando-se em eventos extremos e desastres ambientais que afetaram milhões de pessoas em todo o mundo. O cenário evidencia uma crescente urgência na implementação de políticas efetivas para mitigação e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas. Entretanto, ao invés de um consenso global e ações coordenadas, observa-se uma proliferação preocupante de desinformação climática, dificultando o reconhecimento coletivo da gravidade da situação.

Nesse contexto, a eleição de Donald Trump para um segundo mandato na presidência dos Estados Unidos representa um marco de retrocesso, por ampliar o negacionismo climático e enfraquecendo os esforços internacionais em prol da sustentabilidade. Este artigo explora como a desinformação climática interage com o agravamento da crise ambiental e os desafios globais acrescidos pela nova administração norte-americana.

      1. Entendendo a desinformação climática e a divulgação de informações incorretas

O ano de 2024 marcou um agravamento da crise climática global, com recordes de temperatura e eventos extremos como secas, enchentes e furacões. Pela primeira vez, a média global de temperatura ultrapassou o aumento de 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais, intensificando os impactos ambientais.

No Brasil, catástrofes climáticas como as enchentes no Rio Grande do Sul e a severa seca no Norte afetaram milhões de pessoas, enquanto a Europa sofreu grandes enchentes agravadas pela infraestrutura inadequada. Esses eventos revelam a insuficiência das metas do Acordo de Paris diante da gravidade da crise. Simultaneamente, a desinformação climática cresce, desacreditando a ciência e dificultando a implementação de ações urgentes para conter o aquecimento global.

A desinformação climática, é uma forma grave e premeditada de distorção da verdade, pois quem a divulga sabe que está espalhando inverdades. Essa prática pode visar a defesa de interesses próprios em detrimento do bem comum. Táticas enganosas, como minar o consenso científico sobre as mudanças climáticas ou gerar dúvidas sobre a gravidade de seus efeitos, são exemplos típicos de desinformação (Sethi,2024).

A desinformação climática é uma estratégia deliberada, apoiada muitas vezes por setores econômicos e políticos que lucram com o uso intensivo de combustíveis fósseis (Luciano, 2022; Kuebler, 2024). Esse tipo de manipulação surgiu com força na década de 1980, quando empresas de petróleo como ExxonMobil e Chevron financiaram campanhas para desacreditar a ciência climática e reduzir o apoio público a ações contra as emissões de gases de efeito estufa (Kuebler, 2024; Gertrudix et al, 2024).

Por outro lado, a informação incorreta sobre o clima geralmente resulta de interpretações equivocadas, conclusões baseadas em dados incompletos ou mal interpretados. Pessoas podem, sem intenção de prejudicar, espalhar ideias erradas sobre a ciência climática; ainda que não haja intenção maliciosa, essas ideias acabam contribuindo para a circulação de dados imprecisos (Sethi,2024).

Essa prática envolve a aceitação parcial das mudanças climáticas, mas promove a ideia de que as ações necessárias são custosas, ineficazes ou podem esperar, postergando a implementação de medidas urgentes (Sethi, 2024). A divulgação de informações incorretas ou incompletas de forma intencional é uma tática adotada pelos negacionistas devido à intensidade das evidências diante do aumento dos eventos extremos.

É uma tática que visa enfraquecer a percepção de urgência, redireciona a responsabilidade para o indivíduo e propõe soluções superficiais em vez de ações estruturais, contribuindo para a perpetuação de sistemas insustentáveis. Grandes corporações, como a BP (British Petroleum), adotaram essa abordagem ao lançar ferramentas como a calculadora de pegada de carbono pessoal, desviando a atenção de suas próprias emissões (Sordi, 2024; Ramirez, 2024).

      1. O impacto de Trump na disseminação da desinformação climática

A eleição recente de Donald Trump em 2024 intensifica esse cenário de desinformação, promovendo um retrocesso nas políticas de combate às mudanças climáticas e impulsionando narrativas que desacreditam a urgência de ações ambientais (Garcia & Rei, 2024). Nesse contexto, muitos especialistas alertam para uma nova onda de desinformação que poderá comprometer ainda mais os esforços globais em prol da sustentabilidade (Deutsch Welle,2024; Milman & Niranjan, 2024)

Em 2016, Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos, exibindo um claro posicionamento negacionista em relação ao aquecimento global. Antes mesmo de assumir o cargo, rejeitou evidências científicas e tentou desacreditar o consenso internacional sobre mudanças climáticas. Durante sua campanha, prometeu e cumpriu a retirada dos EUA do Acordo de Paris, prejudicando os esforços globais de combate ao aquecimento. Além disso, indicou céticos do clima e figuras da indústria de combustíveis fósseis para posições-chave no governo, reforçando seu apoio a setores que minimizam os riscos climáticos e promovem um discurso contrário às políticas climáticas baseadas em dados científicos (Dias, 2016).

Nada faz supor que agora, eleito em 2024 para um segundo mandato, fará algo diferente. Na realidade evidências indicam que será pior, pois ao longo da campanha expôs toda a sua plataforma de desinformação climática trazendo à tona uma retórica negacionista mais incisiva.

Durante sua campanha, ele declarou que a crise climática é “um dos maiores golpes de todos os tempos” e prometeu não só retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris, mas também investir em combustíveis fósseis e revogar políticas de transição para energias limpas (The Guardian, 2024; Garcia & Rei, 2024).

A amplificação dessa retórica gera impactos globais, pois o apoio de uma das maiores economias mundiais à produção de petróleo e gás reforça a ideia de que a crise climática é exagerada e que as ações para mitigá-la são desnecessárias.

Essa postura, somada às declarações absurdas, como a afirmação de que o aumento do nível do mar “criará mais propriedades à beira-mar”, ou de que a energia eólica é “besteira, é horrível” banaliza a crise e alimenta teorias conspiratórias (Deutch Welle, 2024).

Além disso Trump promove o conceito de “drill, baby, drill” (perfure, baby, perfure), incentivando a exploração de petróleo e gás e prometendo reduzir o custo da energia por meio de práticas ambientais insustentáveis (Ripple et al., 2024).

Trump ainda sinalizou que abrirá o Ártico, no Alasca, para perfuração de petróleo e gás, que além de ir na contramão do combate ao aquecimento global, causará problemas numa região, praticamente, ainda intocada.

Esses comentários impactam a percepção pública sobre a realidade e a urgência das mudanças climáticas, gerando confusão e minando o apoio a políticas climáticas globais (Milman & Niranjan, 2024). Além disso, gera um ambiente de polarização e descrença que intensifica a alienação em relação ao consenso científico e reduz o apoio popular às medidas contra as mudanças climáticas.

      1. Desinformação climática e percepção pública

O impacto da desinformação não é apenas simbólico, mas estrutural. Altera a percepção pública sobre a gravidade da crise ambiental e gera resistência contra políticas sustentáveis (Lewandowsky, 2021; Spampatti et al., 2024).

Em 2024, o relatório do Painel Intergovernamental para a Mudança de Clima (IPCC) reafirmou que a desinformação prejudica a aceitação pública das mudanças climáticas, diminuindo a confiança no consenso científico e retardando as ações essenciais para conter a crise (ONU-Brasil, 2024).

A manipulação da opinião pública é uma das armas mais potentes da desinformação climática, pois altera a percepção pública, tornando-se um obstáculo direto para a implementação de políticas sustentáveis (WEF, 2024). Segundo Lewandowsky (2021), as narrativas de desinformação exploram vulnerabilidades cognitivas, influenciando pessoas a questionarem o consenso científico e reduzindo o apoio popular a medidas contra o aquecimento global.

Em 2024, a Climate Action Against Disinformation (CAAD) registrou um aumento na circulação de conteúdos negacionistas em redes sociais, destacando-se teorias que afirmam que as ações para reduzir as emissões são custosas demais e, portanto, inviáveis (CAAD, 2024; Sordi, 2024). Esse tipo de manipulação retarda a aceitação de soluções climáticas, contribuindo para a perpetuação de práticas insustentáveis.

A desinformação climática, amplamente difundida no YouTube e outras plataformas, adapta-se ao público jovem, desacreditando soluções como a energia renovável e minimizando a importância da ciência climática (Ramirez, 2024).

A falta de regulamentação sobre a propagação desses conteúdos permite que influenciadores, muitas vezes financiados por setores interessados na manutenção do status quo, espalhem informações falsas e amplifiquem discursos negacionistas.

      1. O caso das enchentes no Rio Grande do Sul e o papel da desinformação climática

As enchentes no Rio Grande do Sul, em 2024, destacaram de maneira trágica a interseção entre a crise climática e a desinformação. Após semanas de chuvas intensas, mais de 400 municípios foram afetados por alagamentos que deixaram milhares de desabrigados e causaram prejuízos imensos. Entretanto, junto com a tragédia, emergiu uma onda de desinformação que buscava desviar a atenção da relação entre a crise e as mudanças climáticas (NetLab, 2024).

Um relatório do Instituto Democracia em Xeque (Chiodi et al., 2024) revelou que, entre 7 e 13 de maio, as inundações no Rio Grande do Sul geraram 7,7 milhões de postagens nas redes sociais, das quais 4,3 milhões (56%) continham desinformação.

As principais narrativas incluíam teorias da conspiração, negacionismo climático e discursos polarizadores. O estudo apontou que 75% desses conteúdos desinformativos foram disseminados por grupos da extrema direita.

Esse tipo de desinformação não apenas distrai a população dos verdadeiros fatores climáticos, mas também dificulta a execução de ações de socorro, criando confusão e reduzindo a credibilidade das intervenções necessárias.

      1. Estratégias para combater a desinformação: resistir e persistir

O ano de 2024 destaca-se pela convergência de uma crise climática acelerada e a crescente influência da desinformação. Eventos climáticos extremos tornaram-se mais frequentes e intensos, afetando diretamente a saúde, segurança alimentar e qualidade de vida de milhões de pessoas (Ripple et al., 2024; ONU-Brasil, 2024). Além dos impactos ambientais diretos, a desinformação climática gera efeitos sociais profundos, dificultando a formação de um consenso global e atrasando a implementação de políticas necessárias para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Esse cenário é particularmente preocupante, pois a janela de oportunidade para evitar o ponto de não retorno na crise climática está se estreitando. Cientistas estimam que, se o aquecimento global não for limitado a 1,5°C, as consequências podem se tornar irreversíveis, com impactos catastróficos para ecossistemas e sociedades humanas (Ripple et al., 2024; Lynas et al., 2021). No entanto, a desinformação, ao promover teorias infundadas e questionar a eficácia de ações climáticas, impede que governos e cidadãos reconheçam a urgência da situação.

Para mitigar o avanço da desinformação climática, é essencial que governos, plataformas digitais e organizações da sociedade civil adotem estratégias robustas de conscientização e combate às informações falsas. Iniciativas como a Climate Action Against Disinformation (CAAD) buscam pressionar plataformas como YouTube e X (anteriormente Twitter) a remover conteúdos negacionistas e implementar políticas de verificação de fatos (Harvey, 2024). Esse esforço é fundamental para reduzir a propagação de narrativas que retardam a conscientização pública e o apoio às políticas climáticas.

Além disso, a educação ambiental desempenha um papel fundamental. Iniciativas que promovam a alfabetização climática, com foco no entendimento das causas e consequências das mudanças climáticas, são essenciais para criar uma geração informada e resistente à desinformação. A ONU destaca que a inclusão da temática climática em currículos de ensino pode capacitar jovens e adultos a entenderem a gravidade da crise e a necessidade de soluções globais (ONU-Brasil, 2024).

Em relação à perspectiva de aumento da desinformação climática com a eleição de Trump, o Greenpeace enviou carta a seus funcionários ao redor do mundo, com o título: Resistir e Persistir. Nesse documento a organização expressa uma posição firme e resiliente diante da eleição de Donald Trump, destacando as implicações globais e os desafios que isso traz para a justiça ambiental e climática, além dos potenciais retrocessos nas políticas ambientais.

A mensagem enfatiza a necessidade de resistir à ganância corporativa e aos ataques a defensores ambientais e comunidades marginalizadas. Além disso, reforça o compromisso com a promoção de energia limpa como um caminho seguro e econômico. A carta incentiva os funcionários a manter a esperança e a coragem, destacando a força da organização em sua rede global e em seu propósito inabalável de proteger o planeta, motivando-os a seguir unidos na missão ambiental e na defesa de um futuro sustentável (Christensen & Raman, 2024).

Um outro movimento de resistência em meio à perspectiva de aumento do negacionismo com o governo Trump, é o lançamento durante a cúpula do G20 de um “Fundo para combate à desinformação climática” iniciativa do governo brasileiro em parceria com a ONU e a Unesco.

Denominado oficialmente de Iniciativa global para a integridade da informação sobre mudança climática, deverá direcionar recursos para pesquisas sobre desinformação, bem como campanhas de esclarecimento e ações diplomáticas (G20; Campos Mello, 2024).

O avanço da crise climática em 2024, combinado à intensificação da desinformação climática, expõe uma das maiores ameaças contemporâneas à governança ambiental global. A eleição de Donald Trump reforça discursos negacionistas que não apenas desacreditam a ciência, mas também comprometem os esforços coletivos necessários para mitigar o aquecimento global.

Nesse cenário de polarização e retrocessos, torna-se urgente resistir à desinformação por meio de estratégias robustas, que incluem educação ambiental, regulamentação de plataformas digitais e iniciativas globais de combate às narrativas falsas.

Apenas com uma ação coordenada e informada será possível enfrentar os desafios impostos pela crise climática e garantir um futuro sustentável para as próximas gerações.

Referências

Campos Mello, P. (2024, 14 nov) Brasil e ONU vão lançar fundo de combate a desinformação climática. Folha de São Paulo, caderno Mundo, p. A41.

Chiodi, Alexsander; Capone, Letícia; Costa, Andressa; Mannheimer, Vivian; Homma, Luana; Pecoraro, Caroline; Borges, Tiago; Abrantes, Natália (2024). Narrativa e desinformação no contexto da crise climática do Rio Grande do Sul #2. 22/05/2024. Instituto Democracia em Xeque. https://institutodx.org/publicacoes/narrativas-e-desinformacao-no-contexto-da-crise-climatica-do-rio-grande-do-sul-2/

Christensen,M & Raman, S. (2024) Resist and persist. Greenpeace. https://www.greenpeace.org/aotearoa/story/resist-and-persist/

Climate Action Against Desinformation-CAAD (2024) Misinformation and disinformation are major threats to climate action. https://caad.info/what-is-misinformation-disinformation/

Deutsch Welle (2024) O que representa a vitória de Trump para desafios climáticos. https://www.dw.com/pt-br/o-que-representa-a-vit%C3%B3ria-de-trump-para-os-desafios-clim%C3%A1ticos/a-70714905

Dias, R. (2016) Trump, negacionismo e o aquecimento global. EcoDebate. https://www.ecodebate.com.br/2016/11/24/trump-negacionismo-e-o-aquecimento-global-artigo-de-reinaldo-dias/

G20 (2024) Brasil anuncia iniciativa global para a integridade da informação sobre mudanças climáticas. https://www.g20.org/pt-br/noticias/brasil-anuncia-iniciativa-global-para-a-integridade-da-informacao-sobre-mudancas-climaticas

Garcia, Mariana. & Rei, Silvana (2024) Acordo de Paris e emissão de combustíveis fósseis: como a vitória de Trump impacta no meio ambiente. G1Globo-Meio Ambiente. https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2024/11/06/acordo-de-paris-e-emissao-de-combustiveis-fosseis-como-a-vitoria-de-trump-impacta-no-meio-ambiente.ghtml

Gertrudix, M., Carbonell-Alcocer, A., Arcos, R., Arribas, C. M., Codesido-Linares, V., & Benítez-Aranda, N. (2024). Disinformation as an obstructionist strategy in climate change mitigation: a review of the scientific literature for a systemic understanding of the phenomenon. Open Research Europe, 4, 169. https://open-research-europe.ec.europa.eu/articles/4-169

Harvey, Fiona (2024) Massive disinformation campaign’ is slowing global transition to green energy. The Guardian. https://www.theguardian.com/environment/article/2024/aug/08/fossil-fuel-industry-using-disinformation-campaign-to-slow-green-transition-says-un

Kuebler, Martin (2024) What is climate misinformation, and why does it matter? Deutsh Welle. https://www.dw.com/en/what-is-climate-misinformation-and-why-does-it-matter/a-68025967

Lewandowsky, S. (2021). Climate change disinformation and how to combat it. Annual Review of Public Health42(1), 1-21. https://doi.org/10.1146/annurev-publhealth-090419-102409

Luciano, Antoniele (2022) Desinformação climática: saiba o que é e quais as consequências do problema. Ecoa/Uol. https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2022/05/28/desinformacao-climatica-saiba-o-que-e-e-quais-as-suas-consequencias.htm

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Milman, O. & Niranjan,A.(2024) A wrecking ball’: experts warn Trump’s win sets back global climate action. The Guardian. https://www.theguardian.com/us-news/2024/nov/06/trump-climate-change-environment-threat

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Ramirez, Rachel (2024) What is ‘new denial?’ An alarming wave of climate misinformation is spreading on YouTube, watchdog says. CNN. https://edition.cnn.com/2024/01/16/climate/climate-denial-misinformation-youtube/index.html

Ripple, W. J., Wolf, C., Gregg, J. W., Rockström, J., Mann, M. E., Oreskes, N., … & Crowther, T. W. (2024). The 2024 state of the climate report: Perilous times on planet Earth. BioScience, biae087.https://doi.org/10.1093/biosci/biae087

Sethi,P. (2024) What are climate misinformation and disinformation and what is their impact? London School Economics and Political Science. https://www.lse.ac.uk/granthaminstitute/explainers/what-are-climate-misinformation-and-disinformation/

Sordi, Jaqueline (2024) Como se espalham as fake News do clima que prejudicam até a ajuda ao Rio Grande Do Sul. https://sumauma.com/en/como-se-espalham-as-fake-news-do-clima-que-prejudicam-ate-a-ajuda-ao-rio-grande-do-sul/

Spampatti, T., Hahnel, U.J.J., Trutnevyte, E. et al. Psychological inoculation strategies to fight climate disinformation across 12 countries. Nature Human Behavior 8, 380–398 (2024). https://doi.org/10.1038/s41562-023-01736-0

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United Nations (2023) Tackling climate mis/disinformation: ‘An urgent frontier for action’. https://news.un.org/en/story/2023/10/1142972

World Economic Forum- WEF (2024). Global Risks Report 2024. https://www.weforum.org/publications/global-risks-report-2024/

 
in EcoDebate, ISSN 2446-9394
 

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