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Notícia

Guia de Estudo: Ameaças à saúde humana pela mudança climática

 

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Introdução

O relatório “Lancet Countdown on Health and Climate Change” de 2024, apresentado pela revista científica The Lancet, destaca o impacto crescente das mudanças climáticas na saúde humana.

O documento revela que as ameaças à saúde, relacionadas ao clima, estão atingindo níveis recordes, com eventos climáticos extremos como ondas de calor, secas e inundações intensificando-se, afetando milhões de pessoas em todo o mundo.

O relatório também ressalta que a indústria de combustíveis fósseis continua a ser um grande contribuinte para a crise climática, com investimentos exorbitantes em combustíveis fósseis impedindo a transição para energias renováveis e prejudicando a saúde da população.

Artigo de referência e fonte recomendada para compreensão do tema: “Aumentam as ameaças à saúde humana pela mudança climática”, https://www.ecodebate.com.br/2024/10/31/aumentam-as-ameacas-a-saude-humana-pela-mudanca-climatica/

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As maiores ameaças à saúde humana, decorrentes das mudanças climáticas, segundo o relatório da Lancet Countdown on Health and Climate Change.

O relatório da Lancet Countdown on Health and Climate Change de 2024 destaca diversas ameaças à saúde humana, decorrentes das mudanças climáticas, atingindo níveis recordes e impactando pessoas em todos os países.

O relatório aponta para a necessidade urgente de redirecionar os trilhões de dólares investidos em combustíveis fósseis para a proteção da saúde e da vida das pessoas.

As principais ameaças à saúde, segundo o relatório, são:

● Aumento das mortes relacionadas ao calor: Em 2023, houve um aumento recorde de 167% nas mortes relacionadas ao calor em pessoas com mais de 65 anos em comparação com a década de 1990. Esse aumento é significativamente maior do que o esperado apenas pelo crescimento demográfico, evidenciando o impacto do aquecimento global.

● Exposição a altas temperaturas: As pessoas foram expostas a uma média recorde de 1.512 horas de altas temperaturas em 2023, aumentando o risco de estresse térmico durante atividades físicas leves.

● Perda de horas de trabalho: O aumento das temperaturas resultou em 512 bilhões de horas de trabalho perdidas globalmente em 2023, representando perdas de renda potencial de US$ 835 bilhões.

● Insegurança alimentar: Ondas de calor e secas mais frequentes levaram a um aumento de 151 milhões de pessoas com insegurança alimentar moderada a grave em 124 países em 2022.

● Eventos climáticos extremos: 61% da área terrestre global experimentou um aumento em eventos de precipitação extrema na última década, elevando o risco de inundações, doenças infecciosas e contaminação da água.

● Propagação de doenças infecciosas: A adequação climática para a disseminação de doenças transmitidas por mosquitos, como a dengue, aumentou significativamente na última década.

● Impactos nas comunidades desfavorecidas: As comunidades desfavorecidas em países com recursos limitados são as mais afetadas pelos impactos das mudanças climáticas, com menos acesso a proteções financeiras e tecnológicas.

O relatório enfatiza que:

● Nenhum indivíduo ou economia está imune às ameaças à saúde das mudanças climáticas.

● A expansão dos combustíveis fósseis agrava os impactos na saúde.

● Os investimentos em combustíveis fósseis representam uma ameaça à saúde e à economia global.

● É crucial redirecionar o financiamento para ações que beneficiem a saúde das pessoas.

Medidas para proteger a saúde humana e o futuro do planeta

Para proteger a saúde humana e o futuro do planeta diante das mudanças climáticas, o relatório da The Lancet Countdown on Health and Climate Change de 2024 pede uma transformação global dos sistemas financeiros, priorizando ações que beneficiem a saúde em vez de prejudicá-la.

O relatório destaca a necessidade urgente de redirecionar os trilhões de dólares gastos em combustíveis fósseis para investimentos em energia renovável limpa e outras atividades que promovam a saúde e o bem-estar.

O relatório da Lancet aponta recordes preocupantes em indicadores de ameaças à saúde relacionadas ao clima.

Em 2023, a exposição a temperaturas de risco à saúde aumentou, a seca extrema afetou grande parte do planeta e a insegurança alimentar se intensificou. As mortes relacionadas ao calor também atingiram níveis alarmantes, especialmente entre pessoas mais velhas, evidenciando as desigualdades existentes.

As ações recomendadas incluem:

● Eliminar gradualmente os combustíveis fósseis: Reduzir o investimento em combustíveis fósseis e redirecionar esses recursos para energias renováveis é crucial para mitigar as mudanças climáticas e seus impactos na saúde.

● Fortalecer os sistemas de saúde: É fundamental investir em sistemas de saúde resilientes e adaptáveis para proteger as populações dos impactos das mudanças climáticas, como ondas de calor, doenças infecciosas e desnutrição.

● Promover a adaptação climática: Implementar medidas de adaptação, como sistemas de alerta precoce para eventos climáticos extremos e infraestrutura resiliente ao clima, é essencial para minimizar os impactos na saúde.

● Priorizar a saúde nas políticas climáticas: Integrar a saúde como um elemento central nas políticas de mudança climática garante que as decisões levem em consideração o bem-estar humano e maximizem os benefícios para a saúde.

● Aumentar o financiamento climático: É crucial mobilizar recursos financeiros para apoiar os países em desenvolvimento na implementação de ações climáticas e na adaptação aos impactos das mudanças climáticas.

● Engajamento da comunidade global: É essencial o engajamento de indivíduos, empresas, cientistas e organizações internacionais para impulsionar a ação climática e garantir um futuro saudável e sustentável.

O relatório da Lancet enfatiza que a inação climática tem custos humanos e financeiros inaceitáveis, e que a transição para uma economia de baixo carbono oferece oportunidades significativas para melhorar a saúde e o bem-estar global.

Guia de Estudo

Questionário

Responda às seguintes perguntas em 2-3 frases cada:

  1. Quais são os principais indicadores que demonstram o aumento das ameaças à saúde humana devido à mudança climática, de acordo com o relatório Lancet Countdown?

  2. Como os investimentos em combustíveis fósseis impactam negativamente a saúde humana e o meio ambiente?

  3. De que forma a seca extrema e as ondas de calor contribuem para a insegurança alimentar global?

  4. Qual é o impacto do aumento das temperaturas na produtividade do trabalho, segundo o relatório?

  5. Cite dois exemplos de como a mudança climática facilita a disseminação de doenças infecciosas.

  6. Qual a crítica feita no relatório em relação aos subsídios governamentais para a indústria de combustíveis fósseis?

  7. Apesar do cenário preocupante, o relatório aponta alguns avanços em relação à ação climática. Cite dois exemplos.

  8. Qual a relação entre o desmatamento e o aumento das emissões de gases de efeito estufa?

  9. De acordo com o relatório, como a comunidade global pode transformar os sistemas financeiros para promover um futuro mais sustentável e saudável?

  10. Qual a mensagem principal do Secretário-Geral da ONU, António Guterres, em relação ao relatório Lancet Countdown?

Gabarito

  1. O relatório Lancet Countdown destaca 15 indicadores, sendo que 10 atingiram níveis recordes, incluindo o aumento de dias com temperaturas de risco à saúde, a expansão da seca extrema, a intensificação da insegurança alimentar e a perda de horas de trabalho devido ao calor.

  2. Os investimentos em combustíveis fósseis perpetuam a dependência em fontes de energia poluentes, agravando as emissões de gases de efeito estufa e os impactos na saúde, além de desviar recursos que poderiam ser direcionados para energias renováveis e ações de mitigação e adaptação.

  3. A seca extrema e as ondas de calor prejudicam a produção agrícola, levando à escassez de alimentos e ao aumento da insegurança alimentar, especialmente em regiões já vulneráveis.

  4. O aumento das temperaturas, especialmente as ondas de calor, reduz a capacidade de trabalho ao ar livre, resultando na perda de bilhões de horas de trabalho globalmente e impactando a economia, especialmente em países de baixa e média renda.

  5. A mudança climática expande as áreas propícias à proliferação de mosquitos transmissores de doenças como dengue e malária, e também aumenta o risco de contaminação da água por enchentes, o que pode levar à disseminação de doenças como cólera.

  6. O relatório critica os subsídios governamentais à indústria de combustíveis fósseis, que atingem trilhões de dólares, por financiarem atividades prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, enquanto recursos para ações climáticas e saúde pública são escassos.

  7. O relatório destaca a redução das mortes por poluição do ar proveniente de combustíveis fósseis e o aumento da participação de energias renováveis na matriz energética global como avanços positivos, demonstrando o potencial de ações climáticas eficazes.

  8. O desmatamento contribui para o aumento das emissões de gases de efeito estufa ao reduzir a capacidade de absorção de carbono pelas florestas, agravando as mudanças climáticas e seus impactos na saúde.

  9. O relatório defende a necessidade de uma transformação global dos sistemas financeiros, redirecionando investimentos de combustíveis fósseis para energias renováveis e ações de adaptação climática, com foco na saúde e no bem-estar das populações.

  10. António Guterres destaca a urgência de combater a inação climática, reduzindo emissões, protegendo as pessoas dos eventos climáticos extremos e abandonando os combustíveis fósseis para garantir um futuro mais justo, seguro e saudável para todos.

Sugestões de Questões Dissertativas

  1. Analise como as mudanças climáticas impactam a saúde humana, abordando os efeitos diretos e indiretos, e discuta as implicações para a saúde pública global.

  2. Explique a relação entre o investimento em combustíveis fósseis e as ameaças à saúde humana. Discuta também alternativas para redirecionar esses investimentos para um futuro mais sustentável.

  3. Como as mudanças climáticas contribuem para a desigualdade social e impactam a saúde das populações mais vulneráveis? Discuta as implicações éticas e os desafios para garantir a justiça climática.

  4. Avalie a resposta global aos desafios das mudanças climáticas, considerando os avanços e as lacunas na implementação de políticas de mitigação e adaptação.

  5. Discuta o papel da comunidade médica e dos profissionais de saúde na conscientização sobre os impactos das mudanças climáticas na saúde e na promoção de ações para um futuro mais sustentável.

Glossário de Termos-Chave

Mudança Climática: Alterações de longo prazo nos padrões climáticos globais, principalmente devido à emissão de gases de efeito estufa causada por atividades humanas.

Combustíveis Fósseis: Fontes de energia não renováveis, como carvão, petróleo e gás natural, formadas pela decomposição de matéria orgânica ao longo de milhões de anos.

Emissões de Gases de Efeito Estufa: Liberação de gases na atmosfera, como dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), que retêm calor e contribuem para o aquecimento global.

Energias Renováveis: Fontes de energia derivadas de recursos naturais que se regeneram, como solar, eólica, hidrelétrica, biomassa e geotérmica.

Insegurança Alimentar: Falta de acesso regular a alimentos suficientes e nutritivos para uma vida saudável e ativa.

Desmatamento: Remoção de florestas para fins diversos, como agricultura, pecuária, exploração madeireira e urbanização.

Saúde Pública: Ciência e prática de proteger e melhorar a saúde das comunidades por meio de educação, promoção de estilos de vida saudáveis e prevenção de doenças.

Justiça Climática: Conceito que reconhece que os impactos das mudanças climáticas afetam desproporcionalmente as populações mais vulneráveis e defende ações para garantir a equidade na distribuição dos custos e benefícios das políticas climáticas.

COP (Conferência das Partes): Reunião anual das nações que assinaram a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) para discutir e negociar ações para combater as mudanças climáticas.

Acordo de Paris: Acordo internacional firmado em 2015 com o objetivo de limitar o aquecimento global a bem abaixo de 2 graus Celsius, preferencialmente a 1,5 grau Celsius, em relação aos níveis pré-industriais.

Fundo de Perdas e Danos: Mecanismo financeiro criado para auxiliar países em desenvolvimento a lidar com as perdas e danos resultantes dos impactos das mudanças climáticas.

Transição Energética: Processo de mudança de uma economia baseada em combustíveis fósseis para uma economia de baixo carbono, com foco em energias renováveis e eficiência energética.

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394

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