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Os países mais populosos não são os mais vitoriosos nas Olimpíadas de Paris

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Artigo de José Eustáquio Diniz Alves

O tamanho da população não foi decisivo no desempenho dos países nas Olimpíadas de Paris, em 2024. Nações pequenas tiveram participação excelente.

A tabela abaixo mostra os países mais populosos do mundo, ordenados pelo número de habitantes (primeira coluna), e a correspondente posição no quadro de medalhas olímpicas (última coluna).

A Índia é a nação número 1 no ranking dos países mais populosos do mundo, pois ultrapassou a China recentemente. Todavia, mesmo com 1,45 bilhão de habitantes em 2024 (mais do que toda a população das Américas), a Índia não conseguiu conquistar qualquer medalha de ouro. A Índia ficou em 71º lugar no quadro olímpico, com 6 medalhas, sendo apenas uma de prata e 5 de bronze.

A China, o segundo país mais populoso do mundo, com 1,42 bilhão de habitantes em 2024, disputou prova a prova o topo do quadro de medalhas com os Estados Unidos da América (EUA). No cômputo final, a China ficou em 2º lugar, com 40 medalhas de ouro, 27 de prata, 24 de bronze e um total de 91 medalhas.

Os EUA, o terceiro país mais populoso, com 345 milhões de habitantes em 2024, lideraram a disputa do quadro geral de medalhas, fechando os jogos com 126 medalhas, sendo 40 de ouro, 44 de prata e 42 de bronze. A disputa pelas medalhas de ouro foi acirrada com a China e terminou em empate. Mas o contraste com a Índia foi marcante, pois com uma população 4 vezes menor do que a indiana os EUA conseguiram um número de medalhas significativamente maior.

A Indonésia é o 4º país mais populoso do mundo, com 283 milhões de habitantes em 2024, porém ficou em 33º lugar no quadro geral das Olimpíadas, com 3 medalhas no total, sendo 2 medalhas de ouro e 1 medalha de bronze. O desempenho da Indonésia ficou abaixo de muitos países menores, mas ficou acima do desempenho da Índia.

O Paquistão é o 5º país mais populoso, com 251 milhões de habitantes, mas ficou em 62º lugar no quadro olímpico, com uma e única medalha de ouro. Existe muita rivalidade entre o Paquistão e a Índia. O Paquistão obteve menos medalhas, mas ficou mais bem posicionado, pois conquistou a medalha mais valorizada.

A Nigéria com 233 milhões de habitantes em 2024 e Bangladesh com 174 milhões de habitantes ocupam o 6º e o 8º lugar no ranking dos países mais populosos do mundo, mas não conquistaram nenhuma medalha, ficando no grupo dos países que saíram de mãos vazias. O 92º lugar do quadro de medalhas é atribuído a todos os países que saíram com zero medalhas.

O Brasil ocupa o 7º lugar entre os países mais populosos do mundo (com 212 milhões de habitantes em 2024) e ficou no 20º lugar no quadro de medalhas das Olimpíadas, obtendo 20 medalhas no total, sendo 3 de ouro, 7 de prata e 10 de bronze. O Brasil foi o país mais bem posicionado no quadro de medalhas da América Latina, com o destaque que 60% das 20 medalhas foram conquistadas pelas mulheres que, inclusive, ganharam todas as 3 medalhas de ouro.

países mais populosos e desempenho nas olimpíadas

 

Diversos países muito populosos saíram das Olimpíadas sem conquistar qualquer medalha e ficaram no 92º lugar. Além de Nigéria e Bangladesh, ficaram sem medalhas a República Democrática do Congo, Vietnã, Tanzânia, Mianmar, Sudão, Iraque, Afeganistão, Iêmen e Angola. Em contraste, a pequena ilha de Santa Lúcia, no Caribe, com apenas 180 mil habitantes conquistou 1 medalha de ouro e 1 medalha de prata, ficando em 55º lugar no quadro de medalhas.

O México é o segundo país mais populoso da América Latina, com 131 milhões de habitantes em 2024, obteve 5 medalhas no total, mas não conquistou nenhuma medalha de ouro e ficou em 65º lugar no quadro de medalhas, ficando atrás da Jamaica que tem apenas 2,8 milhões de habitantes e ficou em 44º lugar no quadro de medalhas. Ficou atrás também de Santa Lúcia.

O Quênia é o 26º país mais populoso do mundo, com 56 milhões de habitantes em 2024 e embora seja uma nação de baixa renda, conquistou 4 medalhas de ouro, 2 de prata e 5 de bronze (10 medalhas no total) e ficou em 17º lugar no quadro de medalhas, à frente da participação brasileira.

A Ucrânia com 38 milhões de habitantes, mesmo passando por uma guerra sangrenta, desde a invasão Russa em 2022, conseguiu uma posição logo atrás do Brasil, obtendo 3 medalhas de ouro, 5 medalhas de prata e 4 medalhas de bronze, ficando em 22º lugar no quadro geral.

A Arábia Saudita tem uma população de 38 milhões de habitantes, pertence ao G20 (grupo das economias mais avançadas do mundo) e tem uma elevada renda per capita. Porém, a despeito do tamanho significativo da população e de ser um país rico, os sauditas passaram as Olimpíadas em branco e não levaram nenhuma medalha para casa.

A parte de baixo da tabela mostra alguns países com baixo número de habitantes, mas alto número de medalhas conquistadas. A Austrália, que é o 54º país mais populoso, com apenas 26,7 milhões de pessoas ficou em 4º lugar no quadro geral de medalhas, com 18 de ouro, 19 de prata, 16 de bronze e 53 medalhas no total.

A Holanda com 26,7 milhões de habitantes também teve um desempenho marcante, conquistando 34 medalhas e ficando em 6º lugar no quadro olímpico. A Suécia, com 10,6 milhões de habitantes, a Hungria com 9,7 milhões, a Noruega com 5,6 milhões e a Irlanda com 5,3 milhões de habitantes ficaram à frente do Brasil.

A Nova Zelândia com somente 5,2 milhões de habitantes (menos do que a cidade do Rio de Janeiro) conquistou 10 medalhas de ouro, 7 medalhas de prata e 3 medalhas de bronze, obtendo 20 medalhas no total (igual ao número obtido pelo Brasil) e ficando em 11º lugar.

Por fim, cabe destacar que os jogos de Paris foram as Olimpíadas mais femininas da história, quase atingindo a paridade de gênero.

Pelos números finais divulgados no site oficial dos Jogos Olímpicos, participaram desta edição 5.655 homens e 5.455 mulheres.

No caso da participação brasileira, a predominância das mulheres foi inquestionável, tanto no número de atletas quanto nos resultados.

jogos de Paris foram as Olimpíadas mais femininas da história

José Eustáquio Diniz Alves
Doutor em demografia, link do CV Lattes:
http://lattes.cnpq.br/2003298427606382

Referências:

ALVES, JED. As mulheres nas Olimpíadas do Rio 2016, Ecodebate, 19/08/2016
https://www.ecodebate.com.br/2016/08/19/as-mulheres-nas-olimpiadas-do-rio-2016-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/

ALVES, JED. As Olimpíadas mais femininas da história, Ecodebate, 13/08/2012
http://www.ecodebate.com.br/2012/08/13/as-olimpiadas-mais-femininas-da-historia-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/

 

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in EcoDebate, ISSN 2446-9394

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