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Aquecimento do permafrost acelera as mudanças climáticas

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Estudos revelam que o aquecimento do permafrost ártico acelera a respiração do ecossistema, impactando as metas climáticas globais do Acordo de Paris.

 

Um novo conjunto de estudos científicos lança luz sobre os processos biológicos que ocorrem na tundra ártica aquecida, revelando informações críticas sobre como essa região responde ao aumento das temperaturas globais.

Os ecossistemas do permafrost circumpolar norte, que armazenam cerca de um terço do carbono orgânico do solo do mundo, estão aquecendo de três a quatro vezes mais rápido do que o restante do planeta.

Esse aquecimento acelerado está intensificando o ciclo de carbono, resultando em um aumento significativo na respiração do ecossistema.

Os pesquisadores alertam que, embora as atividades humanas permaneçam como o principal contribuinte para as emissões de gases de efeito estufa, as emissões adicionais provenientes do permafrost do Ártico podem acelerar as mudanças climáticas futuras em 10% a 20%, um impacto comparável ao de uma grande nação industrializada até 2100.

Essas emissões não são devidamente contabilizadas nas metas estabelecidas pelo Acordo de Paris, exigindo cortes de emissões de carbono ainda mais ambiciosos para cumprir as metas de temperatura acordadas.

Um estudo publicado na Nature Climate Change analisou várias décadas de dados anuais de fluxo de dióxido de carbono de ecossistemas de permafrost e não permafrost, descobrindo que os ecossistemas de permafrost perdem mais carbono durante o outono e o inverno do que conseguem absorver no verão.

Outro estudo, publicado na Nature, sintetizou dados de experimentos em 28 locais de tundra, revelando que um aumento de temperatura de 1,4°C no ar e 0,4°C no solo resultou em um aumento de 30% na respiração do ecossistema.

Esses estudos sublinham a importância de fatores ambientais locais, como a disponibilidade de água e nutrientes, na variação da absorção ou respiração de carbono.

A pesquisa em andamento continua a fornecer uma compreensão mais detalhada do ciclo de carbono na região do permafrost, com implicações significativas para a formulação de políticas globais de redução de emissões de gases de efeito estufa.

Adicionalmente, a invasão russa da Ucrânia está impactando a coleta de dados sobre o permafrost. A perda de acesso aos sites de monitoramento na Rússia compromete a rede global de coleta de dados, que é crucial para entender a variabilidade da paisagem e as dinâmicas do ciclo de carbono na região.

 

Referências:

Craig R. See et al, Decadal increases in carbon uptake offset by respiratory losses across northern permafrost ecosystems, Nature Climate Change (2024). DOI: 10.1038/s41558-024-02057-4

S. L. Maes et al, Environmental drivers of increased ecosystem respiration in a warming tundra, Nature (2024). DOI: 10.1038/s41586-024-07274-7

Edward A. G. Schuur et al, Russian collaboration loss risks permafrost carbon emissions network, Nature Climate Change (2024). DOI: 10.1038/s41558-024-02001-6

 

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in EcoDebate, ISSN 2446-9394

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