Um grande presente para São Paulo, um novo Ibirapuera onde é hoje o Jockey Club
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Artigo de Álvaro Rodrigues dos Santos
Com surpresa e alegria leio nos jornais a luminosa notícia de que a revisão do Plano Diretor paulistano abriu caminho para a transformação do Jockey Club em um grande parque municipal.
É notória e conhecida a grande carência de áreas verdes voltadas a propósitos ambientais, culturais, educacionais e ao lazer público na cidade de São Paulo.
De outra parte, em seu crescimento a cidade tem-se progressivamente impermeabilizado com concreto e asfalto, descuidando-se de providências voltadas a resguardar sua capacidade hidrológica de reter águas de chuva. As consequências desse grave descuido não fizeram por esperar: enorme déficit ambiental e enorme aumento do escoamento superficial de águas pluviais para um sistema de drenagem incapaz de lhes dar a devida vazão, principal fator causal de enchentes cada vez mais comuns e graves.
Esse quadro negativo exige que a capital paulistana adote uma estratégia corajosa e ambiciosa de criação de novas áreas verdes florestadas, condição em que se tem a maximização dos benefícios ambientais e hidrológicos para os quais urbanisticamente se vocacionam.
A transformação do atual Jockey Club, com sua área de 60 hectares, em algo semelhante ao Parque Ibirapuera poderá significar um ato demonstrativo da disposição da cidade em abraçar essa estratégia.
Há muitos fatores históricos e funcionais que sugerem a pertinência e a justeza dessa proposta. O Jockey Club da Cidade Jardim (Hipódromo de Cidade Jardim) tem a administração pública como agente essencial em sua criação e em sua sustentação desde sua origem. Inaugurado em 1941 foi idealizado por Fábio Prado, seu então presidente e, por feliz coincidência, Prefeito de São Paulo. A viabilização do empreendimento envolveu o interesse direto da Cia City, que buscava a valorização da região, e a seção para a municipalidade da área ocupada pelo antigo Hipódromo da Moóca.
Mas o que pareceu ser à época um bom arranjo negocial para as instituições envolvidas, hoje, com a plena consolidação da expansão urbana da capital para sua zona oeste e seu uso e ocupação por milhões de paulistanos, o antigo arranjo de interesses apresenta-se totalmente inadequado e até agressivo para os interesses maiores da sociedade paulistana.
O Jockey, tendo como seu carro-chefe de atrações as corridas de cavalo, atende somente as expectativas de alguns poucos milhares de aficionados desse esporte e de seu sistema de apostas. Um gigantesco empreendimento com um minúsculo alcance social em uma cidade em que milhões de habitantes carecem de áreas de lazer e de uma melhor qualidade ambiental de vida.
Essa necessidade de que tal patrimônio tenha um melhor e mais humano resultado social não tem passado despercebida de autoridades públicas municipais. Projetos de requalificação do Jockey tem se sucedido no intuito de melhor integrar o espaço à cidade e de equacionar as grandes dívidas do clube com a Prefeitura paulistana. Mas não tem alcançado esse intento, perdendo-se nas naturais e sucessivas mudanças de comando do clube e da Prefeitura.
É preciso que decisões desse tipo, para sua consistência e garantia de execução, envolvam representações sociais e políticas mais amplas, como a Câmara Municipal e as representações comunitárias de bairro. Sem esse fator emulante, sua tendência natural estará nas gavetas do esquecimento.
É preciso uma dose mais generosa de coragem e ousadia. Nesse quadro, a área hoje ocupada pelo Jockey seria radicalmente transformada, abrigando um grande bosque florestado (algo como 34 ha) na área hoje ocupada pelas pistas de corrida, e um grande número de funções de lazer, artísticas, educacionais e culturais em suas áreas construídas.
Essas as ideias básicas para um projeto a ser concebido, talvez via um concurso público especificamente voltado para tanto.
Geól. Álvaro Rodrigues dos Santos (santosalvaro@uol.com.br)
Ex-Diretor de Planejamento e Gestão do IPT e Ex-Diretor da Divisão de Geologia
Autor dos livros “Geologia de Engenharia: Conceitos, Método e Prática”, “A Grande Barreira da Serra do Mar”, “Diálogos Geológicos”, “Cubatão”, “Enchentes e Deslizamentos: Causas e Soluções”, “Manual Básico para Elaboração e Uso da Carta Geotécnica”, “Cidades e Geologia”
Consultor em Geologia de Engenharia, Geotecnia e Meio Ambiente
Jockey hoje, um enorme espaço desfrutado por muito poucos
Jockey florestado, um novo grande parque integrado à cidade e desfrutado por muitos
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in EcoDebate, ISSN 2446-9394
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Não é possível que você ache isso bom. Vou torcer para que você seja apenas mal informado, pois não há um ponto de vista que isso seja bom, Jockey Club representa a história da cidade e uma nobre atividade, ele está lá há mais tempo do que qualquer um de nós, a história não pode ser apagada, ainda mais por puro lobby político.
Perto da região já temos o parque do povo e o villa-lobos, até mesmo o Ibirapuera não é distante, quer que o único passatempo que a população tenha seja ir ao parque?
Temos muitos parques nessa região, quer parques? Coloque mais parques na periferia.
Espero realmente que a ideia vingue e que este parque saia do papel! Os bairros de Pinheiros e Butantã merecem mais áreas verdes que “dessufoquem” o fenômeno #BOOMtantã – verticalização explosiva nas proximidades com a chegada da linha 4 amarela do metrô – com mais opções próximas de esporte e lazer.
A cidade tem que ser tomada sim mas, com sabedoria, cidadania e sustentabilidade!
Caro xará, há tantos enganos em seu comentário que eu nem sei por onde começar. Nobre atividade? Lobby político? Passatempo da população? Só posso sugerir que leia outra vez o artigo. E que ajude a construir uma cidade menos elitista.