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Coqueluche: Sintomas, Transmissão e Vacinação para Prevenir

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Foto: © Rovena Rosa/Agência Brasil

 

Entender a coqueluche, seus sintomas, métodos de transmissão e a importância da vacinação é essencial para prevenir sua propagação.

A coqueluche, também conhecida como tosse convulsa, é uma doença respiratória altamente contagiosa causada pela bactéria Bordetella pertussis.

Embora a vacinação tenha reduzido drasticamente sua incidência nas últimas décadas, a coqueluche voltou a preocupar o mundo devido a surtos recentes em várias regiões.

O Que é Coqueluche?

A coqueluche é uma infecção bacteriana que afeta o sistema respiratório. Ela é particularmente perigosa para bebês e crianças pequenas, mas também pode causar complicações sérias em adolescentes, adultos e idosos. A doença se caracteriza por episódios de tosse intensa e incontrolável, que podem dificultar a respiração e levar a vômitos e exaustão.

A Situação Global da Coqueluche

A coqueluche tem mostrado um ressurgimento preocupante em várias partes do mundo. Pelo menos 17 países da União Europeia registraram aumento de casos de coqueluche – entre janeiro e dezembro do ano passado, foram notificadas 25.130 ocorrências no continente. Já entre janeiro e março deste ano, 32.037 casos foram registrados na região em diversos grupos etários, com maior incidência entre menores de 1 ano, seguidos pelos grupos de 5 a 9 anos e de 1 a 4 anos.

O Centro de Prevenção e Controle de Doenças da China informou que, em 2024, foram notificados no país 32.380 casos e 13 óbitos por coqueluche até fevereiro. A Bolívia também registra surto da doença, com 693 casos confirmados de janeiro a agosto de 2023, sendo 435 (62,8%) em menores de 5 anos, além de oito óbitos.

No Brasil, o último pico epidêmico de coqueluche ocorreu em 2014, quando foram confirmados 8.614 casos. De 2015 a 2019, o número de casos confirmados variou entre 3.110 e 1.562. A partir de 2020, houve uma redução importante de casos da doença, associada à pandemia de Covid-19 e ao isolamento social. De 2019 a 2023, todas as 27 unidades federativas notificaram casos de coqueluche. Pernambuco confirmou o maior número de casos (776), seguido por São Paulo (300), Minas Gerais (253), Paraná (158), Rio Grande do Sul (148) e Bahia (122). No mesmo período, foram registradas 12 mortes pela doença, sendo 11 em 2019 e uma em 2020. Em 2024, os números continuam altos. A Secretaria de Saúde de São Paulo notificou 139 casos de coqueluche de janeiro até o início de junho – um aumento de 768,7% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando houve 16 registros da doença no estado.

A Importância da Vacinação

Dra. Marcela Rodrigues, diretora da Salus Imunizações, reforça que a principal forma de prevenção da coqueluche é a vacinação de crianças menores de 1 ano, com a aplicação de doses de reforço aos 15 meses e aos 4 anos, além da imunização de gestantes e puérperas e de profissionais da área da saúde. O esquema vacinal primário é composto por três doses, aos 2 meses, aos 4 meses e aos 6 meses, da vacina penta, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b, seguida de doses de reforço com a vacina DTP, contra difteria, tétano e coqueluche, conhecida como tríplice bacteriana.

Para gestantes, como estratégia de imunização passiva de recém-nascidos, recomenda-se, desde 2014, uma dose da vacina dTpa tipo adulto por gestação, a partir da vigésima semana. Para quem não foi imunizada durante a gravidez, a orientação é administrar uma dose da dTpa no puerpério, o mais precocemente possível e até 45 dias pós-parto. Desde 2019, a vacina dTpa passou a ser indicada também a profissionais da saúde, parteiras tradicionais e estagiários da área da saúde atuantes em unidades de terapia intensiva (UTI) e unidades de cuidados intensivos neonatal convencional (UCI) e berçários, como complemento do esquema vacinal para difteria e tétano ou como reforço para aqueles que apresentam o esquema vacinal completo para difteria e tétano.

Imunização Ampliada

Em meio a tantos surtos de coqueluche, o Ministério da Saúde publicou neste mês uma nota técnica em que recomenda ampliar, em caráter excepcional, e intensificar a vacinação contra a doença no Brasil. A pasta pede ainda que estados e municípios fortaleçam ações de vigilância epidemiológica para casos de coqueluche. O documento amplia a indicação de uso da vacina dTpa (tríplice bacteriana acelular tipo adulto), que combate difteria, tétano e coqueluche, para trabalhadores da saúde que atuam em serviços de saúde públicos e privados, ambulatorial e hospitalar, com atendimento em ginecologia e obstetrícia; parto e pós-parto imediato, incluindo casas de parto; UTIs e UCIs, berçários (baixo, médio e alto risco) e pediatria.

Ainda de acordo com a nota técnica, profissionais que atuam em berçários e creches onde há atendimento de crianças com até 4 anos também devem ser imunizados contra a coqueluche. A administração da dose nesse público deve considerar o histórico vacinal contra difteria e tétano (dT). Pessoas com o esquema vacinal completo devem receber uma dose da dTpa, mesmo que a última imunização tenha ocorrido há menos de dez anos. Já os que têm menos de três doses administradas devem receber uma dose de dTpa e completar o esquema com uma ou duas doses de dT.

A Coqueluche

Causada pela bactéria Bordetella pertussis, a coqueluche, também conhecida como tosse comprida, é uma infecção respiratória presente em todo o mundo. A principal característica são crises de tosse seca, mas a doença pode atingir também traqueia e brônquios. Os casos tendem a se alastrar mais em épocas de clima ameno ou frio, como primavera e inverno.

Nas crianças, a imunidade à doença é adquirida apenas quando administradas as três doses da vacina, sendo necessária a realização dos reforços aos 15 meses e aos 4 anos de idade. Bebês menores de 6 meses podem apresentar complicações pela coqueluche e o quadro pode levar à morte. O ministério alerta que um adulto, mesmo tendo sido vacinado quando bebê, pode se tornar suscetível novamente à coqueluche, já que a vacina pode perder o efeito com o passar do tempo. Por conta do risco de exposição, a imunização de crianças já nos primeiros meses de vida é tão importante.

A transmissão da coqueluche ocorre, principalmente, pelo contato direto do doente com uma pessoa não vacinada por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar. Em alguns casos, a transmissão pode ocorrer por objetos recentemente contaminados com secreções de pessoas doentes.

Sintomas e Complicações

Os sintomas podem se manifestar em três níveis. No primeiro, o mais leve, os sintomas são parecidos com os de um resfriado e incluem mal-estar geral, corrimento nasal, tosse seca e febre baixa. Esses sintomas iniciais podem durar semanas, período em que a pessoa também está mais suscetível a transmitir a doença. No estágio intermediário da coqueluche, a tosse seca piora e outros sinais aparecem, e a tosse passa de leve e seca para severa e descontrolada, podendo comprometer a respiração. As crises de tosse podem provocar ainda vômito ou cansaço extremo. Geralmente, os sinais e sintomas da coqueluche duram entre seis e dez semanas.

Conclusão

A coqueluche é uma doença séria que voltou a ser uma preocupação global. A vacinação contínua e a conscientização sobre a importância de manter a imunização atualizada são cruciais para controlar a propagação da coqueluche e proteger as populações vulneráveis. Mantenha-se informado, vacine-se e adote medidas de higiene para ajudar a prevenir essa doença potencialmente perigosa.

Como Dra. Marcela Rodrigues, diretora da Salus Imunizações, reforço a importância da vacinação e da prevenção contínua. A vacinação é uma grande aliada na prevenção de infecções respiratórias graves. Além da imunização, cumprir a etiqueta respiratória, como cobrir a boca ao tossir e espirrar, lavar as mãos regularmente e usar máscaras em casos suspeitos e em situações de risco, ajuda na prevenção do VSR. Além disso, adotar hábitos de vida saudáveis, como manter uma alimentação equilibrada, praticar atividade física regularmente e conviver com pessoas que amamos, é fundamental para fortalecer o sistema imunológico e promover uma melhor qualidade de vida. Juntos, podemos combater a coqueluche e garantir a saúde e o bem-estar de nossas comunidades.

 

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in EcoDebate, ISSN 2446-9394

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