Enchentes no Rio Grande do Sul: Destruição, Perda de Empregos e Recomeço
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As enchentes no Rio Grande do Sul causaram a destruição de casas e a perda de milhares de empregos. A reconstrução exige estratégias de adaptação, planejamento urbano e novas oportunidades para as famílias afetadas.
A reconstrução dos empregos
Artigo de Montserrat Martins
A destruição das casas de milhares de famílias é um trauma difícil de resolver, leva tempo, mesmo com programas de apoio do governo federal e parcerias com governos locais e doações.
Mas, além do drama dessas famílias, há outro ainda mais difícil de resolver, que é o da perda de milhares de empregos em todo o Rio Grande do Sul, pois nos lugares mais atingidos não apenas as residências mas também muitos locais de comércio e serviços tiveram perda total.
Pequenos comércios, armazéns, lojas de roupas, oficinas, negócios dos mais diversos tipos foram atingidos, muitos desses pequenos negócios são familiares, outros conseguiam ter alguns empregados e toda essa gente atingida pela enchente perdeu o seu meio de sustento. Tudo isso, poucos anos depois de uma pandemia que nos anos de 2020 e 2021 já tinham levado a uma recessão econômica.
Muitas coisas mudaram nos últimos anos, aumentaram os negócios por tele entrega e as lojas virtuais, além do trabalho remoto quando isso é possível. Toda crise leva a buscas de adaptação às novas realidades, na luta pela sobrevivência. O problema é quando uma situação aguda (as enchentes) se torna crônica pelas perdas que ela acarreta, gerando incerteza no futuro.
Os apoios à reconstrução, de casas e empregos, terão de ser estratégicos e as áreas de cada cidade tem de ser repensadas de acordo com a realidade dos riscos. Se antes era raro haver enchentes, agora sabemos que são frequentes e destrutivas, não podemos fazer tudo igual a antes. Existem apegos e medos de mudar de lugar, mas pode ser necessário de acordo com os riscos.
Num planejamento das cidades, os governos precisam fazer investimentos na prevenção e contenção de futuras novas enchentes. Obras de infraestrutura devem ser prioridade, com apoio do governo federal e dos governos locais, e essas obras geram empregos. A tragédia das cheias comoveu o mundo inteiro e até verbas internacionais podem ser conseguidas, por quem sabe fazer bons projetos.
Planejamento, adaptação, flexibilidade, criatividade, iniciativa, são qualidades mais necessárias do que nunca. O apego é adversário das mudanças necessárias para criar um cenário de novos empregos ou de recriação dos que já existiam. Não podemos agir do mesmo modo e esperar resultados diferentes.
Temos de agir, agora, com muito mais planejamento e usar com sabedoria os recursos que podem chegar do governo federal, dos locais e da ampla rede de solidariedade no país e no mundo, para ajudar as vítimas das enchentes.
Montserrat Martins é Psiquiatra.
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in EcoDebate, ISSN 2446-9394
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