As crianças no mundo da lua e a sua a colonização sustentável
As crianças no mundo da lua e a sua a colonização sustentável, ensaio de Rosângela Trajano
Todo cuidado é pouco quando se diz respeito a lua e a outros planetas, porque já temos problemas demais por aqui
Disse Neil Armstrong ao pisar na lua “É um pequeno passo para um homem, um grande passo para a humanidade.” O primeiro homem a pisar na lua antecipava o futuro das pesquisas para alcançarmos o espaço. Não só queremos pisar na lua, mas em Marte e, em breve, outros planetas começarão a ser explorados pelos homens. O espaço é fascinante. Eu sou uma apaixonada pelo espaço, pelas estrelas, pelos astros e por tudo o que diz respeito a astronomia. Se pudesse moraria no planeta Marte com a minha árvore predileta, um caderno com um lápis e o meu gato fofo.
O robô Perseverance que passou uns tempos no solo do planeta Marte colheu muita coisa legal. Uma das coisas bacanas foi o barulho do vento e outros sons que ainda estão sendo estudados pelos pesquisadores. Esses sons inspiraram o jornalista e cantor Chesea Gohd a criar uma música com eles. Se temos os sonhos de algumas coisas do planeta Marte, em breve teremos outras coisas que tornarão cada vez mais possíveis uma missão tripulada e que possa criar uma estação espacial para se passar alguns dias neste planeta. Vamos colonizar sem agredirmos os ambientes. Todo cuidado é pouco quando se diz respeito a lua e a outros planetas, porque já temos problemas demais por aqui. Que possamos colonizar com os cuidados necessários para se manter a paisagem original do lugar.
Vocês já imaginaram quando estivermos com tripulantes em Marte cultivando flores e criando pólen? Em conversa com um dos estudantes do projeto “Habitat Marte” ele falou ser possível. Um garoto entusiasmado com a sua estufa numa estação presencial que simula o planeta Marte. Eu fiquei a sonhar e sentir o cheiro das flores do planeta Marte e fiquei a pensar se poderíamos cultivá-las de uma forma que custassem mais tempo a murcharem. Apenas uma das minhas ideias, pois sou apaixonada por flores. As abelhas poderiam nascer em Marte se levássemos alguns dos seus ovos para lá. Sim! Poderíamos ter mel nas refeições da tripulação. Um mel mais rico em glicose e frutose. Assim, a nossa tripulação não precisaria usar o açúcar comum e nem adoçante. Além do mais, o mel poderia servir para fabricação de outros alimentos. Tudo é possível!
Como disse o heterônimo Álvaro de Campos de Fernando Pessoa “À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.” Também tenho em mim todos os sonhos do mundo de poder, um dia, chegar a lua ou até mesmo ao planeta Marte nem que seja de forma virtual. Ainda custará muito para que conquistemos esses sonhos, mas o homem trabalha para isso e que nunca deixemos de sonhar. Apesar do meio século que me toma o corpo sinto-me como uma menina a sonhar com as estrelas e a conversar com a lua todas as noites da minha janela. Talvez não como o filósofo Tales que diziam viver no mundo da lua, mas sempre que posso dou uma olhada no espaço da minha pequena janela. E que o espaço seja colonizado de forma segura e com cuidados. É o que espero.
Conquistar o espaço não é coisa fácil. É preciso a união de muitos cientistas, pesquisadores, astronautas além de muita verba pública e privada. Nós poderíamos conquistar também o espaço, o que nos falta é o Estado investir neste projeto. Com um único astronauta apenas a viajar pelo espaço o nosso atual ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações Marcos Pontes fica difícil ousarmos investir num projeto de colonização da lua ou de um planeta qualquer. Mas, poderíamos trazer a astronomia para as escolas públicas da educação infantil e do ensino fundamental onde fosse possível ensinar as crianças sobre as maravilhas que existem no espaço, alimentar o sonho dos pequenos em conhecer a lua, o planeta Marte e tantos outros planetas. As crianças são fascinadas em coisas novas e elas gostam de estudar sobre coisas que as levam a outros mundos imaginários e fora dessa realidade que já conhecem.
Sempre defendi o ensino da astronomia em sala de aula porque eu nunca estudei nada sobre as estrelas na minha vida escolar. Tudo o que aprendi sobre elas é fruto da minha curiosidade humana. Fui atrás de cursos, livros, filmes e documentários que me trouxessem conhecimento sobre a astronomia e o seu mundo. Eu fiquei encantada com o que aprendi! Acredito que toda criança deveria aprender um pouco de astronomia na escola e que o ministro Marcos Pontes poderia junto com o Ministério da Educação incluir esta área no ensino de ciências para que pudéssemos despertar o sonho de mais crianças e jovens desejarem chegar à lua e se tornarem astronautas, cientistas ou pesquisadores. Quem sabe surgir daí um prêmio Nobel de ciências. O nosso futuro está nas crianças que estão chegando agora nas salas de aulas. Devemos começar a investir nestes pequenos seres e nas suas curiosidades. Quanto mais investirmos no poder que as crianças têm de criatividade mais estaremos incentivando-as a descobrirem coisas novas e inovar. As ciências não são apenas para pessoas maduras e experientes, os jovens também sabem fazer ciências e muito bem. O problema é que nem toda escola pública dispõe de laboratórios de ciências, muito menos de um simples telescópio para as crianças serem incentivadas a conhecerem as estrelas.
Chegamos até a lua em 20 de julho de 1969. Já faz algum tempo que poderíamos ter aproveitado essa conquista e termos realizado novas pesquisas, novos estudos, formado novos astronautas ao redor do mundo. Os países da América Latina quase não falam na criação de foguetes a habitarem a órbita terrestre. Temos muito lá em cima satélites, mas precisamos desenvolver novas tecnologias capazes de ajudar o homem aqui na terra a viver melhor. Com a aprendizagem do que não podemos fazer no espaço seremos conscientes daquilo que também não podemos fazer aqui na terra. E esse conhecimento deve ser divulgado para todas as crianças e jovens nas escolas. A NASA tem desenvolvido pesquisas de sustentabilidade para a lua e, também, para uma possível missão tripular até o planeta Marte. Não está longe de criarmos uma estação espacial neste planeta que tanto nos fascina.
Colonizar a lua e o planeta Marte de forma sustentável é um dos maiores desafios dos cientistas da NASA. Mas, coisas interessantes já estão sendo desenvolvidas e até mesmo colocadas em prática aqui na terra. Isso tem sido maravilhoso para todos nós! A preocupação com o meio ambiente por parte dos cientistas da NASA parece grande quando se trata de criar e reinventar coisas que nos proporcionem um viver melhor tanto aqui na terra quanto lá no espaço. Só para vocês terem uma ideia do que estou falando existe um grupo de pesquisa na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, que tem um projeto intitulado “Habitat Marte” do qual já mencionei lá em cima. Neste projeto, os estudantes dessa universidade são solicitados a criarem projetos sustentáveis para uma estação espacial virtual e presencial. Vocês podem conferir esse projeto no canal do youtube. São vídeos fantásticos e maravilhosas ideias de jovens cheios de criatividade.
Duas das criatividades sustentáveis que mais me fascinam da NASA é a de transformar a urina humana em água e as fezes em energia. Enquanto nós aqui na terra não damos o menor valor para as nossas urinas e fezes, no espaço isso é bem diferente. A preocupação com a água dos astronautas é imensa. Já que se tornaria impraticável ficar levando água do planeta terra para o espaço, os cientistas desenvolveram tecnologias de transformar a urina dos astronautas em água potável que eles podem beber sempre que sentirem sede. Claro que essa urina passa por vários processos para se livrar das impurezas e tornar-se água apropriada para o consumo. Já pensou se fizéssemos isso aqui na terra? Se pudéssemos baratear essa tecnologia e aproveitássemos a nossa urina para criarmos água para bebermos? Talvez diminuíssemos muito a falta de água no mundo.
O outro projeto da NASA que falei acima é o de aproveitamento das fezes humanas para geração de energia. Se todas as fezes humanas fossem aproveitadas para gerarem energia também poderíamos contribuir para reduzir os seus preços e ter uma energia limpa sem agredir o meio ambiente. Isso pode ser possível? Claro que sim! O que falta é que essa tecnologia seja desenvolvida para uso aqui na terra e não somente pelos astronautas. O que fazemos para salvar a lua da poluição humana também serve para salvarmos o planeta terra. Afinal, esta é a nossa casa. Claro que devemos nos comportar bem fora de casa, mas se não aprendermos a cuidar do lugar onde moramos como vamos cuidar de um lugar que visitamos pouco? Críticas a parte, o que importa é que essas tecnologias sustentáveis estão cada vez mais perto de se tornarem realidade aqui na terra. Falta apenas vontade dos nossos políticos e empresários para investirem dinheiro em novas pesquisas, pois a ciência já mostrou do que é capaz e sem a ciência nada somos.
Outro dia navegando na internet encontrei um sutiã que foi desenvolvido pelos cientistas para uso das astronautas. Ele possui um gel que se move de acordo com as atividades realizadas. Esta foi uma descoberta maravilhosa porque toda mulher odeia sutiã e praticar esporte com aquela peça por dentro molhada e saindo do lugar a todo tempo é muito desconfortante. A criação desse novo sutiã esportivo foi encabeçada pela designer de produtos da Reebok, Danielle Witek, que teve o contato com esse tipo de tecnologia pela primeira vez enquanto folheava um jornal científico. O modelo foi desenhado como uma versão moderna dos trajes especiais da Nasa, que protegem os astronautas de detritos que voam em alta velocidade no espaço. Eis um grande passo na moda íntima feminina que vem do espaço. Quanto mais confortáveis estejam as astronautas melhor poderão desenvolver os seus trabalhos. Assim são as mulheres aqui na terra. Elas precisam de sutiãs capazes de proporcionarem segurança e conforto no dia a dia.
No projeto “Habitat Marte” já mencionado acima, temos uma estufa com vários tipos de plantas que aproveitam a água para o viveiro de peixes, ou seja, a água que rega as plantas passa por um processo de limpeza que depois serve para o viveiro e que poderia servir também para a irrigação de pequenos sítios criadores de vaquinha e plantadores de feijão e milho próximos da estação presencial que é um prédio na cidade de Caiçara do Rio dos Ventos no Rio Grande do Norte. A estufa produz alimentos para os astronautas da estação, como: tomate, alface, repolho, coentro, cebola, cenoura, batata e outros. Se vocês tiverem curiosidades verão que já existem outros projetos de estufas desse mesmo modo sendo pesquisados em outros lugares do mundo para uma possível missão tripular ao planeta Marte.
Uma outra tecnologia apontada nos diversos projetos que podemos encontrar na internet sobre sustentabilidade no espaço é o aproveitamento do suor da tripulação para a fabricação de sal de cozinha. Essa tripulação como deve se manter sempre em forma praticando esportes uma hora por dia, no mínimo, poderia fazer uso de toalhas de papel ecológicas que se desmanchariam quando em contato com algum elemento químico separando o suor para ser aproveitado na produção de um sal saudável à saúde da tripulação. A ideia de se usar toalhas de um papel ecológico que se desmancha rapidamente para enxugar o corpo do astronauta enquanto transpira no seu exercício também é fantástica porque economiza água, sabão e energia se fosse ser lavada numa máquina de roupas qualquer. Outra ideia genial que também vem das pesquisas dos cientistas da NASA é a de se utilizar todo material de cozinha feito de um único tipo de plástico capaz de ser colocado numa impressora 3D e que possa virar um outro objeto para uso.
Como vemos, somos capazes de criar muitas tecnologias bacanas que podem ser sustentáveis ao planeta terra. Tem uma indústria que usa o mesmo tipo de plástico nos seus produtos e que esses desaparecem rapidamente quando descartados. Eu não lembro o nome dela agora, só posso afirmar que também está no Brasil. O futuro é verde. As empresas estão preocupadas com a nossa sustentabilidade. Aqueles que não trazem o selo verde de proteção ao meio ambiente estão cada vez mais sendo boicotados e deixando de ser utilizados pelos jovens que na sua maioria sabem o que é melhor para o nosso planeta. Sim, parece que os jovens estão fazendo bem a lição de casa quando diz respeito ao cuidado com a nossa natureza.
A ideia de se criar uma lavanderia no projeto “Habitat Marte” surgiu de uma discussão numa das suas reuniões virtuais da qual participei. Uma lavanderia pode aproveitar água para uso em outros locais. Se não podemos desperdiçar água na terra imagine em Marte que não existe, apenas congelada como foi provado até o momento pela ciência. Mas, se pudéssemos retirar a água das profundezas do solo de Marte através de um robô e transformá-la em água potável? É possível? Creio que sim. O mesmo podemos fazer com a neve que cai sempre no inverno nas regiões do sul e sudeste do nosso país. Já pensou se em vez de deixarmos essa neve se tornar líquida e correr para os esgotos aproveitássemos para transformá-la em água? Se não temos tecnologia o suficiente para torná-la potável poderíamos usá-la para lavar calçadas, carros, dar descarga no banheiro e tantas outras invenções.
A ideia da criação do No-Mix Vacuum Toilet surgiu aí, como uma tentativa de diminuir o desperdício de água e também reciclar o material considerado nojento, mas muito rico em propriedades. O vaso sanitário criado pelos pesquisadores separa a urina das fezes utilizando apenas uma fração da quantidade normal de água. Para eliminar a urina, a nova privada usa apenas 190 ml e para as fezes é necessário cerca de 1 litro. Se comparados com os 4 a 6 litros de água consumidos por descarga atualmente, o mecanismo criado pelos pesquisadores é muito econômico, assim nos diz o site do canaltech. Certamente, esta é uma ideia originada nas tecnologias da NASA sobre o bom uso da urina e das fezes. O que tem ajudado muitas pessoas a reduzirem as suas contas de água. Uma descarga comum num vaso sanitário simples é capaz de usar bastante água. Já imaginou se duas pessoas em casa sofrerem com uma infecção intestinal por dois dias? Quanto de água será consumido nesse intervalo!
No entanto, se os jovens estão cada vez mais sendo ativistas em prol do meio ambiente precisamos agradecer aos vovôs e vovós que sabem bem a importância que a natureza tem para nós, por isso eles também deveriam ser ouvidos nas pesquisas da NASA sobre como colonizar a lua e o planeta Marte de forma sustentável. Tenho certeza que muitos deles saberiam dar ideias maravilhosas. A minha mãe conta hoje setenta e seis anos de idade, mas foi com ela que aprendi a economizar água. Toda a nossa água da pia de lavar louças e da máquina de lavar roupas é reaproveitada no vaso sanitário, na lavagem da calçada e da nossa varanda. É preciso saber os 5Rs: reciclar, reutilizar, repensar, recusar e reduzir. Se, cada um de nós, tivermos na ponta da língua essas 5 propostas sustentáveis, tenho certeza que o mundo será um lugar melhor para se viver.
Uma outra tecnologia que foi criada para ser usada pelas mulheres é o uso do coletor de silicone que colhe o líquido menstrual e é capaz de fertilizar plantas, sendo considerado um dos fertilizantes naturais mais eficazes para combater pragas e fortalecer as plantas. Como é sabido, mesmo no espaço o ciclo menstrual das mulheres não é modificado o que pode causar transtornos na troca dos absorventes. Mas, novas tecnologias já foram criadas para evitar esses transtornos como o uso de pílulas, de medicamentos e até mesmo de implantes na pele para que a mulher fique sem menstruar por uns tempos. O sangue da menstruação é limpo e sem odor. Não é nada nojento como algumas pessoas pensam por aí. E falar de menstruação para crianças e jovens deve ser algo importante e necessário nas salas de aulas, pois toda menina chegará na sua fase de menstruação. Eu, por exemplo, menstruei aos onze anos de idade. Ainda brincava de boneca quando sangrei pela primeira vez. Sorte a minha de ter sido preparada pela mamãe e pela minha professora do quarto ano fundamental. Os absorventes utilizados atualmente pelas mulheres causam um grande impacto negativo ao meio ambiente, pois eles custam a se decompor. O bom seria que voltássemos a usar absorventes de pano como usavam as nossas vovós. Conheço mulheres que fabricam esses tipos de absorventes de uma forma cuidadosa e respeitosa tanto ao corpo da mulher quanto ao meio ambiente. São feitos de tecidos que não agridem ao corpo e nem a natureza. Vale a pena conferir.
Tendemos a ouvir e ler muito informações sobre lixo no espaço, mas pouco se fala sobre as tecnologias que a NASA tem produzido para melhorar a vida dos astronautas na lua e para as missões que logo chegarão até o planeta Marte que são sustentáveis. É preciso saber bem onde procurar as informações e como fazer uso delas. Tem muita coisa importante sendo criada para proteger o meio ambiente. Muitas empresas de cosméticos já não fazem mais testes em animais e só utilizam embalagens recicláveis. É pouco ainda o que estamos fazendo para salvar as nossas florestas e animais, mas vale a penas começarmos a comemorar as boas ações. Se cada um de nós agirmos fazendo algo como não jogar um copo plástico nas ruas já estaremos dando a nossa contribuição.
Ninguém joga nada “fora”. O “fora” não existe. Vivemos no planeta Terra e lá fora estão outras galáxias com uma porção de estrelas. Mesmo que saíssemos daqui para jogar o nosso lixo lá no espaço ainda assim não seria “fora”. Temos uma imaginação equivocada de que tudo que não está dentro das nossas casas faz parte do mundo lá fora. O lá fora é o caminho por onde você passa todos os dias quando vai trabalhar, o caminho por onde seu filho vai à escola ou até mesmo o lugar onde o seu amigo mais próximo mora. Cuidar do lá fora é também cuidar da sua casa. Pense nisso. Se quisermos colonizar a lua e o planeta Marte de forma sustentável como vemos tantos belos projetos sendo desenvolvidos em universidades e centros de pesquisa devemos aprender a cuidar do planeta terra também. Não é porque algumas milhares de pessoas que são analfabetas em educação ambiental que vamos abandonar os cuidados que devemos ter para com o nosso planeta.
Devemos educar as crianças para o dia em que chegarmos ao planeta Marte não produzirmos lixo demais o quanto produzimos aqui. Não sujarmos a estação espacial e mantermos sempre limpos os nossos locais de trabalho e estudo. Os pais e professores devem mostrar as suas crianças o quanto o planeta Marte é lindo e aqui recomendo a série da Netflix intitulada “Marte” com vários episódios que trazem uma tripulação de pesquisadores que passam a viver neste planeta com o mínimo necessário para o bem-estar de todos.
Ouvindo a canção “Pisando na lua” de Hungria Hip Hop que diz nos seus versos “Tem hora que eu tenho uma vontade de pisar na Lua, tá ligado? / O mundo tá mó em guerra/ Tá mó deslealdade, tá ligado? / Tenho mó vontade de fazer a festa na Lua / Já pensou? / Brisa nessa ideia aí.” Eu lembrei dos desflorestamentos e das queimadas que vêm ocorrendo mundo a fora sendo uma guerra da natureza para com o homem. Sim, o homem que faz guerra em tudo o que acha feio, chato e minoria. Também já tive vontade de ir morar na lua ou no planeta Marte para fugir das injustiças, do ódio, da violência e da estupidez humana toda vez que vejo alguém defender o desflorestamento em favor do desenvolvimento. O capitalismo está destruindo o verde que há nos corações dos nossos governantes. É triste ver tantos governantes darem entrevistas falando da nossa Amazônia como se tudo estivesse bem com ela, quando sabemos que as coisas andam de mal a pior com a exploração dos madeireiros e garimpeiros. A vida na Amazônia se tornou insuportável. Os nossos indígenas são explorados, ameaçados, estuprados e violentados por pessoas más que só visam o lucro em cima das nossas florestas.
Para finalizar o nosso ensaio deixo vocês com o poema do nosso queridíssimo Carlos Drumond de Andrade intitulado “O Homem; as Viagens” que diz em seus versos “O homem, bicho da terra tão pequeno / Chateia-se na terra / Lugar de muita miséria e pouca diversão, / Faz um foguete, uma cápsula, um módulo / Toca para a lua / Desce cauteloso na lua / Pisa na lua /Planta bandeirola na lua / Experimenta a lua / Coloniza a lua / Civiliza a lua / Humaniza a lua.”
Que esse homem tenha sempre o cuidado de colonizar a lua e outros planetas de forma sustentável e que continue desenvolvendo projetos que possam não somente proteger a lua, mas proteger o lugar de suas origens, a terra. Aqui é o nosso lugar. É aqui onde devemos plantar uma bandeirola com os seguintes dizeres: Terra, planeta verde!
Rosângela Trajano é professora, ativista ambiental, escritora e poeta.
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in EcoDebate, ISSN 2446-9394
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