EcoDebate

Plataforma de informação, artigos e notícias sobre temas socioambientais

Notícia

Agricultura emite 46% dos gases de efeito estufa no Brasil

 

desmatamento no Cerrado

Agricultura emite 46% dos gases de efeito estufa no Brasil

Agricultura, transporte e resíduos foram os três setores que mais emitiram gases de efeito estufa no Brasil em 2022.

É o que aponta um relatório realizado pela KPMG que fornece informações sobre como sete indústrias fundamentais para combater as mudanças climáticas se comportaram com relação ao tema.

Por Rachel Mattos

A análise foi feita em 24 países, entre eles, o Brasil e realizada com base nas informações do banco de dados de Emissões para Pesquisa Atmosférica Global, da Comissão Europeia (European Commission’s Emissions Database for Global Atmospheric Research – da sigla EDGAR). Além disso, o documento disponibilizou ainda dados críticos para entender e superar os desafios da transição para emissão zero de gás carbono em nível global.

O estudo mostrou também que a maioria dos setores pesquisados registrou um aumento de emissões absolutas de gases de efeito estufa, de 2005 a 2022, sendo que os maiores percentuais foram nos setores de transporte (53%), agricultura (46%) e resíduos (30%). Se for analisado apenas o recorte de energia, excluindo a geração de eletricidade, foi registrada uma redução de 1%.

“A agricultura é responsável por emissões significativas, e uma nova versão do Plano ABC do Brasil para a descarbonização do setor foi publicada pelo governo brasileiro, o que inclui a recuperação de 15 milhões de hectares de pastagens degradadas, expansão do uso da fixação biológica de nitrogênio para substituir fertilizantes nitrogenados e o reflorestamento de milhões de hectares de terra. Além de reduzir as emissões líquidas e melhorar o meio ambiente do país, o reflorestamento oferece oportunidades comerciais por meio da venda potencial de créditos de carbono”, analisa sócia-líder de ESG da KPMG no Brasil e na América do Sul, Nelmara Arbex.

 

Setores

Emissões de GEE em 2022

Emissões absolutas – 2005 a 2022

Intensidade das emissões – 2005 a 2022

Agricultura

46%

46%

-26%

Transportes

16%

53%

10%

Resíduos

13%

30%

-7%

Indústria

11%

9%

-6%

Energia

5%

-1%

-46%

Eletricidade

4%

18%

-13%

Edificações

4%

20%

-14%

* Calculado pela KPMG com dados da EDGAR

 

Quando analisada a mudança na intensidade das emissões, também no período de 2005 a 2022, o setor de transporte foi o único que teve um aumento de 10%.

“Neste caso, foram utilizados os valores relativizados, ou seja, as emissões totais do setor foram divididas por algum fator para tentar desconsiderar variações de outros parâmetros. Por exemplo, a relativização dos setores de transporte e edificações foi feita por número de pessoas (per capita), as categorias economia, indústria e agricultura foi por receita do setor no ano de 2010”, explica o sócio-diretor líder de descarbonização da KPMG no Brasil, Felipe Salgado.

Sobre a pesquisa:

A pesquisa da KPMG “Net Zero Readiness Report 2023” utilizou as informações do banco de dados banco de dados de Emissões para Pesquisa Atmosférica Global, da Comissão Europeia – EDGAR (European Commission’s Emissions Database for Global Atmospheric Research), que se baseiam nas categorias de emissões de gases de efeito estufa do IPCC da Organização das Nações Unidas (ONU): energia excluindo eletricidade (setor de combustíveis); eletricidade; transporte; edifícios (combustão em pequena escala não industrial); indústria (combustão industrial e processos industriais); agricultura (pecuária, solos agrícolas e queima de resíduos de colheita); e resíduos.

[ Se você gostou desse artigo, deixe um comentário. Além disso, compartilhe esse post em suas redes sociais, assim você ajuda a socializar a informação socioambiental ]

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394

A manutenção da revista eletrônica EcoDebate é possível graças ao apoio técnico e hospedagem da Porto Fácil.

 

[CC BY-NC-SA 3.0][ O conteúdo da EcoDebate pode ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, à EcoDebate com link e, se for o caso, à fonte primária da informação ]