Planos para o futuro

Planos para o futuro, artigo de Montserrat Martins

Ano Novo é uma convenção (afinal, o tempo não para), mas é irresistível: funciona na nossa mente, que se projeta para o futuro. O que queremos para 2024, afinal?

É comum termos tanto desejos tanto  objetivos (materiais) quanto subjetivos (afetivos), pois precisamos de ambos fatores para nossa felicidade, garantir a subsistência (ou o conforto, ou a realização de sonhos) e termos também a necessária estabilidade emocional, de nossos relacionamentos sociais, de trabalho, na família em sentido amplo e nos relacionamentos mais pessoais. Desejo muita saúde, prosperidade e até mesmo muitos likes no seu Instagram em 2024!

2024 é um ano do qual se espera que a economia volte a funcionar plenamente, como vem sendo nos anos pós-pandemia, pois ainda podemos observar muitos lugares (pequenos comércios, bares e lojas) que fecharam nos anos de crise e até hoje não reabriram. Mas existe algo a mais, estamos em uma era de profundas mudanças tecnológicas e sociais e a própria pandemia acelerou esses processos de mudança, uma intensa “digitalização” da sociedade, cada vez mais dependente da T.I., da Tecnologia da Informação.

Harari, o autor do livro “Sapiens”, é pessimista quanto a essa acelerada informatização, da tecnologia que substitui mão de obra humana em todos os setores da sociedade: ele acredita que isso vá nos levar a uma crise de empregos, num futuro não muito distante. Mas é o conjunto da sociedade que decide isso, pois na versão mais otimista teremos menos horas de trabalho e mais conforto com o progresso tecnológico, ao invés de desemprego em massa.

Ou seja, os frutos da produção social podem ser repartidos entre todos e não entre uma minoria, para isso é que existem tantos debates sobre as formas de governo, afinal. E no mundo inteiro se debatem questões não só como menos horas de trabalho, como também sobre renda mínima garantida para todos.

2024 é “o primeiro ano do resto das nossas vidas”, acredito que essa seja uma boa forma de pensarmos no futuro. Porque, entre os extremos de pessimismo e otimismo, a realidade inevitável são profundas mudanças sociais – e temos de pensar nelas, nos preparar para as mudanças. Lembro de um caso extremo, mas didático, de uma pessoa cujo negócio era fabricação e venda de “caixas registradoras”, que não soube se adaptar aos novos tempos.

Todas as profissões, todas as atividades humanas sofrerão grandes mudanças nos próximos anos, mais rápidas que gostaríamos. Que em 2024 encontremos inspiração para nos direcionar para o futuro!

Montserrat Martins é Psiquiatra.

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in EcoDebate, ISSN 2446-9394

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