Mineração de Cripto e Biodiversidade: Desafios e Esforços
O Impacto da Mineração de Cripto na Biodiversidade Brasileira: Desafios e Esforços de Conservação
Atualmente, é possível observar na interface de algumas modalidades de cassino Bitcoin links para projetos de impacto ambiental. Trata-se de uma demanda um tanto antiga do setor, que vem sendo historicamente criticado por ambientalistas. Contudo, existe hoje uma tendência no sentido de reverter esse quadro. Assim, a mineração de cripto, hoje, já vem contribuindo para iniciativas de conservação ambiental.
Um estudo da Northumbria University publicado em 2021 comparava o nível de emissões de CO2 da mineração de criptomoedas com a mineração de ouro. O grande problema nesse sentido era o consumo altíssimo de energia. Até então, a atividade consumia todos os anos tanta energia quanto países emergentes inteiros, como Tailândia ou Argentina.
Diante desse quadro, pairam muitos desafios no universo da mineração de criptomoedas no sentido de diminuir seu impacto ambiental. Mas muitas empresas e indivíduos envolvidos no setor vão além, e buscam impactar positivamente na conservação ambiental. Dito de outra forma, há quem busque fazer com que a mineração de criptomoedas contribua para a conservação ambiental no mundo. Mas em que a mineração de cripto pode ajudar no combate às mudanças climáticas e conservação da biodiversidade?
Climate Colective e a união entre criptos e conservação ambiental
Em 2021, depois de divulgados dados alarmantes sobre as mudanças climáticas durante a COP-26, houve uma mobilização no mundo das criptomoedas. Diante das críticas que recebem devido ao alto impacto da mineração de criptos, tornou-se uma necessidade uma tentativa de alterar esse quadro. Foi assim que surgiu a iniciativa Climate Colective.
A Climate Colective, desde então, atua com diversas iniciativas que tentam unir mineração de criptos e conservação ambiental. Desde a criação, várias empresas da blockchain atuam de maneira coordenada com ações diversas visando eliminar ou mitigar as emissões de gases do efeito estufa. Entre as iniciativas, se destacam algumas que visam a tokenização de florestas tropicais. É consenso entre cientistas e ambientalistas da importância delas tanto para neutralização do carbono na atmosfera, quanto de que a conservação de sua biodiversidade é importante para o bem estar da humanidade ao longo deste século.
Um dos focos de atuação é criar mecanismos de sequestro de carbono. Ou seja, monetizar a conservação de florestas em vários países. De modo geral, trata-se da criação de um ecossistema sustentável no qual a monetização de florestas tropicais seja possível.
Mineração sustentável
De modo geral, a mineração sustentável é um primeiro desafio a ser encarado por mineradores de criptomoedas. Como dissemos acima, a questão energética ainda é um entrave importante a ser debatido. Assim, há um esforço geral para que haja um avanço no consumo de energias renováveis na mineração de bitcoins. Dessa maneira, em paralelo a iniciativas visando tokenizar e monetizar iniciativas de descarbonização e conservação, a própria atividade da mineração de criptos busca permanentemente, nos últimos anos, se descarbonizar.
Além disso, tem se multiplicado na blockchain as chamadas criptomoedas verdes. O termo define aquelas criptos cujos processos de mineração ou validação operam com baixo custo energético. Um exemplo é a Nano, que não depende de mineração, usando o mecanismo de Votação Representativa Aberta (ORV, na sigla em inglês).
Há ainda iniciativas como a da fintech espanhola ClimateTrade. Ela atua auxiliando outras empresas na busca de soluções de sustentabilidade a partir da tecnologia blockchain. Enfim, há diversas iniciativas e projetos que buscam um mercado de criptos mais sustentável e envolvido na conservação ambiental. Diante desse cenário, cabe destacar algumas ações de impacto diretamente no Brasil.
Startup brasileira que quer plantar 1 bilhão de árvores até 2030
Um dos grandes problemas na conservação da biodiversidade no Brasil é o desmatamento. Ecossistemas como Amazônia, Pantanal e Cerrado vêm sofrendo nos últimos anos esse grave problema. Os efeitos disso podem ser graves, desde o agravamento da crise climática até novas crises hídricas no país. Mas uma startup brasileira, diante disso, pretende dar uma contribuição para reverter esse quadro.
A ESG Tech Abundance Brasil tem como projeto plantar 1 bilhão de árvores no Brasil até o ano de 2030. E quer fazer isso desenvolvendo projetos de descarbonização atrelando tokens a árvores plantadas. Assim, trata-se de um projeto que busca unir a tokemização à conservação ambiental.
O projeto visa converter cada árvore plantada em um token. Assim, a rigor, elas serão convertidas em criptoativos. Estes poderão ser negociados, com liquidez nos mercados secundários. Dessa maneira, a iniciativa irá contribuir para a conservação da biodiversidade no Brasil através do mercado das criptomoedas. Além dessa iniciativa, a Abundance Brasil, por meio do Abundance Token, visa monetizar a restauração de florestas brasileiras em vários ecossistemas. Contribui assim para a conservação da biodiversidade através da blockchain.
Amazônia 4.0
O projeto Amazônia 4.0 teve início em 2022. Desde então, ele vem utilizando a tecnologia blockchain para preservar a biodiversidade da maior floresta do mundo. Inicialmente, o projeto visa usar essa tecnologia de maneira a registrar as informações sobre a biodiversidade amazônica. Mas o projeto vai além. Rastreia, por exemplo, a cadeia de produção de produtos nativos da região. Assim, também une ações de preservação ambiental e desenvolvimento local.
Dentro do projeto, foi criado o Amazon Biobank. Com ele, a tecnologia blockchain é usado para a construção de uma rede colaborativa, criando um banco de dados sobre a biodiversidade amazônica. Esse banco gerencia a distribuição de benefícios a uma ampla rede de colaboradores.
Mas não se trata da única contribuição das criptomoedas para a preservação da biodiversidade na Amazônia. No final de 2021, a MOSS, detentora do token MCO2, que monetiza créditos de carbono, havia destinado mais de 100 milhões a projetos destinados a preservar a floresta Amazônica. Desde 2020 a empresa atua na digitalização de créditos de carbono. Desde então, tem colocado a preservação de biomas no Brasil dentro da tendência de aproximar o universo dos bitcoins da preservação ambiental.
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