Lacunas na saúde ambiental e educação camponesa
Dificuldades de Camponeses distantes de Piracema – MG e sua Conexão com Desterro de Entre Rios: Lacunas na saúde ambiental e educação camponesa
Vagner Luciano Coelho de Lima Andrade12
Algumas localidades rurais do município de Piracema, como Geada, Limoeiro, Morro Grande, Tapera e adjacências apresentam uma interessante relação de ligação e identidade com a cidade vizinha de Desterro de Entre Rios devido ao fato de se localizarem próximas, entre 10 e 15 km dessa cidade. Mas não é somente proximidade e identidade que permeiam esta ligação, mas sim a total omissão do poder público para com as pessoas moradoras destas localidades.
Os moradores destes respectivos lugares se dirigem à sede do município desterrense para compras, estudos, lazer, casamentos e sepultamentos, dentre outras atividades, evidenciando laços culturais de proximidade resultantes principalmente da distância superior a 25 km de Piracema.
Neste sentido, vale destacar que esta proximidade tem resultado em problemas para os moradores, uma vez que eles residem próximos a linha de divisa oficial entre os dois municípios e as vezes não são devidamente atendidos pela administração municipal piracemense.
Na época de chuvas, a precariedade das estradas vincinais, traz transtornos à população local, devido ao não patrolamento e devida cobertura de cascalho, afetando o deslocamento de pessoas e o escoamento da produção local. Na área da saúde, os moradores quando tem que consultarem em Belo Horizonte ou outras cidades, tem que se deslocarem cerca de 25 km ou mais, das respectivas localidades até o centro de Piracema, de onde a prefeitura oferece transporte.
Tal deslocamento além de difícil tem que ser custeado pelos próprios moradores, sendo que em Desterro, os veículos buscam os moradores em toda a área rural, fato que ainda em Piracema não se consolidou dificultando a vida da população rural. Casos de emergência acabam sendo direcionados à Desterro, que apresenta excelente atendimento de saúde.
Na área da educação além da precariedade dos veículos que realizam o transporte escolar na região, há casos de moradores mirins do Morro Grande, que em determinados momento não frequentam as aulas por falta de acesso para o transporte escolar, em épocas de chuvas. Caso o semestre se encerre ele certamente perderá o ano letivo por falta de responsabilidade do poder público municipal.
O governo do estado, cuja política, sem propagandas, tem se direcionado à promoção da justiça social, da cidadania e da qualidade de vida, deveria intervir nesta situação cobrando a correta atuação da respectiva prefeitura nas área da saúde e educação, bem como olhar a possibilidade de reavaliação dos limites oficialmente estabelecidos, visando passar estas localidades para a área municipal de Desterro de Entre Rios, fato que certamente melhoria e muito a vida das respectivas comunidades.
1 Educador e Mobilizador da Rede Ação Ambiental. Bacharel-licenciado em Geografia e Análise Ambiental (UNI-BH), Licenciado em História (UNICESUMAR) e especialista na área de Educação, Patrimônio e Paisagem Cultural (Filosofia da Arte e Educação, Metodologia de Ensino de História, Museografia e Patrimônio Cultural, Políticas Públicas Municipais). Licenciado em Ciências Biológicas (FIAR), Tecnólogo em Gestão Ambiental (UNICESUMAR) e especialista na área de Educação, Patrimônio e Paisagem Natural (Administração escolar, Orientação e Supervisão, Ecologia e Monitoramento Ambiental, Gestão e Educação Ambiental, Metodologia de Ensino de Ciências Biológicas). CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/3803389467894439
2 Guia de Turismo, Educador com atuação nas áreas de Patrimônio Cultural (Geógrafo/Historiador) e Patrimônio Natural (Biólogo/Gestor Ambiental). Mestre em Direção e Consultoria Turística. Membro da Rede Ação Ambiental. E-mail: reacao@yahoo.com
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in EcoDebate, ISSN 2446-9394
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