Mudar escolhas alimentares ajuda a combater as mudanças climáticas
Mudar escolhas alimentares ajuda a combater as mudanças climáticas
Uma das formas de contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa é mudar os hábitos alimentares.
Um estudo publicado na revista Nature Food mostrou que uma dieta mais saudável e sustentável poderia evitar 1,6 bilhão de toneladas de CO2 por ano até 2050.
O aquecimento global é um dos maiores desafios da humanidade no século XXI. As emissões de gases de efeito estufa provenientes da queima de combustíveis fósseis, do desmatamento e da agropecuária são as principais responsáveis pelo aumento da temperatura média do planeta.
Para evitar as consequências mais graves das mudanças climáticas, é preciso reduzir drasticamente essas emissões nas próximas décadas.
Uma das formas de contribuir para essa redução é mudar os hábitos alimentares. Segundo um estudo publicado na revista Nature Food, se as pessoas adotassem uma dieta mais saudável e sustentável, com menos carne vermelha e mais frutas, verduras e grãos, seria possível evitar cerca de 1,6 bilhão de toneladas de emissões de dióxido de carbono por ano até 2050. Isso equivale a 4% das emissões globais projetadas para esse ano.
O estudo foi realizado por pesquisadores da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, que analisaram os dados de consumo alimentar e emissões de gases de efeito estufa de 171 países. Eles criaram quatro cenários diferentes para o futuro: um em que as pessoas continuam com os mesmos hábitos alimentares atuais; um em que as pessoas seguem as recomendações nutricionais da Organização Mundial da Saúde (OMS); um em que as pessoas adotam uma dieta vegetariana; e um em que as pessoas adotam uma dieta vegana.
Os resultados mostraram que o cenário mais benéfico para o clima seria o vegano, que eliminaria quase 70% das emissões relacionadas à alimentação. No entanto, os pesquisadores reconhecem que essa mudança seria muito difícil de ser implementada na prática, pois envolveria uma transformação radical nos hábitos culturais e sociais das pessoas. Por isso, eles defendem que o cenário mais viável seria o que segue as recomendações da OMS, que reduziria as emissões em 32%.
O estudo também apontou que os países com maior potencial de redução de emissões são aqueles que têm uma dieta baseada em carne vermelha, como os Estados Unidos, a Austrália e o Brasil. Já os países que têm uma dieta mais diversificada e equilibrada, como a Índia, a China e a Nigéria, teriam um impacto menor na mitigação das mudanças climáticas.
Os pesquisadores ressaltam que a mudança nos hábitos alimentares não é a única solução para o problema do aquecimento global, mas sim uma das medidas complementares que podem ser adotadas pelos indivíduos e pelos governos. Eles afirmam que é preciso também investir em tecnologias limpas, em energias renováveis, em eficiência energética e em políticas públicas que incentivem a transição para uma economia de baixo carbono.
O estudo conclui que a escolha dos alimentos que consumimos tem um impacto significativo não só na nossa saúde, mas também na saúde do planeta. Portanto, é preciso conscientizar a população sobre os benefícios de uma alimentação mais saudável e sustentável, tanto para o bem-estar individual quanto para o coletivo.
Fonte: University of Birmingham
Referência:
Li, Y., Zhong, H., Shan, Y. et al. Changes in global food consumption increase GHG emissions despite efficiency gains along global supply chains. Nat Food (2023). https://doi.org/10.1038/s43016-023-00768-z
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in EcoDebate, ISSN 2446-9394
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