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Oceano Ártico poderá estar sem gelo em 2050

 

degelo do Ártico

Oceano Ártico poderá estar sem gelo em 2050

Estudo recente indica que o primeiro mês de setembro sem gelo marinho poderia ocorrer nos anos 2030-2050, independentemente do cenário de emissões

À medida que os impactos das mudanças climáticas são sentidos em todo o mundo, nenhuma área está passando por mudanças mais drásticas do que a região polar norte. Estudos mostraram que o Ártico está aquecendo duas a três vezes mais rápido que o resto do planeta, resultando em uma rápida perda de seu volume de gelo marinho.

O gelo marinho é formado pela solidificação da água salgada sob a ação do frio. Ele cobre cerca de 14 milhões de quilômetros quadrados do Oceano Ártico na maior parte do ano, mas atinge seu mínimo em setembro, quando o verão termina no hemisfério norte.

Esse gelo tem um papel fundamental no equilíbrio climático da Terra, pois reflete a radiação solar e mantém as temperaturas mais baixas. Além disso, ele é o habitat de diversas espécies animais, como ursos polares, focas e morsas.

No entanto, nas últimas décadas, o gelo marinho vem diminuindo drasticamente devido ao aumento das emissões de gases de efeito estufa, que provocam o efeito estufa e o aquecimento da atmosfera e dos oceanos.

Um estudo recente publicado na revista Nature Communications, realizado por cientistas da Coreia do Sul, Canadá e Alemanha, usou dados de observação dos anos 1979-2019 para fazer novas simulações sobre o futuro do gelo marinho no Ártico.

Os resultados indicam que o primeiro mês de setembro sem gelo marinho poderia ocorrer nos anos 2030-2050, independentemente do cenário de emissões. Isso significa que o Oceano Ártico poderia ficar com uma superfície inferior a 1 milhão de km² de gelo, com apenas alguns fragmentos ao longo da costa.

Essa previsão é cerca de uma década antes das projeções mais recentes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, que estimava que o Ártico poderia ficar sem gelo no verão entre 2050 e 2100.

Os autores do estudo atribuem essa diferença à melhoria dos modelos climáticos e à incorporação de fatores naturais, como aerossóis, atividade solar e vulcânica, que têm menor influência do que os gases de efeito estufa.

O desaparecimento do gelo marinho no Ártico terá impactos profundos e irreversíveis para o meio ambiente e a sociedade. Entre eles, estão:

– A aceleração do aquecimento no Ártico, que pode alterar as correntes oceânicas e atmosféricas e afetar o clima em outras regiões do mundo, aumentando os eventos meteorológicos extremos, como ondas de calor e incêndios florestais.
– A perda da biodiversidade e dos ecossistemas polares, que podem levar à extinção de espécies animais e vegetais e à redução dos recursos pesqueiros.
– A elevação do nível do mar, que pode inundar áreas costeiras e ilhas e deslocar milhões de pessoas.
– A abertura de novas rotas comerciais e fontes de energia, que podem gerar conflitos geopolíticos entre os países que disputam o controle da região.

Diante desse cenário alarmante, é urgente tomar medidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

Referência:

Kim, YH., Min, SK., Gillett, N.P. et al. Observationally-constrained projections of an ice-free Arctic even under a low emission scenario. Nat Commun 14, 3139 (2023). https://doi.org/10.1038/s41467-023-38511-8

 

Fontes e leituras sugeridas:

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in EcoDebate, ISSN 2446-9394

 

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