A Devastação do Manancial da Serra da Tapera pela Mineradora Jmb
A Devastação do Manancial da Serra da Tapera pela Mineradora Jmb na Mina Morro dos Coelhos, em Piracema (MG): ampliação das Áreas de Proteção Ambiental
Vagner Luciano Coelho de Lima Andrade1
A atividade turística pode trazer novas probabilidades de preservação e uso sustentável das paisagens e dos patrimônios locais, bem como elementos remanescentes de outras paisagens culturais tradicionais, em especial indígenas e afro-brasileiros.
Vivenciar a legitimidade das paisagens culturais camponesas do Alto-Médio Paraopeba, é uma possibilidade que se descortina no turismo em suas múltiplas modalidades e possibilidades.
O presente resumo apresenta a região do Alto Paraopeba, enquanto recorte espacial de transição entre sociedades tradicionais e urbano-industriais no âmbito das configurações pós-modernas. Assim é um importante recorte espacial que congrega sociedade e natureza aos estudos geomorfológicos, incluindo os seres humanos enquanto agentes da evolução do relevo dentro do recorte temporal do Antropoceno/Tecnógeno/Quinário.
Assim, o mais recente vetor, cuja diretriz de expansão aponta para o norte do estado, segue as vertentes da cadeia do Espinhaço indo ao semiárido mineiro. Nesta direção, já se encontrava um polo siderúrgico/minerário consolidado e, portanto, degradante para a região entre Itapanhoacanga e Serro.
Já o sul do Quadrilátero Ferrífero, é uma região significativa de mosaicos e panoramas que agregam relevante patrimônio ecológico e geológico preservados numa área de múltiplos conflitos e impactos socioambientais.
Outro vetor de expansão no sentido oeste caracteriza-se pelo polo siderúrgico/minerário de Igarapé/Itaúna. Nesta mesma direção, encontra-se o vetor de ampliação Congonhas/Jeceaba, localizado a sudoeste do Quadrilátero e com polo siderúrgico/minerário se desdobrando para áreas adjacentes na direção do Campo das Vertentes e Centro-oeste Mineiro, sentido Itaúna.
Neste contexto, é necessário pensarmos nos impactos sobre os meios bióticos, abióticos e antrópicos, para que eles sejam elementos mudados, que promovam a qualidade de vida dos moradores entre dessas dentro dessas perspectivas de, bem como minimizem a expansão de novos empreendimentos minerários urbanos e imobiliários.
O exemplo de destruição do Morro do Coelho ou Serra da Tapera, através das ações minerárias traz um aprendizado no sentido de entender que novas áreas precisam ser conservadas e valorizadas pela comunidade local visando novas formas de desenvolvimento.
Nos quais o turismo o ecoturismo e o turismo rural promovam a equidade social, justiça e equilíbrio ambiental. A Serra da Tapera, divisa intermunicipal das municipalidades de Desterro de Entre Rios (Campos das Vertentes) e Piracema (Centro-oeste mineiro) era uma comunidade dividia em Tapera de Cima e Tapera de Baixo, com agricultores familiares dedicados à agricultura familiar, mas especificamente a pecuária familiar. Tinham nascentes abundantes de água mineral, que emanavam da Serra do Coelho, nome popular dado à serra. Houve mineração no local nos anos 1960, porém sem sucesso.
A partir de 2014, a mineradora JMN, comprou inúmeras glebas e tendo colocado a planta geral na Tapera, agora se expande para Macuco, Morro Grande e Morro Vermelho. Em quase uma década a área da serra foi toda devastada e o moradores retirados e indenizados.
Por último é destaca-se a necessidade de militância dos movimentos sociais que se organizam aos sul/sudoeste da Grande BH. como os impactos foram muitos sugere-se como contrapartida/compensação a criação dos parques ecológicos: Ponte Nova, Serra da Marcela, Serra de Santo Antônio, Serra do Angá e Serra do Maludo.
1 Educador e Mobilizador da Rede Ação Ambiental. Bacharel-licenciado em Geografia e Análise Ambiental (UNI-BH), Licenciado em História (UNICESUMAR) e especialista na área de Educação, Patrimônio e Paisagem Cultural (Filosofia da Arte e Educação, Metodologia de Ensino de História, Museografia e Patrimônio Cultural, Políticas Públicas Municipais). Licenciado em Ciências Biológicas (FIAR), Tecnólogo em Gestão Ambiental (UNICESUMAR) e especialista na área de Educação, Patrimônio e Paisagem Natural (Administração escolar, Orientação e Supervisão, Ecologia e Monitoramento Ambiental, Gestão e Educação Ambiental, Metodologia de Ensino de Ciências Biológicas). CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/3803389467894439@yahoo.com.br
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in EcoDebate, ISSN 2446-9394
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