Impactos das mudanças climáticas na saúde humana
Impactos das mudanças climáticas na saúde humana
As mudanças climáticas afetam não apenas o meio ambiente, mas também a saúde e o bem-estar das pessoas e, neste artigo, vamos explorar alguns dos impactos mais evidentes na saúde humana
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as mudanças climáticas podem causar cerca de 250 mil mortes adicionais por ano entre 2030 e 2050, devido a fatores como ondas de calor, mal nutrição, doenças infecciosas e desastres naturais.
Ondas de calor
As ondas de calor são períodos de temperaturas extremamente altas que podem causar estresse térmico, desidratação, insolação e até morte. As ondas de calor são cada vez mais frequentes e intensas devido ao aquecimento global, e podem afetar especialmente os idosos, as crianças, os doentes crônicos e os trabalhadores ao ar livre.
Um exemplo de onda de calor devastadora foi a que ocorreu na Europa em 2003, que causou a morte estimada de 70 mil pessoas. Outro exemplo foi a que atingiu o Brasil em 2014, que provocou um aumento de 21% nas internações por doenças respiratórias e cardiovasculares.
Doenças infecciosas
As mudanças climáticas também podem alterar a distribuição e a transmissão de doenças infecciosas, especialmente aquelas transmitidas por vetores como mosquitos, carrapatos e roedores. Isso ocorre porque as mudanças na temperatura, na umidade, na precipitação e na vegetação podem afetar o ciclo de vida e o comportamento desses vetores, bem como a susceptibilidade dos hospedeiros humanos.
Algumas das doenças infecciosas que podem ser influenciadas pelas mudanças climáticas são: dengue, malária, zika, chikungunya, febre amarela, leishmaniose, doença de Lyme, hantavirose e leptospirose. Essas doenças podem causar sintomas como febre, dor de cabeça, erupções cutâneas, sangramentos, anemia, insuficiência renal e até morte.
Desastres naturais
As mudanças climáticas também podem aumentar a frequência e a intensidade de desastres naturais como secas, inundações, furacões, incêndios florestais e terremotos. Esses desastres podem ter consequências diretas e indiretas na saúde humana.
As consequências diretas incluem lesões, traumas e mortes causadas pelo impacto físico dos desastres. As consequências indiretas incluem perda de moradia, infraestrutura, serviços básicos, alimentos e água potável; aumento do risco de doenças transmitidas por água ou alimentos contaminados; deslocamento forçado; violência; conflitos; e problemas de saúde mental.
Saúde mental
As mudanças climáticas também representam uma ameaça para a saúde mental das pessoas. O estresse de viver em um clima em constante mudança pode levar à ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático. Além disso, as pessoas que sofrem os impactos diretos ou indiretos dos desastres naturais podem desenvolver luto, culpa, medo, raiva e desesperança.
Um estudo com pessoas afetadas pelo furacão Katrina nos Estados Unidos descobriu que elas tinham maior probabilidade de enfrentar problemas de saúde mental do que pessoas que não foram afetadas pelo furacão. Outro estudo com agricultores brasileiros afetados pela seca revelou que eles apresentavam sintomas de depressão e ansiedade.
Conclusão
As mudanças climáticas são um problema urgente que requer ações imediatas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e mitigar os seus efeitos. Também é preciso investir em medidas de adaptação para proteger a saúde das pessoas dos impactos das mudanças climáticas.
Algumas dessas medidas são: monitorar os riscos à saúde; fortalecer os sistemas de saúde; promover a educação e a conscientização; melhorar a qualidade do ar; garantir o acesso à água potável e ao saneamento; apoiar a segurança alimentar; e oferecer assistência psicossocial.
A saúde humana depende da saúde do planeta. Ao cuidarmos do meio ambiente, cuidamos também de nós mesmos e das futuras gerações.
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in EcoDebate, ISSN 2446-9394
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