A Visita Pedagógica como Didatização do Saber Científico
A Visita Pedagógica como Didatização do Saber Científico: propostas para visitação às paisagens históricas da Serra Casa de Pedra, município de Congonhas – MG
Flávio Moreira da Silva1
Vagner Luciano Coelho de Lima Andrade2
A Serra da Casa de Pedra é a denominação utilizada para mencionar o conjunto paisagístico composto pelos Morros do Engenho, Morro do Pilar e Morro de Santo Antônio, estando o Engenho como ponto culminante do município de Congonhas com altitude de 1.630 metros.
Está urbe localiza-se no Espinhaço Meridional e está inserida na Zona Metalúrgica, a sudoeste do Quadrilátero Ferrífero. Assim neste conflito entre campo e cidade, resta desmistificar a ideia progressista pautada no tripé cidade/indústria/capitalismo contribuindo para a resignificação da paisagem local a partir de elementos historicamente autênticos, que devem ser resgatados para a devida valorização da cultura, identidade e territorialidade camponesa, que mesmo a poucos quilômetros de Belo Horizonte, a sexta maior cidade brasileira insiste em existir e se perpetuar entre os seus.
Devido às questões de impactos, esta revisão visa rediscutir a ampliação ideológica e mercadológica da mineração contemporânea com vistas a apresentar novas perspectivas societárias que promovam desenvolvimento econômico, equidade social e preservação ambiental.
A conservação dos patrimônios culturais e naturais se faz mais que necessário, com instituição de novas áreas de proteção, enquanto uma prerrogativa para viabilizar a sustentabilidade ao sul/sudoeste do Quadrilátero Ferrífero.
As pesquisas resultantes de buscas contribuem para uma procura da paisagem efetivando e potencializando o seu uso como instrumento pedagógico e como transformador da realidade socioambiental.
Por último destaca-se questão de reabilitação das áreas devastadas em especial a mina da fábrica ferro, mais a JMN Mineração, bem como o empreendimento da Companhia Siderúrgica Nacional, com grandes impactos sobre a serra Casa de Pedra. A serra está a pouca distância de Congonhas.
A cava minerária da Casa de Pedra por si só representa um grande risco à comunidade da cidade de Congonhas por ser uma mineradora classificada como de risco e as comunidades do entorno encontra-se diretamente e indiretamente atormentada pela possibilidade de um elemento catastrófico, uma vez, que já tem-se a triste experiência na história mineira, quando Brumadinho se tornou manchete nacional e internacional mostrando que apesar da mineração ser algo necessário na sociedade capitalista, de agora em diante precisa-se construir a emancipação das comunidades locais atingidas pela mineração.
Novas formas de proteger o meio ambiente, novos modos de Economia, novas formas de invenção do ser/estar mundo. A proposta consiste em ofertar regularmente o Circuito urbano-industrial Congonhas, que objetiva repensar a apropriação do conhecimento sobre o meio ambiente e a reconfiguração do espaço geográfico pelo processo de produção urbano-industrial capitalista: suas projeções e desdobramentos, numa perspectiva interdisciplinar entre Ecologia, Geografia e História.
Ao final do Projeto, e com as atividades desenvolvidas e os dados da pesquisa coletados, espera-se contribuir para a elevação dos conhecimentos da comunidade acerca das questões socioambientais desenvolvidas na pesquisa com bases aplicadas na geração do modelo societário ideal.
Espera-se ampliar o movimento ecológico no contexto da localidade em questão, para que os atores envolvidos com o projeto se sintam motivados e engajados em prosseguir com as proposições, contribuindo para a disseminação das ideias de apropriação ecológica do espaço turístico suscitadas na pesquisa, aproximando-se assim os conceitos associados com extensão comunitária.
1 Graduado em Geografia pela Faculdade Pedro II em Belo Horizonte. Fundador e pesquisador do Projeto Geografia em Foco, trabalha na divulgação da Geografia nas mais diversas áreas desta ciência, especialmente em: Estudos Geo-ambientais, Geografia e Criminalidade e Geografia Urbana.
2 Graduando em Artes Visuais pelo Centro Universitário de Maringá (UNICESUMAR). E-mail: botafogo321@yahoo.com.br
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in EcoDebate, ISSN 2446-9394
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