Representações do patrimônio brasileiro nas telas de Tarsila do Amaral
Representações do patrimônio brasileiro nas telas de Tarsila do Amaral
Contrastes iconográficos na semana da arte moderna de 1922: representações do patrimônio brasileiro nas telas de Tarsila do Amaral
Vagner Luciano Coelho de Lima Andrade (1)
Resumo: O artigo aborda a influência do padrão europeu e da veracidade na arte brasileira do século XIX e início do XX, e destaca a trajetória e a obra de Tarsila do Amaral, uma das principais pintoras modernistas do país. Tarsila rompeu com o modelo acadêmico e incorporou elementos da cultura e da natureza brasileiras em suas telas, criando um estilo singular e antropofágico. Tarsila também estimulou o modernismo na América Latina e recebeu homenagens internacionais por sua contribuição à arte.
A partir de um padrão europeu, os pactos de veracidade contagiaram a arte da primeira metade do século XIX. Numa conjuntura completa em torno dos conhecimentos científicos que teriam o encargo civilizador baseado na racionalidade. Os intercâmbios discursivos e iconográficos compuseram uma rede despontando singularidades com contestações consolidadas pelos modernistas. A pintora paulista Tarsila de Aguiar do Amaral (1886-1973), graças ao estilo artístico próprio, galgou a fama na arte, trabalhando sob encomenda. A artista, pintora, escultora, desenhista, ilustradora, cronista e tradutora trouxe elementos de brasilidade para suas telas, incorporando elementos dos patrimônios naturais e culturais. Com a Semana da Arte Moderna em 1922, o imaginário nacionalista floresce na arte pictórica contrapondo-se ao padrão europeu.
Além das 230 pinturas, centenas de desenhos, ilustrações, gravuras, murais e cinco esculturas, a herança de Tarsila é sua implicação na direção da arte latino-americana. Tarsila estimulou o modernismo na América Latina e desenvolveu um estilo singular no Brasil. Adotando seu exemplo, outros artistas latino-americanos foram influenciados a usar o tema indígena brasileiro e ampliar seu próprio estilo. A cratera Amaral em Mercúrio ganhou o nome da pintora brasileira como um tributo da União Astronômica Internacional. Em 2018, o MoMA, em Nova Iorque, abriu uma mostra especial de seu trabalho, a oitava retrospectiva sobre artistas da América Latina. A seguir uma classificação das 83 principais obras nacionalistas de Tarsila subdividida em patrimônio natural e patrimônio cultural.
67 obras representam imagens associadas ao Patrimônio cultural brasileiro: Pátio com Coração de Jesus (Ilha de Wright) – 1921, A Espanhola (Paquita) – 1922, Chapéu Azul – 1922, Margaridas de Mário de Andrade – 1922, O Passaporte (Portrait de femme) – 1922, Retrato de Oswald de Andrade – 1922, Retrato de Mário de Andrade – 1922, A Caipirinha – 1923, Estudo (Nu) – 1923, Manteau Rouge – 1923, Rio de Janeiro – 1923, A Negra – 1923, Caipirinha – 1923, Estudo (La Tasse) – 1923, Figura em Azul (Fundo com laranjas) – 1923, Natureza-morta com relógios – 1923, O Modelo – 1923, Pont Neuf – 1923, Retrato azul (Sérgio Milliet) – 1923, Retrato de Oswald de Andrade – 1923, Autorretrato – 1924, São Paulo (Gazo) – 1924, A Cuca – 1924, São Paulo – 1924, São Paulo (Gazo) – 1924, A Feira I – 1924, Morro da Favela – 1924, Carnaval em Madureira – 1924, Anjos – 1924, EFCB (Estrada de Ferro Central do Brasil) – 1924, O Pescador – 1925, A Família – 1925, Vendedor de Frutas – 1925, A Feira II – 1925, A Gare – 1925, Lagoa Santa – 1925, Romance – 1925, Sagrado Coração de Jesus I – 1926, Religião Brasileira I – 1927, Pastoral – 1927, A Boneca – 1928, O Sono – 1928, Calmaria I – 1928, Distância – 1928 Abaporu – 1928, Cartão Postal – 1928, Antropofagia – 1929, Calmaria II – 1929, Cidade (A Rua) – 1929, Idílio – 1929, Distância – 1929, Retrato do Padre Bento – 1931, Operários – 1933, Segunda Classe – 1933, Crianças (Orfanato) – 1935/1949, Costureiras – 1936/1950, Altar (Reza) – 1939, O Casamento – 1940, Procissão – 1941, Fazenda – 1950, Porto I – 1953, Procissão (Painel) – 1954, Batizado de Macunaíma – 1956, A Metrópole – 1958, Passagem de nível III – 1965, Porto II – 1966, Religião Brasileira IV – 1970. E apenas 16 representam elementos do patrimônio natural: Árvore – 1922, Paisagem com Touro I – 1925, O Mamoeiro – 1925, Palmeiras – 1925, Manacá – 1927, O Lago – 1928, O Sapo – 1928, O Touro – 1928, O Ovo (Urutu) – 1928, A Lua – 1928, Floresta – 1929, Sol Poente – 1929, Terra – 1943, Primavera – 1946, Estratosfera – 1947, Praia – 1947,
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in EcoDebate, ISSN 2446-9394
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