As 3 cidades fluminenses com maior decrescimento populacional entre 2010 e 2022
As 3 cidades fluminenses com maior decrescimento populacional entre 2010 e 2022, artigo de José Eustáquio Diniz Alves
O IBGE divulgou no dia 28 de dezembro de 2022 a prévia da população dos municípios, dos estados e do país com base nos dados coletados pelo Censo Demográfico até o dia 25 de dezembro.
O levantamento indicou 207.750.291 milhões de habitantes em 2022. Porém, este número não representa o resultado final.
A coleta prosseguirá nos meses de janeiro e fevereiro de 2023 e alguns números das estimativas municipais enviadas ao Tribunal de Contas da União (TCU), provavelmente, deverão ser revisados.
A tabela abaixo mostra a população das três cidades fluminenses com maior decrescimento populacional entre o censo de 2010 e a prévia do censo de 2022. A população de São Gonçalo era de 779,8 mil habitantes em 1991 e passou para 999,7 mil em 2010, um crescimento de 1,3% ao ano no período. Segundo a estimativa populacional do IBGE, a população são-gonçalense teria chegado a quase 1,1 milhão de habitantes em 2021. Porém, a prévia do censo 2022 indicou uma população de 929,4 mil habitantes em São Gonçalo, uma redução de 70,3 mil pessoas entre 2010 e 2022.
A população de Duque de Caxias era de 667,8 mil habitantes em 1991 e passou para 855 mil em 2010, um crescimento de 1,3% ao ano no período. Segundo a estimativa populacional do IBGE a população caxiense teria chegado a quase 929,4 mil habitantes em 2021. Porém, a prévia do censo 2022 indicou uma população de 782,8 mil habitantes em Duque de Caxias, uma redução de 72,2 mil pessoas entre 2010 e 2022.
A população de São João do Meriti era de 425,8 mil habitantes em 1991 e passou para 458,7 mil em 2010, um crescimento de somente 0,4% ao ano no período. Segundo a estimativa populacional do IBGE a população meritiense teria chegado a quase 473,4 mil habitantes em 2021. Porém, a prévia do censo 2022 indicou uma população de 393,8 mil habitantes em São João do Meriti, uma redução de 64,9 mil pessoas entre 2010 e 2022.
A tabela abaixo mostra o número de nascimentos e óbitos da cidade de São Gonçalo, segundo os registros do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), entre agosto de 2010 e julho de 2022. Nota-se que entre agosto de 2010 e julho de 2022 nasceram 132,3 mil bebês e morreram 96,5 mil pessoas em São Gonçalo, com crescimento vegetativo de 35,7 mil habitantes. Como a população são-gonçalense era de 999,7 mil habitantes em 2010, se acrescentarmos os 35,7 mil habitantes do crescimento vegetativo, teríamos 1.035.468 habitantes em 2022.
A tabela abaixo mostra o número de nascimentos e óbitos da cidade de Duque de Caxias, segundo os registros do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), entre agosto de 2010 e julho de 2022. Nota-se que entre agosto de 2010 e julho de 2022 nasceram 154,2 mil bebês e morreram 85,4 mil pessoas em Duque de Caxias, com crescimento vegetativo de 68,8 mil habitantes. Como a população caxiense era de 855 mil habitantes em 2010, se acrescentarmos os 68,8 mil habitantes do crescimento vegetativo, teríamos 923.892 habitantes em 2022.
A tabela abaixo mostra o número de nascimentos e óbitos da cidade de São João do Meriti, segundo os registros do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), entre agosto de 2010 e julho de 2022. Nota-se que entre agosto de 2010 e julho de 2022 nasceram 75,6 mil bebês e morreram 47,5 mil pessoas em São João do Meriti, com crescimento vegetativo de 28,1 mil habitantes. Como a população meritiense era de 458,7 mil habitantes em 2010, se acrescentarmos os 28,1 mil habitantes do crescimento vegetativo, teríamos 486.815 habitantes em 2022.
A tabela abaixo mostra, para as 3 cidades fluminenses em questão, a população de 2010, o aumento vegetativo entre agosto de 2010 e julho de 2022, a soma do valor de 2010 com o crescimento vegetativo e a estimativa da prévia do censo de 2022. Nota-se que a população de 2010 somada ao crescimento vegetativo resulta em 106 mil habitantes a mais do que na prévia do censo 2022 em São Gonçalo, 141,1 mil habitantes em Duque de Caxias e de 93 mil habitantes em São João do Meriti.
Evidentemente, os números da prévia do censo 2022 poderiam estar corretos se tivesse havido um saldo migratório negativo nestes 3 municípios. Mas esta é uma hipótese pouco provável. A possibilidade mais certa é que tenha havido subenumeração na contagem destes 3 municípios.
Ao mesmo tempo existem municípios que apresentaram crescimento acima da média nacional. Reportagem de Rone Carvalho, publicada no Diário da Região (07/01/2023), mostra que os prefeitos da região Noroeste de São Paulo estão satisfeitos com os números da prévia do censo 2022.
Até o final do recenseamento os números gerais devem ser revisados e é fundamental que se chegue a um nível de cobertura que seja o mais próximo possível da realidade. Todo esforço deve ser feito para completar de maneira adequada o censo 2022, para que o país tenha os dados corretos para servir de base para as políticas públicas.
José Eustáquio Diniz Alves
Doutor em demografia, link do CV Lattes:
http://lattes.cnpq.br/2003298427606382
Referências:
IBGE. Prévia da População dos Municípios com base nos dados do Censo Demográfico 2022 coletados até 25/12/2022, divulgação em 28 de dezembro de 2022
https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/22827-censo-demografico-2022.html?edicao=35938&t=resultados
ALVES, JED. Demografia e Economia nos 200 anos da Independência do Brasil e cenários para o século XXI, Escola de Negócios e Seguro (ENS), maio de 2022. (Colaboração de Francisco Galiza). Acesso gratuito no site da ENS: https://ens.edu.br:81/arquivos/Livro%20Demografia%20e%20Economia_digital_2.pdf
Carvalho, R. Custo de vida menor e rápido acesso a Rio Preto ‘incham’ cidades da região, Diário da Região, 07/01/2023 https://www.diariodaregiao.com.br/cidades/regiao/custo-de-vida-menor-e-rapido-acesso-a-rio-preto-incham-cidades-da-regi-o-1.1038344
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in EcoDebate, ISSN 2446-9394
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