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Ouro acima da lei: áreas protegidas da Amazônia em perigo

 

Ouro acima da lei: áreas protegidas da Amazônia em perigo

98% do ouro comercializado no entorno de Terras Indígenas da Amazônia têm indícios de ilegalidade

 

Áreas protegidas pela lei, como Terras Indígenas e Unidades de Conservação, estão sob intensa pressão das operações ilegais.

 

A ausência de controles sobre a origem do ouro comercializado no Brasil é um incentivo para que as operações ilegais avancem sobre as Terras Indígenas e Unidades de Conservação.

Na Amazônia, nada menos que 98% do ouro comercializado a partir de áreas no entorno de Terras Indígenas têm graves indícios de ilegalidade, assim como 56% do ouro comercializado por áreas ao redor das Unidades de Conservação. Em seu novo estudo na temática da mineração – Ouro acima da lei: áreas protegidas da Amazônia em perigo – o Instituto Escolhas traz esses e outros dados que reforçam a ameaça sobre áreas legalmente protegidas.

O estudo analisou dados de comercialização de ouro na Amazônia entre 2018 e 2020 e identificou 23 toneladas de ouro com graves indícios de ilegalidade registrados em áreas no entorno de Terras Indígenas e Unidades de Conservação. Desta vez, o alerta para as autoridades é que essas áreas no entorno podem estar sendo usadas para “lavar” o ouro ilegal.

Segundo Larissa Rodrigues, gerente de portfólio do Instituto Escolhas, a pesquisa mostra ainda que existem 1.304 processos minerários para ouro dentro das áreas protegidas da Amazônia. “Alguns desses processos até registram a venda de ouro, em uma atitude de total desprezo pela lei. É urgente que eles sejam imediatamente cancelados, porque definitivamente a atividade mineral não pode acontecer dentro dessas áreas”, afirma.

A pesquisa também cita o caso da Terra Indígena Yanomami (TIY), localizada entre Roraima e Amazonas e uma das mais afetadas por garimpos ilegais no Brasil. Curiosamente, os dados oficiais não registram nenhuma operação de venda de ouro em Roraima, onde está a maior parte dos garimpos identificados na TIY. “Isso mostra que o ouro retirado ilegalmente das Terras Indígenas e Unidades de Conservação acaba sendo registrado como se viesse de outros lugares, ou seja, está sendo ‘lavado’ e entrando no mercado como se fosse legal”, avisa Rodrigues.

O estudo Ouro acima da lei: áreas protegidas da Amazônia em perigo pode ser acessado aqui.

E conheça também a proposta Blockchain, rastreabilidade e monitoramento para o ouro brasileiro, elaborada pelo Escolhas, que estabelece um sistema de rastreabilidade da origem do ouro brasileiro, com controles da extração até as exportações.

infográfico indícios de ilegalidade na comercialização de ouro

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394

 

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