Como o bem-estar animal contribui para a saúde dos cães e gatos
Como o bem-estar animal contribui para a saúde dos cães e gatos, artigo de Thais Salgueiro Souza
Vivemos em uma época em que cada vez mais os cães e gatos são vistos como membros da família, e por isso, precisamos sempre buscar informações que melhorem a saúde e o bem-estar desses animais.
Esse cuidado vai muito além da alimentação, ele engloba todos os aspectos que influenciam na qualidade de vida desses animais. É necessário que eles tenham harmonia com o ambiente em que vivem, além de uma completa saúde física e mental.
Todos os animais precisam ter acesso fácil às cinco liberdades: livre de fome e sede, livre de dor e doença, livre de desconforto, livre para expressar seu comportamento natural da espécie e livre de medo e estresse.
1 – Livre de fome e sede: O animal precisa ter acesso à comida e água de qualidade, em quantidade e frequência específicas para cada espécie, e a água deve sempre ser oferecida de forma limpa e fresca.
2 – Livre de dor e doença: Relacionado especificamente a saúde física, como doenças, ferimentos e dores. Devemos sempre garantir a prevenção, diagnóstico e tratamento correto aos animais.
3 – Livre de desconforto: Eles devem estar livres de desconforto térmico (expostos ao sol e a chuva), e possuir um abrigo e local para descanso que sejam confortáveis para cada espécie.
4 – Livre para expressar seu comportamento natural da espécie: É necessário que se tenha um espaço e instalações adequadas para que cada espécie tenha a liberdade de se comportar naturalmente.
5 – Livre de medo e estresse: Além da integridade física, os animais também precisam evitar sentimentos negativos que os levam ao sofrimento mental. Por isso, não devem ser expostos a situações que geram medo, estresse e ansiedade.
Nós, médicos veterinários, temos um papel importante na disseminação dessas informações, mas as cinco liberdades devem ser observadas por toda a sociedade, principalmente os tutores de cães e gatos que são os responsáveis por garantir a saúde e o bem-estar desses animais.
Nesse sentido, algumas dicas podem ser valiosas para o processo de melhoramento da qualidade de vida dos animais, como cuidados de higiene e alimentação.
Leve sempre seu animal ao médico veterinário
O primeiro passo para manter seu animal saudável é a visita periódica ao médico veterinário. Uma consulta de rotina serve não só para se ter a certeza que o animal está sadio, mas também auxiliar no diagnóstico precoce de determinadas doenças, como por exemplo: Diabetes, doenças cardíacas, doenças articulares entre outras.
A vacinação desses animais é de suma importância, visto que se consegue prevenir diversas doenças a partir da aplicação do imunizante, como a cinomose e a parvovirose canina e a panleucopenia e a rinotraqueíte felina.
As vacinas mais importantes disponíveis são a antirrábica para os cães e gatos, a vacina polivalente canina e a vacina polivalente felina.
A frequência que seu cão ou gato deve ser imunizado, varia de acordo com sua idade e modo de vida, e somente o médico veterinário orientará e realizar a aplicação da melhor forma possível. Lembrando sempre que todos os animais começam o protocolo vacinal ainda filhotes, entre 6 a 8 semanas de idade.
Outro método eficaz para aumentar a qualidade e a expectativa de vida desses animais é a castração. Ela é recomendada para todos os cães e gatos sadios a partir de 6 meses de idade.
Além da prevenção a crias e filhotes indesejados e condenados ao abandono em massa em ruas e estradas, a castração precoce, ou seja, aos 6 meses de idade, evita o aparecimento de tumores no trato reprodutivo desses animais, como o tumor de mama nas fêmeas e o de próstata nos machos.
Outro ponto importante da castração é a prevenção da piometra, uma infecção que ocorre no útero das fêmeas, visto que o procedimento consiste na remoção cirúrgica do útero e dos ovários. Reduzindo também a gravidez psicológica, outra comorbidade que gera prejuízos à saúde, como ansiedade, produção de leite e mastite (infecção da glândula mamária).
Nos machos castrados aos 6 meses de idade, podemos reduzir a agressividade e a marcação de território. E nos gatos em geral, além de todos esses benefícios citados acima, também reduzimos acidentes, brigas e transmissão de doenças infectocontagiosas, como a esporotricose e a FIV (vírus da imunodeficiência felina).
Devemos também combater os parasitas, são eles os ectoparasitas – que ficam na parte externa do animal, como as pulgas e carrapatos, e os endoparasitas – que são os vermes intestinais.
A prevenção deve ser realizada periodicamente de acordo com o médico veterinário. Lembrando que todos os parasitas, causam prejuízo à saúde animal, podendo transmitir doenças, causando anemias, e até o óbito quando não tratados adequadamente.
Em resumo, é durante a consulta veterinária que se deve instruir os tutores nas observações do dia a dia, como a importância da manutenção do peso corporal para a prevenção de doenças, nos cuidados de higiene como a escovação dentaria e a frequência de banhos, na microchipagem como método eficaz para o reencontro caso haja uma perda, passeios e enriquecimento ambiental, promovendo assim, mais saúde e bem-estar para os animais.
Thais Salgueiro Souza
Médica Veterinária formada pela Faculdade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC) – 2018. Com atuação na área clínica de cães e gatos. Faz parte de um projeto ambiental que promove a vacinação polivalente em massa de cães no estado de Minas Gerais com ênfase na erradicação da cinomose.
SITES
https://dmv.ufla.br/pet/informativos/100-as-5-liberdades-dos-animais
https://certifiedhumanebrasil.org/conheca-as-cinco-liberdades-dos-animais/
file:///C:/Users/thais/Dropbox/My%20PC%20(LAPTOP-JVEHDQ0K)/Downloads/folder-bem-estar-animal.pdf
Henrique Cortez *, tradução e edição.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394
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