Entre 2000 e 2020 a vegetação natural diminuiu 513 mil km²
Entre 2000 e 2020 a vegetação natural diminuiu 513 mil km²
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De 2000 a 2020, a Vegetação campestre do país teve redução 10,6% (192,5 mil km²) enquanto a Vegetação florestal diminuiu 7,9% (320,7 mil). Somados, esses dois tipos de cobertura perderam 513,1 mil km² entre 2000 e 2020, o equivalente a 6,0% do território do país.
- No mesmo período (2000/2020), a área da Silvicultura no país cresceu 71,4% (36 mil km²), a Área agrícola cresceu 50,1% (229,9 mil km²) e a de Pastagem com manejo, 27,9% (247 mil km²).
- As mudanças mais intensas foram nas bordas da Amazônia, no MATOPIBA, no sul do Rio Grande do Sul e na área que vai do Oeste Paulista ao leste de Mato Grosso do Sul e Goiás.
- As Áreas agrícolas tem destaque especialmente nos estados do Mato Grosso (18,1%), São Paulo (14,9%), Rio Grande do Sul (14,3%) e Paraná (10,5%) com os maiores percentuais de terras nessa classe, em relação ao total Brasil.
- Os estoques de Áreas agrícolas tiveram expansão no Maranhão (2,8 p.p.), Tocantins (4,4 p.p.), Piauí (3,8 p.p.) e Bahia (2,7 p.p), no período de 2000 a 2020.
- O Pará foi a Unidade da Federação com a maior expansão de Pastagem com manejo: 87,8 mil km²; e com maior redução de vegetação natural, 123,2 mil km²
- De 2018 a 2020, 70 mil km² do país sofreu alguma mudança de cobertura e uso da terra, correspondendo a 0,7% do território nacional, ou uma área equivalente à de Alagoas e do Rio de Janeiro.
- Neste período (2018/2020), as principais conversões foram de Pastagem com manejo para Área agrícola (14,9 mil km²), de Mosaico de ocupações em área florestal para Pastagem com manejo (12,3 mil km²) e de Vegetação florestal para Mosaico de ocupações em área florestal (11,8 mil km²).
O IBGE divulgou as Contas Econômicas Ambientais da Terra: Contabilidade Física, pesquisa inédita que demonstra as mudanças dos estoques do recurso no país de 2000 a 2020. A publicação parte dos resultados do Monitoramento da Cobertura e Uso da Terra, realizados e divulgados neste período.
Entre os principais resultados está a redução das áreas de vegetação natural no país. A Vegetação campestre retraiu 10,6% (192,5 mil km) enquanto a Vegetação florestal viu reduzir seu território em 7,9% (320,7 mil km²). Somadas, ambas reduziram 513,1 mil km² entre 2000 e 2020.
Ainda em relação às conversões de terra no período (2000/2020), 72,5 mil km² de Vegetação campestre e 85,3 mil km² de Pastagem com manejo foram convertidos em Área agrícola. O montante, 157,7 mil km² de terras, corresponde a 65,6% do total de terra convertida em Área agrícola.
Adicionalmente à dinâmica agropecuária, 149,3 mil km² de Vegetação florestal foi convertida em Pastagem com manejo no período, o que representa 43,8% do total das conversões so-bre a Vegetação florestal. “A pesquisa mostra uma tendência de conversão de uso: destacando-se a expansão de áreas agrícolas sobre a vegetações campestres e pastagem com manejo, além de um crescimento da pastagem com manejo sobre as vegetações florestais”, desenvolve a gerente da pesquisa, Ivone Lopes Batista.
As análises da publicação apresentam a dinâmica de mudanças, com destaque importante nas bordas da Amazônia, no MATOPIBA, no sul do Rio Grande do Sul e no trecho que engloba o Oeste Paulista e o leste do Mato Grosso do Sul e de Goiás. “Essas conversões são desiguais no território. Em algumas áreas, avançam bastante e, em outras, são contidas por áreas especiais, como Unidades de Conservação e Terras Indígenas “, explica Ivone.
Pará teve maior expansão de pastagem com manejo e maior redução de vegetação nativa
Entre as Unidades da Federação, a maior expansão das áreas de Pastagem com manejo foi no Pará: mais 87,8 mil km² em 20 anos. Em seguida vem o Mato Grosso (45,9 mil km²) e Rondônia (35,9 mil km²). Os três estados, na mesma ordem, tiveram as maiores reduções de vegetação natural, 123,3 mil, 97,8 mil e 40,8 mil km², respectivamente.
A Silvicultura avançou, principalmente, sobre as áreas de Vegetação campestre, Mosaico de ocupações em área florestal e Pastagem com manejo. As maiores expansões foram em Mato Grosso do Sul (7,8 mil km²), Minas Gerais (6,6 mil km²) e Rio Grande do Sul (4,8 mil km²).
Entre 2018 e 2020, uso da terra foi alterado em área equivalente à de Alagoas e do Rio de Janeiro
Também foi divulgada hoje a atualização do “Monitoramento da Cobertura e Uso da Terra do Brasil”, que abrange as mudanças territoriais do país entre 2018 e 2020. Neste período, 70 mil km² da área nacional sofreram alguma mudança, correspondendo a 0,7% do território nacional, ou uma área equivalente à dos estados de Alagoas e Rio de Janeiro, somados. A principal alteração foi o avanço das atividades agropecuárias sobre a vegetação natural.
Neste período (2018/2020), as principais conversões foram da Pastagem com manejo para a Área agrícola (14,9 mil km²), do Mosaico de ocupações em área florestal para Pastagem com manejo (12,3 mil km²) e de Vegetação florestal para Mosaico de ocupações em área florestal (11,8 mil km²), o que representa uma fragmentação da paisagem.
Algumas regiões do país se destacaram: o centro-norte de Mato Grosso; o leste sentido nordeste do Pará; as divisas de Rondônia, Acre e Amazonas; a região da savana de Roraima; o MATOPIBA; o Oeste Paulista, o recorte que abarca o leste do Mato Grosso do Sul, Goiás e Triângulo Mineiro; além do sul do Rio Grande do Sul.
O levantamento também captou as reduções nas Vegetações florestal e campestre, de 2018 a 2020. Na primeira, destaque para Pará (4,7 mil km²), Mato Grosso (2,4 mil km²) e Rondônia (2,1 mil km²). Na segunda, Tocantins (1,8 mil km²), Mato Grosso (1,4 mil km²) e Rio Grande do Sul (1,1 mil km²) lideraram.
Interpretação visual de imagens de satélite e campanhas de campo
O Monitoramento da Cobertura e Uso da Terra tem como objetivo espacializar e quantificar a cobertura e uso da terra do Brasil, em períodos regulares, a partir do mapeamento sistemático. A metodologia envolve interpretação visual de imagens de satélite, campanhas de campo e consulta a informações complementares. Os dados são divulgados em Grade Estatística, que cobre o território brasileiro com células de 1km². Como subprodutos, são disponibilizados os mapas, gráficos e tabelas com estatísticas que compõe as Contas Físicas e a Matriz de Mudanças ocorridas nos períodos analisados.
IBGE atualiza base de dados das “Contas de Ecossistemas: o Uso da Terra nos Biomas Brasileiros”
O IBGE também disponibiliza hoje a atualização da base de dados das Contas de Ecossistemas: o uso da terra nos biomas brasileiros em mais uma etapa do projeto de incluir os indicadores ambientais do país nas Contas Nacionais. O estudo, realizado a partir de uma síntese dos dados do Monitoramento da Cobertura e Uso da Terra”, apresenta uma análise da extensão das áreas naturais e antropizadas nos biomas, considerando as conversões de uso da terra no período 2018-2020. Está sendo disponibilizada, ainda, toda a série história ajustada.
Consultas interativas aos dados e subprodutos podem ser realizadas através do Banco de Dados e Informações Ambientais e da Plataforma Geográfica Interativa.
Fonte: IBGE
in EcoDebate, ISSN 2446-9394
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