Número de queimadas aumenta no Cerrado e na Amazônia
Número de queimadas aumenta no Cerrado e na Amazônia
Cerrado teve mais de 10 mil focos entre janeiro e junho, pior marca para o período desde 2010, com aumento de 13% em comparação a 2021; aumento na Amazônia foi de 17%
Nos seis primeiros meses de 2022, o número de queimadas aumentou 13% no Cerrado e 17% na Amazônia, em comparação ao mesmo período no ano passado, de acordo com o Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O desmatamento também apresenta tendência de alta recorde nos dois biomas.
No Cerrado, foram detectados 10.869 focos de queimadas entre o início de janeiro e o fim de junho, um aumento de 13% em comparação ao mesmo período de 2021, quando foram registrados 9.568 focos. É o maior número para o período desde 2010.
Os valores registrados em junho de 2022 permaneceram estáveis em relação aos de 2021. Entre 1 e 30 de junho de 2022, foram detectados 4.239 focos no Cerrado, contra 4.181 no ano passado – um aumento de 1,4%.
Na Amazônia, o número acumulado de queimadas nos seis primeiros meses do ano foi de 7.533 – um aumento de 17% em comparação ao mesmo período em 2021, quando foram detectados 6.387 focos de queimadas. Em junho de 2022, foram registrados 2.562 focos, contra 2.305 em 2021 – um aumento de 11%.
Desmatamento
Os dados do DETER/INPE para desmatamento foram atualizados até o dia 24 de junho. Mas, mesmo faltando uma semana para fechar o mês, o Cerrado teve em 2022 o pior mês de junho já registrado desde o início do monitoramento no bioma. Foram desmatados 752 km2. A área sob alerta de desmatamento em junho de 2022 aumentou 55% em comparação a junho do ano passado.
No acumulado do início do ano até o dia 24 de junho, o Cerrado também teve o pior início de ano desde o lançamento do DETER no bioma. Foram desmatados 3.364 km2 desde o início de 2022 – um aumento de 34% em relação ao mesmo período em 2021.
Na Amazônia, o mês de junho apresentou uma redução de 17% no número de alertas de desmatamento, em comparação com junho de 2021. No acumulado de alertas desde o início do ano, porém, a Amazônia teve o pior início de ano desde o lançamento do DETER: 3.750 km2, um aumento de 4% em relação ao mesmo período no em 2021.
“Com Bolsonaro correndo atrás nas pesquisas, os grileiros, os garimpeiros e todos que navegam na impunidade hoje reinante estão sentindo que precisam correr para consolidar seus crimes, com receio de que um novo governo possa acabar com essa festa. É uma verdadeira corrida contra o Brasil e até o final do ano vamos ver o tamanho desse desastre,” afirma Raul do Valle, especialista em políticas públicas do WWF-Brasil.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394
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