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Como evitar e controlar infestação por carunchos

 

arroz com carunchos

Como evitar e controlar infestação por carunchos

Muitas pessoas se desfazem dos alimentos contaminados por carunchos, mas a sua ingestão realmente faz mal à saúde?

Quem nunca pegou um pacote de alimento aberto no armário e percebeu alguns bichinhos na embalagem? Esses insetos, conhecidos como carunchos, são classificados como pequenos besouros, com tamanho em torno de 3 milímetros, e com reprodução dependente de fatores como umidade e temperatura.

De acordo com a coordenadora de Nutrição da Faculdade Anhanguera, professora Edna Freignan, produtos com carunchos não têm a sua qualidade e o valor nutricional comprometidos. “Eles em si não fazem mal ao organismo, mas podem funcionar como um vetor de fungos e outros parasitas que provocam danos e lesões na superfície dos grãos, favorecendo a produção de toxinas nos alimentos. Essas, sim, são prejudiciais à saúde da população humana e animal”, pontua.

O caruncho pode se desenvolver em todos os tipos de alimentos, principalmente nos secos, como farinhas, massas secas (macarrão e outras), chás, biscoitos, leguminosas (feijão, lentilha, ervilha, grão de bico, soja) e cereais (arroz, milho de pipoca). “Um produto infestado significa que dezenas a centenas de ovos ou larvas continuarão a se desenvolver no pacote, ou migrar para um próximo mantimento. Já nos alimentos ricos em sódio essas pragas não costumam se desenvolver devido a composição da substância”, explica.

A docente explica que o controle da proliferação do inseto deve ser feito ainda na plantação, mas há casos em que eles sobrevivem ao processo de beneficiamento ou de embalagem dos produtos, e a infestação geralmente começa a partir de um alimento adquirido já contaminado. Com condições climáticas favoráveis, eles se desenvolvem com mais facilidade. “Isso pode ocorrer desde o estoque do produtor até o depósito onde os alimentos são estocados pelo supermercado”. O ideal é adquirir alimentos que estejam em boas condições de armazenamento, manipulação e higiene do local. “A presença de insetos voando pelo ambiente também deve ser considerada”, alerta.

No caso dos alimentos industrializados, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tolera alguns fragmentos de insetos, mas a professora alerta que há um risco nesse aproveitamento. “Na presença de mais de cinco insetos, pó no fundo do saco do alimento e larvas, o produto deve ser descartado. O consumo não é totalmente seguro, mas caso opte pelo reaproveitamento, o recomendado é guardá-lo por 24h no freezer, assim os carunchos param seu desenvolvimento. Após esse período apenas separe e lave o alimento. É importante deixar de molho, e o que boiar deve ser descartado”, informa a docente.

Edna orienta que na hora da faxina é necessário observar a presença de carunchos. Caso eles sejam encontrados é recomendado que os armários, prateleiras e outras áreas de armazenagem sejam esvaziados e as superfícies devem ser higienizadas com um pano limpo. “O aspirador de pó deve ser utilizado para garantir a limpeza de quinas e frestas, pois esses lugares podem ter ovos de carunchos e baratas. Finalize a limpeza com água e sabão”.

A coordenadora listou algumas dicas valiosas para acondicionar os alimentos corretamente e evitar a presença desses insetos no seu armário:

– Observe a embalagem dos alimentos na compra, se existem furos, poeira, além de verificar a presença de insetos no ambiente e a validade do produto;

– Após abrir as embalagens de cereais, farinhas ou massas, transfira o conteúdo para potes bem fechados. Os carunchos não terão como sobreviver ali dentro. Guardar esses alimentos na geladeira também é uma opção para evitar a proliferação;

– Coloque etiquetas com data de validade em cada recipiente. Ingredientes fora do prazo deverão ser descartados para evitar riscos sanitários. Os alimentos secos após abertos devem ter em torno de 1 mês de validade. Caso haja, siga as orientações do fabricante;

– Se for estocar esses alimentos, é necessário inspeção periódica, para a existência de furos, rasgos ou presença de insetos.

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394

 

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