Parques urbanos naturalizados melhoram a qualidade de vida de crianças
Crianças participam de oficina de Educação para o Trânsito durante implementação do Rotas Caminháveis do Barreto (Crédito: Felipe Cardoso/Urban95 Brasil)
Parques urbanos naturalizados melhoram a qualidade de vida de crianças
Com o objetivo de oferecer uma infância com brincadeiras ao ar livre, interação com espaços públicos de qualidade e mais verdes, algumas cidades já começam a implantar parques naturalizados – espaços ao ar livre e multifuncionais, desenvolvidos a partir de elementos naturais e com múltiplas possibilidades de interação, exploração e criação – como Fortaleza (CE), Caruaru (PE) e Niterói (RJ).
Além destas, há projetos em andamento em outras cidades que compõem a Rede Urban95 Brasil.
Por Luanda Nera e Priscila Gomes
Essas cidades têm em comum o fato de serem integrantes da Rede Urban95 Brasil, que estimula a criação de diversas políticas públicas voltadas à primeira infância. A implantação de parques naturalizados em ambientes urbanos vem sendo liderada pelo Instituto Alana, organização de impacto socioambiental que promove o direito e o desenvolvimento integral da criança.
Parques naturalizados possibilitam que as crianças possam brincar de forma mais criativa e livre, além de ensinar sobre o valor da natureza e incentivar o vínculo afetivo com seus bairros. Com essa iniciativa, as cidades reforçam também a importância para a comunidade de que áreas verdes são essenciais – proporcionando sombra, controle de temperatura e qualidade do ar. Além do que, cores e aromas deixam as cidades mais alegres e bonitas.
“Será que quando planejamos as cidades, pensamos nas crianças de 0 a 3 anos e seus cuidadores? Porque essas crianças vivem os espaços urbanos de forma diferente de um adulto. Por exemplo: elas demoram mais tempo para atravessar uma rua, respiram 4 vezes mais que um adulto e, na altura que elas estão, recebem muito mais ar poluído – dos escapamentos de carros e caminhões. É uma pandemia invisível. Precisamos pensar em estratégias para melhorar isso. É uma construção nas relações entre as cidades, mas sobretudo na relação entre as pessoas”, argumenta Claudia Vidigal, representante da Fundação Bernard van Leer no Brasil.
Em Niterói, no bairro Barreto, o projeto Rotas Caminháveis contou com a orientação da Urban95 e do Instituto Alana e tem como objetivo desenvolver e ampliar soluções sustentáveis de mobilidade e espaço público, com foco no desenvolvimento de crianças entre zero e 6 anos, através da incorporação do conceito de primeira infância nas estratégias de planejamento urbano e na construção de edificações implementadas pela cidade.
Já em Caruaru foi inaugurado recentemente o primeiro parque da primeira infância, localizado no bairro Monte Bom Jesus. O parque naturalizado conta com texturas, cores e muito verde para facilitar o desenvolvimento das crianças. A área verde também tem baixo custo, pois nela é reaproveitado bastante material. O bairro é um dos dos pontos mais emblemáticos da cidade, pois tem 630 metros de altitude e oferece uma bela vista panorâmica de Caruaru.
Ainda no Nordeste, na Barra do Ceará, o bairro mais antigo e populoso de Fortaleza, o microparque Seu Zequinha faz parte de uma iniciativa voltada à recuperação de espaços degradados e expansão de áreas verdes na cidade. Essa estratégia também foi elaborada no contexto da Rede Urban 95. Após o projeto piloto em dois espaços, a prefeitura agora pretende ampliar a iniciativa para 40 novas áreas já mapeadas. A proposta é transformar pequenas áreas urbanas, muitas vezes degradadas, em espaços de convivência e contato com a natureza, cada vez mais rara para aqueles que vivem em centros urbanos.
“As crianças que vivem nas cidades têm cada vez menos acesso à natureza. A experiência ao ar livre e o contato com a natureza é fundamental para o desenvolvimento e saúde integral durante a infância. Os Parques Naturalizados são paisagens para o brincar livre e criativo que contribui na garantia de direitos de crianças e adolescentes viverem em ambientes saudáveis como garantido na Constituição Federal com absoluta prioridade”, completa Paula Mendonça, do Instituto Alana.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394
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