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Mineração de criptomoedas e o acordo de Paris

 

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Foto: © Michael Wensch/Domínio Público

Mineração de criptomoedas e o acordo de Paris, por Eduardo Henrique Silva Souza e Vivaldo José Breternitz

Apesar de estarem se tornando um pouco mais populares e terem criado milionários da noite para o dia, as criptomoedas ainda têm um longo caminho a percorrer para serem conhecidas e aceitas por grande parte da população.

Enquanto Miami está se tornando uma criptocity, negociando casas em bitcoins, utilizando a tecnologia de blockchain para registrar escrituras de imóveis e até mesmo planejando o pagamento de salários dos funcionários públicos com essa criptomoeda, a China proibiu qualquer tipo de operação com esses ativos no país, alegando o elevado consumo de energia exigido, mas provavelmente também preocupada com a estabilidade de seu sistema financeiro.

Além de falta de conhecimento de grande parte da população, as criptomoedas ainda enfrentam outro obstáculo: a pegada de carbono. Sem considerar outras criptomoedas, apenas a mineração de bitcoins gera tanto CO2 quanto a Irlanda ou a Grécia. Isso acontece em função de a mineração e o processamento das transações com esses ativos exigirem muita computação e, consequentemente, muita energia elétrica.

Após as barreiras lançadas pela China, foi detectado um aumento considerável de mineração de bitcoins na Suécia, o que levou o governo desse país a pedir à União Europeia que proíba essa atividade, alegando que a mineração, apenas no país, consome energia suficiente para abastecer 200 mil residências e que para minerar uma bitcoin se consome energia suficiente para rodar 1,8 milhão de quilômetros em um carro elétrico.

Enquanto se prepara para impor restrições à mineração em seu território, a Suécia pede também que as empresas envolvidas com a mineração de criptomoedas sejam proibidas de se certificarem como negócios sustentáveis. Segundo o governo sueco, se a proibição da mineração não ocorrer, será impossível à União Europeia atingir as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris em termos de combate ao aquecimento global.

Eduardo Henrique Silva Souza é Mestrando em Computação Aplicada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e empresário da área.

Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor do Programa de Mestrado Profissional em Computação Aplicada da Universidade Presbiteriana Mackenzie .

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394

 

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