Crise hídrica deve se manter até 2022
Crise hídrica deve se manter até 2022
Com o cenário de crise hídrica pelo qual o País vem passando, as chuvas de primavera são aguardadas com ansiedade. No entanto, mesmo com a chegada delas, a previsão é que os reservatórios continuem abaixo dos níveis indicados
Pedro Luiz Côrtes prevê que a crise de abastecimento se estenda durante o primeiro semestre do próximo ano, mesmo com a ocorrência de chuvas dentro dos padrões normais
Jornal da USP no Ar / Jornal da USP no Ar 1ª edição / Rádio USP
Com o cenário de crise hídrica pelo qual o País vem passando, as chuvas de primavera são aguardadas com ansiedade. No entanto, mesmo com a chegada delas, a previsão é que os reservatórios continuem abaixo dos níveis indicados. O prognóstico é que a recuperação dos sistemas de abastecimento levará cerca de dois anos, sendo que o cenário de estiagem deve se estender pelo menos até o primeiro semestre de 2022.
“Com o início da primavera, nós teremos a volta das chuvas e isso dará a falsa impressão de retorno à normalidade”, contou ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição o professor Pedro Luiz Côrtes, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP. Segundo ele, as chuvas ficaram dentro das médias anuais durante a estação e, com a chegada do verão, se tornaram irregulares, com chances de períodos de estiagem. Dessa forma, os reservatórios não irão restabelecer seus níveis ideais para acabar com a crise.
A previsão é que a crise de abastecimento se estenda durante o primeiro semestre de 2022, mesmo com a ocorrência de chuvas dentro dos padrões normais. Côrtes explica, no entanto, que nos últimos anos vêm acontecendo uma redução no volume anual de chuvas, uma das consequências do desmatamento da Amazônia: “A tendência é que essa situação de redução se mantenha”, afirma o professor.
Na região metropolitana de São Paulo, o prognóstico é o mesmo das demais regiões do País. A estiagem prevista no verão irá afetar principalmente o sistema Cantareira e parte do sistema do Alto Tiete. Côrtes explica que, nos últimos dez anos, esses sistemas tiveram um índice de chuvas dentro das médias anuais e a tendência é que o cenário se mantenha. “Diante desse prognóstico climático desfavorável, permanece o alerta de uma crise de abastecimento em 2022, infelizmente”, conclui Côrtes.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394
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