Proteção da Amazônia será pauta importante nas eleições de 2022
Proteção da Amazônia será pauta importante nas eleições de 2022
80% dos brasileiros consideram que Amazônia deve ser prioridade para candidatos à presidência
Por Cínthia Leone, Instituto ClimaInfo
Uma nova pesquisa sugere que a Amazônia já faz parte dos temas que os eleitores brasileiros levarão em conta na hora de votar em 2022. Oito em cada 10 brasileiros (80%) consideram que essa deve ser uma prioridade para candidatos à presidência da República ano que vem.
Divulgado às vésperas do Dia da Amazônia, o levantamento mostra que seis em cada dez brasileiros (58%) afirmam que um candidato à Presidência da República aumentaria as chances de atrair seu voto se apresentar um plano específico para a proteção da Amazônia. A pesquisa mostra também que para 79%, é muito importante proteger a Amazônia.
“Diversas pesquisas já comprovaram que o brasileiro se preocupa com a Amazônia e quer vê-la protegida, mas esta é a primeira vez que essa preocupação aparece como fator de influência na decisão de voto. E isso coloca o Brasil no roteiro global de países onde o Clima é tema forte nas eleições.”, destaca Ana Toni, Diretora-Executiva do Instituto Clima e Sociedade (iCS), instituto que encomendou a pesquisa ao PoderData, realizada entre os dias 21 a 23 de agosto de 2021. “Três anos de níveis recordes de desmatamento e queimadas evidenciaram a relação direta que existe entre a destruição da Amazônia e a atual política governamental. Os resultados confirmam que a atuação de Bolsonaro é contrária à opinião pública da maioria dos eleitores”, analisa a Diretora do iCS.
Mesmo quando a preocupação é com o crescimento econômico do país, a maioria dos brasileiros acredita que isso está relacionado à proteção da Amazônia. De acordo com a pesquisa, sete em cada dez brasileiros (71%) concordam que o desenvolvimento do Brasil depende da proteção da Amazônia, demonstrando que o brasileiro está fazendo uma relação entre o “bolso” e o meio ambiente. Apenas 1 em cada 10 (11%) concordam que para o Brasil se desenvolver, proteger a Amazônia não é uma prioridade. E menos de 1 em cada 10 (6%) concordam que o Brasil consegue se desenvolver mesmo sem proteger a Amazônia. Isso demonstra que a maioria dos brasileiros compreendem a relação entre a proteção da Amazônia e o desenvolvimento do país e concordam que há uma conexão direta entre a preservação da floresta e o desenvolvimento nacional. A quase totalidade dos brasileiros (89%) acredita que é preciso conservar a floresta amazônica porque ela é a maior riqueza do Brasil.
Também é consenso entre os brasileiros (83%) que a Amazônia faz parte da identidade nacional do Brasil. “Isso demonstra que quase a totalidade da população entende que na conformação de um imaginário de identidade nacional do Brasil, está compreendida a Amazônia como elemento constitutivo dessa identidade. Logo, se a Amazônia faz parte da identidade nacional, cuidar dela é também cuidar da nossa identidade como nação”, avalia Ana Toni. A pesquisa revela ainda que a maioria dos brasileiros (77%) concorda que é preciso conservar a Amazônia porque o futuro do planeta depende da floresta em pé.
Perguntados sobre os responsáveis pela destruição da floresta, pouco menos de um quarto dos brasileiros (22%) apontam para o Presidente Jair Bolsonaro e 15% para o Governo Federal. Quando perguntados sobre quem deveria cuidar da Amazônia, os entrevistados apontam para Bolsonaro (24%) e o Governo Federal (43%) como tendo a maior responsabilidade pela proteção da Amazônia, seguidos pelos militares (12%) e Congresso Nacional (6%). E sobre a principal causa do atual desmatamento na Amazônia, 29% dos brasileiros afirmam que é a ocupação ilegal de terras.
A pesquisa revela ainda que para 71%, ou 7 em cada 10 brasileiros, Bolsonaro não está trabalhando bem para proteger a Amazônia. A pesquisa aponta também que para 87%, ou 9 em cada 10 brasileiros, o Congresso Nacional não está trabalhando bem para proteger a Amazônia.
Ficha Técnica:
A pesquisa foi realizada pelo Instituto PoderData, a pedido do Instituto Clima e Sociedade (iCS), entre os dias 21 e 23 de agosto de 2021, com brasileiros e brasileiras com 16 anos de idade ou mais, ponderados parametricamente para refletir a composição da população brasileira. Ao todo, foram 2.500 entrevistas em 449 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro estimada é de +/- 2,0 p.p. para resultados do total da amostra. O intervalo de confiança é de 95%.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394
A manutenção da revista eletrônica EcoDebate é possível graças ao apoio técnico e hospedagem da Porto Fácil.