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Novos hábitos de consumo e as adequações das empresas

 

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Novos hábitos de consumo e as adequações das empresas, artigo de Milena de Fatima Chezanoski

Consumo sustentável e economia circular são algumas das iniciativas populares para um padrão de vida mais sustentável

 

Milena de Fatima Chezanoski 1

A sustentabilidade é um tema muito presente atualmente e recorrente em discussões a respeito do meio ambiente. A mais recente, sem dúvidas, foi a última edição das Olimpíadas em Tóquio, realizada entre julho e agosto deste ano, considerada a mais sustentável da história2. Julho também é marcado pela campanha Julho Sem Plástico (Plástic Free July), iniciativa da ONG australiana Plastic Free Foundation3, que motivou diversas ações publicitárias de empresas brasileiras ligadas ao tema.

Em maio de 2021, a WWF (World Wildlife Fund ou Fundo Mundial da Natureza) publicou um estudo apontando o aumento de 71% de pesquisas por produtos sustentáveis na internet entre 2016 e 20204. A pesquisa analisou diversos países, onde está concentrada 80% da população mundial. A conclusão foi a existência de um interesse público maior sobre o assunto. Alinhado a este estudo, uma pesquisa realizada pela ONG americana DoSomething.5, indicou que a população jovem, opta, muitas vezes, por um produto mais caro, pelo fato de ser considerado sustentável. O estudo também mostrou que esta geração se sente mais motivada ao trabalhar em empresas com estes princípios.

Estas pesquisas permitem observar uma preferência dos consumidores em relação a produtos e soluções que não agridam o meio ambiente. Questões como consumo sustentável e economia circular são algumas das iniciativas populares para um padrão de vida mais sustentável que tem se tornado cada vez mais visível.

Já na área de investimentos, os fatores ESG têm crescido e atraindo muitos investidores e empresas, que já reconheceram os benefícios em se alinharem a esses padrões. A sigla ESG diz respeito aos elementos Ambiental, Social e de Governança (Environmental, Social and Governance). Trata-se de uma métrica para indicar o quanto uma empresa é considerada sustentável, ou seja, incorpora em seus processos não apenas os fatores ambientais, mas também os sociais e de governança. A análise da adequação das empresas a esses elementos vem crescendo entre os investidores, com vistas a direcionar os recursos àquelas organizações que já conseguiram incorporar esses elementos às suas práticas e, por consequência, mostram-se mais alinhadas à atualidade em com menos riscos em relação ao futuro.

Os fatores ESG ganharam tanta importância nos últimos anos que já existem startups especialistas em padrões ESG para empresas – as chamadas ESG Techs. Existem no Brasil, atualmente, aproximadamente 740 iniciativas com essa finalidade6, voltadas a auxiliar organizações de diversos segmentos a se alinharem aos fatores ESG.

Muito embora possa se ter a ideia de que essas práticas dizem respeito apenas às grandes corporações, as empresas de menor porte também podem incorporar e divulgar suas iniciativas sustentáveis. Na página do Sebrae, por exemplo, existem diversos materiais instrutivos de ações que as instituições podem adotar com o objetivo de se tornar mais sustentável.

Hoje, a incorporação dos fatores ESG é opcional para a maioria das empresas. Mas o cenário já está se alterando. O Brasil é um dos países com a mais vasta legislação acerca da conformidade ambiental, com normas referentes ao licenciamento ambiental de diversas atividades, gerenciamento de resíduos, entre outras questões. E como os eventos recentes demonstram, soma-se a isso a mentalidade atual do mercado consumidor, que muitas vezes chega a optar por um produto mais caro, se ele demonstrar alinhamentos a padrões de qualidade socioambiental.

Diante deste cenário, fica cada vez mais evidente que é chegada a hora das empresas reverem seus hábitos de produção atuais e, gradativamente, caminhar para uma cadeia sustentável. Seja por questões éticas, obrigatoriedade legislativa ou simplesmente para responder a um mercado cada vez mais exigente, a atualidade está apontando para este caminho e as empresas que não reajustarem sua rota podem ficar rapidamente obsoletas e perderem as oportunidades que estão por vir.

1 Graduanda de Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR. Estagiária do Departamento de Comunicação no Escritório Philippi & Milkiewicz | Advocacia Sustentável. Contato: institucional@pmsustentavel.adv.br

2 G1 Globo. Olimpíadas de Tóquio devem ser as mais sustentáveis da história. 04 ago. 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2021/08/04/olimpiadas-de-toquio-devem-ser-as-mais-sustentaveis-da-historia.ghtml. Acesso em 11 ago. 2021

3 VOGUE. Julho Sem Plástico: um mês consciente sem crueldade animal e plástico. 01 jul 2021. Disponível em: https://vogue.globo.com/Vogue-Gente/noticia/2021/07/julho-sem-plastico.html. Acesso em 11 ago. 2021

4 GS1 Brasil. WWF: busca por produtos sustentáveis ​​cresce 71%. 31 mai. 2021. Disponível em: https://noticias.gs1br.org/wwf-busca-por-produtos-sustentaveis-%E2%80%8B%E2%80%8Bcresce-71/. Acesso em 11 ago. 2021

5 PENSAMENTO Verde. Geração Z: a geração da sustentabilidade. 6 jun. 2021. Disponível em: https://www.pensamentoverde.com.br/noticias/geracao-z-a-geracao-da-sustentabilidade/. Acesso em 11 ago. 2021

6 DISTRITO. Por que ESG é tão importante para as empresas e startups?. 11 mai. 2021. Disponível em: https://distrito.me/esg/. Acesso em 11 ago. 2021

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394

 

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