Grilagem e venda ilegal de terras públicas se intensificam na Amazônia
Grilagem e venda ilegal de terras públicas se intensificam na Amazônia
Levantamento mostra como a ofensiva ruralista no Executivo e Legislativo tem aquecido a grilagem e venda ilegal de terras públicas
Um levantamento feito pelo Greenpeace em áreas de quatro pontos da Amazônia – no entorno da BR-163, nos municípios de Altamira e Novo Progresso; em São Félix do Xingu; na Transamazônica e na Tríplice Fronteira entre Acre, Amazonas e Rondônia, aponta para indícios de grilagem com exemplos concretos de especulação de terras públicas, com grandes áreas desmatadas e venda pela internet – dinâmica que tende a se agravar com a aprovação de projetos de lei como o 2633/2020 e 510/2021, em discussão no Congresso Nacional.
Veja a investigação na íntegra aqui.
“A crescente corrida pela ocupação dos mais de 50 milhões de hectares de florestas públicas não destinadas na Amazônia é incentivada pelos acenos de Brasília, dentre eles estão as propostas na Câmara (PL 2633/2020) e no Senado (PL 510/2021) que visam anistiar grileiros e facilitar a entrega do patrimônio nacional a criminosos”, comenta Cristiane Mazzetti, porta-voz da campanha de Amazônia do Greenpeace.
Visando passar a boiada, parlamentares ruralistas têm pressa em aprovar uma série de propostas sem debater com a sociedade, dentre eles estão projetos que visam flexibilizar os critérios da regularização fundiária, abertura de terras indígenas para atividades predatórias e redução nas áreas das Unidades de Conservação. Estes sinalizam que o crime será tolerado e premiado estimulando, assim, novos ciclos de grilagem e desmatamento em terras públicas, sejam elas destinadas ou protegidas por lei.
Com isso, o comércio de terras públicas transformou a grilagem em um negócio milionário, criando uma nova espécie de destruidor da Amazônia. Os GRILONARIOS! Aqueles que estão ficando milionários com a especulação imobiliária de terras que são públicas, ou seja, patrimônio de todos os brasileiros e brasileiras. “Quem perde é a sociedade brasileira, vide que a conservação dessas áreas é de suma importância para a manutenção de serviços ambientais que garantem o bem-estar humano, a economia do país e o equilíbrio climático”, conclui Cristiane.
Os “grilonários”, destroem a floresta valendo-se de ferramentas tecnológicas (como imagens de satélites, SIG), da impunidade ao crime ambiental, e do caos fundiário para avançar sobre terras públicas e criar a necessidade de reforma nas leis. Um exemplo claro da ação desenfreada dos grileiros está ilustrado em grandes áreas desmatadas em curtos intervalos de tempo e venda de milhões de hectares de floresta pela internet.
Essa dinâmica precisa ser interrompida, a começar pela rejeição dos projetos de lei 2633/2020 e 510/2021, bem como aqueles que fragilizam os direitos e territórios indígenas, em discussão no Congresso Nacional, que agravam ainda mais a preocupante situação do desmatamento no país.
Fonte: Greenpeace
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 21/06/2021
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