Capitais brasileiras estão longe de atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Capitais brasileiras estão longe de atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Índice mostra que mesmo Curitiba, a mais bem classificada entre 26 sedes administrativas estaduais, tem baixa pontuação média em oito dos ODS da Agenda 2030
Estudo elaborado com base no Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades – Brasil (IDSC-BR) mostra que as 26 capitais estaduais têm grandes desafios a superar para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) até 2030.
Mesmo aquelas mais bem posicionadas no comparativo, como Curitiba, São Paulo e Florianópolis, estão distantes das metas estabelecidas em oito dos 17 ODS.
A capital do Paraná, por exemplo, registra a maior pontuação média considerando todos os objetivos a serem alcançados (66,03). Quanto mais próximo de 100, mais perto de alcançar as metas preconizadas pela ONU.
No entanto, a cidade registra sete ODS assinalados na cor vermelha, nível mais baixo do índice, e um na cor laranja, segundo pior da escala. Entre os objetivos situados no patamar inferior da tabela estão os de número 5 – Igualdade de Gênero (40,7 pontos), 10 – Redução das Desigualdades (48,0 pontos) e 16 – Paz, Justiça e Instituições Eficazes (47,5).
É importante registrar que todas as 26 capitais – o índice não inclui Brasília, capital do Distrito Federal – também registram pontuação abaixo do desejável nesses três ODS, o que revela alguns dos principais desafios compartilhados por prefeitos e gestores públicos dessas cidades.
Por outro lado, o índice mostra que Curitiba já alcançou plenamente o ODS 12 – Consumo e Produção Responsáveis (100 pontos) e está próxima de atingir os de número 7 – Energia Limpa e Acessível (99,8) e 13 – Ação Contra a Mudança Global do Clima (95,2).
De acordo com o estudo comparativo, São Paulo é a segunda capital melhor classificada, com pontuação de 64,86, seguida de Florianópolis, que registra 64,15 pontos.
No ranking geral do Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades – Brasil (IDSC-BR), que computou e analisou os dados de 770 municípios de todo o país, Curitiba está situada na 30ª posição, São Paulo é a 48ª e Florianópolis a 56ª colocada.
Desigualdades regionais
O estudo comparativo revela ainda que as desigualdades constatadas em âmbito local nos ODS relacionados ao tema, que estão entre os maiores desafios a serem superados por todas as capitais estaduais, inclusive pelas melhores classificas, também ficam evidentes quando se avalia o desempenho dos municípios por região do país.
Enquanto na parte superior da tabela, entre os 10 com melhor pontuação média, três estão na região Sul, três no Sudeste, três no Centro-Oeste e apenas um no Nordeste – João Pessoa (PB) -, na parte inferior da escala, todos os 10 se localizam no Norte e Nordeste.
Os três com menores pontos são Macapá (AP), que registra 43,35, Porto Velho (RO), com 46,13, e Belém (PA), 46,74. Na sequência, subindo a tabela, aparecem São Luís (MA), Maceió (AL) e Teresina (PI).
Pelo índice, é possível visualmente entender a dificuldade que esses municípios terão para atingir todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Macapá, por exemplo, possui 13 dos 17 ODS assinalados nas cores vermelha (10) e laranja (três). Porto Velho, por sua vez, tem 12 objetivos com pontuação abaixo do desejável, sendo oito marcados em vermelho e quatro em laranja.
Em relação às 770 cidades brasileiras que integram o Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades – Brasil (IDSC-BR), a classificação dessas capitais também não é boa. A sede administrativa do Amapá está na 724ª posição e a de Rondônia em 653ª.
Sobre o Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades
Lançado recentemente (no dia 23/3), o Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades – Brasil (IDSC-BR) é um estudo inédito desenvolvido pelo Programa Cidades Sustentáveis (PCS), em parceria com a Sustainable Development Solutions Network (SDSN), uma iniciativa da ONU para monitorar os ODS em seus países-membros.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 27/04/2021
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