Adoção de práticas sustentáveis e de responsabilidade institucional geram ganhos palpáveis para instituições públicas e privadas
Adoção de práticas sustentáveis e de responsabilidade institucional geram ganhos palpáveis para instituições públicas e privadas
Apesar de eventuais “setbacks” que ocorrem em nosso percurso como sociedade, o arco do progresso no mundo continua a ser percorrido. Avanços tecnológicos, econômicos, sociais e culturais continuam a ser adicionados no Brasil e no resto do mundo, com novas causas e bandeiras a serem levantadas ao lado de novos questionamentos – e soluções – que este progresso acaba gerando por natureza.
Dentro destas causas e bandeiras, o âmbito de sustentabilidade encontra-se ainda mais em voga tanto em esfera pública quanto na esfera privada. Com a função social de empresas se voltando cada vez mais para o benefício social e não apenas de seus acionistas, além da possibilidade de inovações com base em produtos sustentáveis que tem mais valia do que suas contrapartes tradicionais, a sustentabilidade fica cada vez mais em voga dentro do ambiente corporativo.
Já no lado governamental, a questão principal é o combate às mudanças climáticas e as potenciais políticas públicas que podem ajudar nesta batalha. Este esforço tem envolvido não só os governantes e seus assessores, mas também a sociedade em geral a partir de agentes individuais, organizações não-governamentais, movimentos sociais e outras organizações que tem a manutenção da natureza como mote principal.
Isso tudo é incorporado pelo senso de responsabilidade que tem ficado cada vez mais importante entre as instituições públicas e privadas. Uma vez que o pensamento sobre o impacto da ação individual versus a ação coletiva/institucional tem mudado nas ciências sociais, com o último se mostrando muito mais definidor do rumo que a sociedade toma do que o primeiro, as instituições se veem na obrigação de assumir os impactos causados por suas ações no passado, no presente e no futuro.
Assim, o “mix” entre sustentabilidade e responsabilidade se forma quase que de forma natural. Com as duas forças em ascensão se cruzando em esferas públicas e privadas, vê-se aí um fio de esperança de que dias melhores virão em questões socioambientais.
Cuidar de pessoas
Questões ambientais presentes são aquelas que envolvem tanto a preservação do ambiente e dos seres que a compõem como conhecemos, como também as medidas necessárias para conter a mudança climática. Para tanto, é preciso que as instituições reconheçam seu papel como agentes das mudanças que ocorrem no mundo, tomando para si muito daquilo que era visto antes como meras decisões individuais. Nesta última é onde a responsabilidade se encontra, ao reverter aquele que era o pensamento vigente em âmbito corporativo de deixar de lado estas causas socioambientais tão importantes para clientes, empregados e acionistas.
A dimensão de responsabilidade também se caracteriza pelo o que hoje é chamado de “people care”, que pode ser traduzido tanto para “cuidar de pessoas” quanto para “as pessoas se importam”. No primeiro âmbito, o “people care” é a instituições privada ou pública assumindo para si a função de responsável pelo bem-estar de seus “stakeholders” que não são apenas funcionários e acionistas, mas também a sociedade em si. Para tanto, iniciativas sustentáveis e de proteção social são tomadas dentro e fora da instituição, como forma de mostrar na prática que a empresa se importa de fato com a coletividade em seu entorno.
Muitas são as empresas que já lançam mão desse “people care” de forma virtuosa, tornando-se assim exemplo para o resto do mundo. A gigante dos softwares Windows e Office, Microsoft, é uma empresa conhecida pelo ótimo tratamento dos seus funcionários e pelas causas sustentáveis que tem sido apoiadas pela companhia nos últimos anos. A empresa de streaming de filmes e seriados, Netflix, tem não só reputação pelo bom tratamento dado a trabalhadores como também o excelente serviço de atendimento que ela presta aos seus clientes. Outras empresas como o site de online casino Betway vão além ao adquirirem selos de reconhecimento internacional por conta de suas boas práticas seguindo à risca regras internacionais estabelecidas através dos padrões ISO, que cobrem desde práticas empresariais tradicionais até práticas empresariais sustentáveis. Isso inclui empresas como a tradicional fabricante de produtos eletrônicos e produtos de engenharia, Bosch, que é reconhecida entre concorrentes e clientes pelo seu excelente serviço prestado ao longo dos seus 134 anos de existência.
O outro lado do “people care” demonstra que as pessoas se importam com o que tem sido feito por estas instituições, tanto dentro quanto fora delas. No mundo atual com mídias sociais e transmissões quase que instantâneas de informações através de várias redes de comunicação através da internet, é muito mais rápido se informar sobre boas e más práticas de agentes do mercado e da esfera pública. Isso não só obriga instituições a ficarem mais alertas, mas também a efetivarem de maneira palpável seus discursos sobre sustentabilidade e responsabilidade por conta do fenômeno de “accountability” que tem sido visto nos últimos tempos.
Ganhos tangíveis e intangíveis
Implementar a sustentabilidade como uma guia de condução de uma instituição privada ou pública poderá incorrer em altos custos iniciais de investimento, principalmente quando a prática é uma reversão daquilo que era a forma tradicional de condução da empresa ou agência governamental. Mas todo investimento, quando bem escolhido e bem feito, tem um retorno que em muitos casos compensa este custo.
A sustentabilidade, que pode se demonstrar através de práticas mil como a implementação de modelos de negócios que façam emergir inovações sustentáveis, gera valores tanto tangíveis quanto intangíveis. Tangível será o incremento em valor adicionado aos produtos que a empresa produz em seu ciclo de negócios, seja pela redução de custos ou pela “permissão” de incrementar os preços por se tratar de produtos sustentáveis. E intangível será o ganho em reputação que a empresa terá ao adotar práticas sustentáveis, atraindo também uma clientela muitas vezes seleta que se encontra disposta a consumir produtos mais caros desde que sejam comprovadamente sustentáveis em sua origem.
A responsabilidade também tem adições tangíveis e intangíveis aos negócios e às instituições públicas. Um melhoramento nas relações internas e externas das instituições a partir da adoção do “people care” pode muito bem melhorar a produtividade dos seus funcionários, e também aumentar o valor de mercado da empresa entre acionistas que identificam na questão de responsabilidade um investimento que gerará frutos no presente e no futuro.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 10/03/2021
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