TDAH pode ter sintomas como desatenção, inquietude e hiperatividade
Por Deborah Ribeiro
O transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um distúrbio neurobiológico crônico que afeta de 3% a 5% das crianças em idade escolar, sendo a sua prevalência maior em meninos. Os sinais se manifestam logo na infância, antes dos sete anos, mas podem perdurar por toda a vida.
“Os principais sintomas são a falta de atenção da criança para tarefas rotineiras, a dificuldade de manter o foco, para estudar ou sentar para assistir a TV, por exemplo, e a prevalência de atitudes impulsivas”, afirma a psicóloga Telma Oliveira, especialista em terapia sistêmica.
Tais comportamentos podem prejudicar o aproveitamento escolar da criança que possui o TDAH. “O transtorno é diagnosticado pelo neuropediatra e controlado com fármacos, para melhor qualidade de vida faz se necessário o acompanhamento de um profissional responsável, como o psicólogo(a). Ele saberá direcionar o tipo de tratamento e o que deve ser feito para lidar com a criança que possui esta síndrome, esclareceu a especialista.
Segundo a psicóloga, entre os riscos do transtorno, estão desenvolvimento de comorbidades, que são os distúrbios psiquiátricos como a ansiedade e depressão. “Durante a adolescência, o risco maior está no uso abusivo do álcool e de outras drogas, quando ligado a esses sintomas também têm o reflexo negativo no convívio social e familiar, assim como no desempenho escolar ou em outras atividades, pode ser que o diagnóstico seja feito. Esses sintomas podem se manifestar em diferentes graus de comprometimento e intensidade”.
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Hiperatividade e comportamento impulsivo são atitudes comuns em algumas crianças, especialmente quando são contrariadas ou quando estão fora do seu ambiente doméstico. No caso da desatenção predominante, os pacientes apresentam dificuldade maior de concentração e de seguir instruções. “Em geral, são crianças que saltam de uma tarefa inacabada para outra repentinamente, sem terminar o que começaram. Costumam se distrair com facilidade e até mesmo esquecer onde colocaram seus pertences”, pontua a psicóloga.
Ainda de acordo com Telma, com o passar dos anos, os pacientes podem evoluir para problemas na vida profissional como cometer erros por absoluto descuidado e distração, o que pode prejudicar o processo de aprendizagem. “Nos casos em que prevalece a hiperatividade, os portadores do distúrbio são inquietos, agitados e falam muito. Se é a impulsividade que se destaca os sinais mais marcantes são a impaciência, o agir sem pensar, a dificuldade para ouvir as perguntas até o fim e a precipitação para falar”.
Quanto ao tratamento, a existência ou não de comorbidades ou outras doenças associadas, podem definir os próximos passos. “Basicamente, a psicoterapia, que é o acompanhamento com um psicólogo e por vezes a prescrição de metilfenidato (ritalina), um medicamento psicoestimulante é o mais indicado após o diagnóstico desse transtorno. Existem casos em que as crianças podem exigir os cuidados de equipe multidisciplinar, em função dos desajustes pedagógicos e comportamentais associados ao TDAH”, citou a terapeuta sistêmica.
Ela acrescenta que os efeitos benéficos da medicação geralmente aparecem em poucas semanas. “Pode ocorrer reações adversas como a falta de apetite, insônia e dores abdominais, enquanto o organismo ainda não desenvolveu tolerância a esses compostos. O acompanhamento com um psicólogo é necessário, já que representa um caminho eficaz para a recuperação da autoestima da criança, que pode ser comprometida por sentimentos de tristeza e frustração por não saberem lidar corretamente com as situações rotineiras”, finaliza.
Fonte: Telma Oliveira é psicóloga especialista em gestão de pessoas, psicologia médica e neuropsicologia, Contagem – MG.
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