Consumidor Sustentável: O Poder do Público em Geral
Consumidor Sustentável: O Poder do Público em Geral, artigo de José Austerliano Rodrigues e Gabriel Pereira Rodrigues
[EcoDebate] O poder do público em geral, definido como consumidores e aqueles que os influenciam, está aumentando.
As percepções dos consumidores a respeito dos impactos sociais e ambientais de produtos e empresas agora se moldam em decisões do que, onde e com que frequência eles compram.
Movidos pelas muitas opiniões agora divulgadas na internet, o conhecimento recém-descoberto (correto ou não) pode derrubar um setor, aparentemente do dia para a noite (OTTMAN, 2012; RODRIGUES, 2020).
De acordo com, o relatório divulgado em 2008, de um pequeno estudo a respeito do composto químico BPA, que forçou a Nalge Nunc International a rapidamente reformular suas garrafas de policarbonatos para impedir um colapso total na demanda por seus produtos, é apenas um exemplo (AUSTEN, 2010; OTTMAN, 2012).
Assim sendo, as garrafas de água ainda estão sofrendo com as diversas ofensas ambientais que são espalhadas na indústria, algumas merecidas; outras, não. Em primeiro lugar, existe a percepção de montanhas de garrafas de plástico não recicláveis e não recicladas que entopem os aterros e contribuem com o Great Pacific Garbage Patch, um lixão em alto mar. Isso piora com impacto ambiental dos milhões de barris de óleo usados para fazer garrafas, da quantidade de água necessária para encher cada garrafa e os gases de efeito estufa associados com o envio de toda essa água de Evian, na França, e ilhas distantes, como Fiji (RITSON, 2010; OTTMAN, 2012).
Por fim, há a questão da água, uma das favoritas da imprensa. A Nestlé Waters (Poland Spring, Perrier) e outras empresas de água estão sendo acusadas, por moradores das regiões, de esgotar fontes preciosas de água, enquanto outras empresas, como a Coca (Dasani) e Pepsi (Aquafina) estão sendo condenadas por simplesmente filtrar o fornecimento municipal e não indicar isso nas embalagens. (A Pepsi se explicou, mas a Coca, não, preferindo manter em suas garrafas as descrições mais eufemistas do processo “Gosto puro e fresco” e “Osmose reversa”).
Antes considerada em voga, a água em garrafa agora é proibida em agências do governo de Fayetteville, Arkanas, a Seattle, Washington. A cidade de Nova York está testando um programa no qual usa água filtrada em refrigeradores de água e está incentivando os trabalhadores da cidade a usar as garrafas de água reutilizáveis (LEE, 2010; OTTMAN, 2012).
Desta forma, auxiliados por esforços nascentes de marketing sustentável, por parte da Nalgene e Brita, os consumidores estão, cada vez mais, recorrendo à água filtrada e a moderna garrafas reutilizáveis saudáveis (OTTMAN, 2012; RODRIGUES, 2020).
Contudo, a indústria da água em garrafa é especialmente vulnerável com sua estratégia de engarrafar água que se compara, em muitos casos, ao que está disponível na torneira da cozinha de nossas casas. Mas tem sua vantagem, muitos consumidores preferem o gosto da água engarrafada e alguns temem o cloro da água de rua.
Desta maneira, a indústria poderia ter feito um trabalho melhor em proteger os negócios e sua reputação: por exemplo, assumindo uma abordagem de ciclo da vida de seus produtos, usando embalagens recicladas e recicláveis, promovendo o refil de sua água, engarrafando água da região e não estrangeira, e garantindo a sustentabilidade de marketing desses recursos.
Também poderia ter educado o público a respeito dos benefícios para a saúde (além da conveniência) de seus produtos, e esforços para reduzir (ou acabar) com os impactos ambientais e enfatizar promessas verdadeiras de proteção da saúde (OTTMAN, 2012; RODRIGUES; RODRIGUES FILHO, 2018; RODRIGUES, 2020; RODRIGUES, 2021).
Autores:
1. José Austerliano Rodrigues. Especialista Sênior em Sustentabilidade de Marketing e Doutor em Marketing Sustentável pela UFRJ, com ênfase em Sustentabilidade e Marketing, com interesse em pesquisa em Marketing Sustentável, Sustentabilidade de Marketing, Responsabilidade Social e Comportamento do Consumidor. E-mail: austerlianorodrigues@bol.com.br.
2. Gabriel Pereira Rodrigues. Aluno do Curso de Direito. E-mail: gp3147125@gmail.com.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 12/01/2021
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