Cinco coisas que toda grávida precisa saber sobre diabetes gestacional
Cinco coisas que toda grávida precisa saber sobre diabetes gestacional
Condição comum em grávidas, se não diagnosticada precocemente, a diabetes pode ocasionar problemas ao feto
Por Pollyana Cabral
A diabetes gestacional é uma condição relativamente comum, que atinge cerca de 150 mil grávidas anualmente. A doença é exclusiva do período gestacional e se assemelha ao quadro de diabetes tipo 2, quando os níveis de glicose no sangue estão aumentados.
De acordo com o obstetra e coordenador do Setor de Medicina Materno-Fetal da Maternidade Brasília Matheus Beleza, durante a gestação a doença está relacionada principalmente ao aumento da concentração de hormônios contra-insulínicos pela placenta, que aumentam a glicose no sangue da mãe, podendo gerar consequências à mãe e ao bebê, como o ganho de peso materno excessivo, aumento no líquido amniótico e malformações fetais.
Confira cinco perguntas respondidas pelo obstetra Matheus Beleza sobre diabetes gestacional:
A doença traz riscos para o bebê?
A Diabetes mellitus gestacional (DMG) é uma doença grave e que muitas vezes não apresenta sinais clínicos tão evidentes. Quando não rastreada corretamente, é possível prejudicar a saúde da mãe e colocar a vida do feto em risco. É possível o aumento do líquido amniótico e bebês muito grandes, o que contribui com a chance de trabalho de parto prematuro. Em muitos casos, após o nascimento, estes bebês apresentam desconforto respiratório, podendo ser necessária a internação em UTI para estabilização.
Qual exame deve ser feito?
O diagnóstico de DMG é realizado basicamente a partir de exames laboratoriais que verificam os níveis de glicose no sangue da gestante. O principal exame é o Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG), sempre solicitado entre as 24ª e 28ª semanas de gestação. Antes deste período, ainda no primeiro trimestre, será solicitada avaliação da glicemia de jejum, que poderá orientar o médico quanto à possibilidade da doença.
Outros fatores de atenção são: pacientes com sobrepeso ou diagnóstico de diabetes anterior à gestação, ganho de peso excessivo do bebê ou da gestante e aumento do líquido amniótico visto durante o exame de ultrassonografia.
Qual a prevenção?
A principal maneira de se prevenir a diabetes gestacional é com o controle do ganho de peso e a prática de exercícios durante a gestação. Vale ressaltar que estas duas medidas devem ser realizadas com a orientação de profissionais, já que dieta para perda de peso não é orientada durante a gestação e a prática de atividade física deve ser realizada sob supervisão.
Qual o tratamento?
O tratamento varia desde a orientação de exercícios regulares e controle da dieta ao uso de insulina diário. Isso depende da resposta da paciente ao tratamento e da gravidade da doença. Toda paciente deverá ser acompanhada por equipe multidisciplinar capacitada, envolvendo especialistas em medicina materno-fetal e gestação de alta complexidade, além de endocrinologistas, nutricionistas e neonatologista.
A diabetes gestacional acaba depois da gravidez?
Na maioria das vezes, sim, os hormônios voltam ao status normal. No entanto, pode haver reflexos deixados por esta condição. Isso pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de diabetes tipo 2 no futuro.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 15/12/2020
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