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Um quinto dos países correm risco de colapso ecossistêmico

 

Um quinto dos países correm risco de colapso ecossistêmico

A floresta precede os povos. E o deserto os segue”

François-René Chateaubriand (1768-1848)

Artigo de José Eustáquio Diniz Alves

[EcoDebate]

Um quinto dos países correm o risco de colapso de seus ecossistemas devido à destruição da vida selvagem e de seus habitats naturais, de acordo com análise da seguradora Swiss Re.

Um quinto dos países correm risco de colapso ecossistêmico

Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BES) incluem necessidades como fornecimento de alimentos, segurança da água e regulação da qualidade do ar, que são vitais para manter a saúde e estabilidade das comunidades e das economias.

Mais da metade (55%) do PIB global, equivalente a US$ 41,7 trilhões, depende da biodiversidade e de serviços ecossistêmicos de alto funcionamento. No entanto, um quinto dos países do Globo (20%) correm o risco de seus ecossistemas entrarem em colapso devido a um declínio na biodiversidade e serviços benéficos relacionados, segundo o Instituto Swiss Re.

O estudo, que é baseado no Índice de Serviços do Ecossistema, mostra que tanto o desenvolvimento quanto o avanço das economias estão em risco. O relatório encontra países em desenvolvimento que têm uma forte dependência de setores agrícolas, como Quênia ou Nigéria, são suscetíveis a choques do BES e de uma série de questões de biodiversidade e dos ecossistemas.

 Entre as economias do G20, África do Sul e Austrália lideram o ranking de países frágeis no BES. O conhecido impacto da escassez de água é um motivador para esses países, ao lado de fatores como proteção costeira e polinização. Brasil e Indonésia possuem a maior porcentagem de ecossistemas intactos dentro do G20. No entanto, a forte dependência econômica dos países de recursos naturais, destaca a importância do desenvolvimento sustentável e da conservação para a sustentabilidade de longo prazo de suas economias, segundo a Swiss Re.

Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BES)

Cabe notar que toda esta análise não foi feita por ambientalistas contrários ao sistema econômico hegemônico, mas sim é um alerta lançado por uma instituição do centro do poder financeiro internacional. Isto mostra a gravidade da perda da biodiversidade no mundo.

Um levantamento publicado no dia 05 de novembro pelo IBGE mostrou que 20% das espécies brasileiras de animais e plantas estavam ameaçadas em 2014 – quase 3,3 mil. Desse total, 1.989 estavam na Mata Atlântica, o bioma mais afetado. A pesquisa “Contas de Ecossistemas” analisou a situação da biodiversidade no país, a partir das espécies de fauna e flora listadas pelo Centro Nacional de Conservação da Flora do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (CNCFlora/JBRJ) e pelo ICMBio.

O Relatório Planeta Vivo 2020, divulgado pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF), no dia 10 de setembro, mostra que o avanço do processo de crescimento contínuo da produção e consumo de bens e serviços ao bel-prazer da humanidade tem provocado uma degradação generalizada dos ecossistemas globais e gerado um ecocídio da vida selvagem que sempre existiu no planeta muito antes dos seres humanos.

Enquanto a população humana passou de 3,5 bilhões para cerca de 7,5 bilhões de habitantes, as populações de vertebrados silvestres, como mamíferos, pássaros, peixes, répteis e anfíbios, sofreram uma redução de 68% entre 1970 e 2016. Sem dúvida, o ecocídio é também um suicídio.

José Eustáquio Diniz Alves
Colunista do EcoDebate.
Doutor em demografia, link do CV Lattes: 
http://lattes.cnpq.br/2003298427606382

Referências:

Swiss Re Institute. A fifth of countries worldwide at risk from ecosystem collapse as biodiversity declines, reveals pioneering Swiss Re index, October 2020

https://www.swissre.com/dam/jcr:4793a2c3-b50a-47c0-98df-ed6d5549fde8/nr-20200923-swiss-re-biodiversity-ecosystem-index-en.pdf

WWF. Living Planet Report, 2020 https://livingplanet.panda.org/en-gb/

Série Taliba de Meio Ambiente | EP 02 | Luiz Marques, José Eustáquio Alves e Cristina Serra

https://www.youtube.com/watch?v=QQHTDs2tBCQ

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 13/11/2020

 

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