Embalagem de Produtos Sustentáveis
Embalagem de Produtos Sustentáveis
Artigo de José Austerliano Rodrigues
[EcoDebate] Muitas embalagens, como garrafa e lata das empresas, são mundialmente conhecidas. Vários profissionais de marketing tradicional chamam a embalagem de o quinto P (do inglês, packaging), juntamente com produto, preço, praça e promoção.
A maioria das empresas, contudo, trata a embalagem e a rotulagem (ou selo) como um elemento da estratégia de produto. A garantia também é uma parte importante dessa estratégia e frequentemente aparece na embalagem (KOTLER; KELLER, 2018).
Desta forma, definimos embalagem como sendo um conjunto de atividades de design e produção do recipiente que envolve um produto (KOTLER; KELLER, 2018).
A embalagem é importante por ser o primeiro contato do comprador com o produto. Se sustentável, atrai o consumidor e estimula a escolha pelo produto.
Embora o desenvolvimento de embalagem eficazes possa levar meses para ser concluído e consumir um investimento muito elevado, as empresas devem levar em consideração as crescentes preocupações ambientais, sociais, econômicas, ética/cidadania ecológica e tecnologia de informação e de segurança com vistas à redução de embalagens (LIM, 2015; KOTLER; KELLER, 2018; RODRIGUES; RODRIGUES FILHO, 2018).
Contudo, os produtos e embalagens nas quais está escrito “biodegradável” ou “compostável” podem ser compostáveis em programas municipais de compostagem, mas não pode ser compostadores de quintal; aqueles considerados “recicláveis” podem não ser, realmente recicláveis na comunidade se não houver locais adequados para fazê-la. Algumas dessas informações são o resultado de greenwashing (propaganda enganosa) intencional ou não intencional realizadas por empresas que pretendem tomar a melhor atitude sustentável possível (OTTMAN, 2012).
Todavia, os consumidores podem dizer que sabem o que significam termos frequentemente usados, como “reciclável” e “biodegradável”, mas podem estar enganados, criando risco para profissionais de marketing sustentável inocentes. Por exemplo, produtos ou embalagens feitos com conteúdo reciclados podem apresentar 10% ou 100% de conteúdo reciclado. Por outro lado, 100% do conteúdo reciclado não é necessariamente superior ambientalmente a 10%, se por exemplo, o conteúdo reciclado tiver de ser mandado de longe. Desta maneira, uma embalagem feita com amido de milho pode ser compostável na teoria, mas pode não se desintegrar em compostadores caseiros (OTTMAN, 2012).
Então, para abordar as diversas preocupações dos consumidores relacionadas à sustentabilidade, e para evitar retrocesso dos consumidores, de grupos ambientais e de outros stakeholders, que podem ser rápidos em apontar os problemas de produtos e embalagens divulgadas com sustentável, é preciso abordar de modo detalhado a melhoria do perfil ambiental das embalagens, dos produtos e processos de uma empresa (OTTMAN, 2012).
Portanto, a questão das embalagens está no topo da lista de preocupações ambientais e sociais dos consumidores e está se tornando um grande problema tanto para os varejistas quanto para os fabricantes devido as políticas de resíduos sólidos em prol de um Planeta mais sustentável.
José Austerliano Rodrigues. Especialista Sênior em Sustentabilidade de Marketing e Doutor em Marketing Sustentável pela UFRJ, com ênfase em Sustentabilidade e Marketing, com interesse em pesquisa em Marketing Sustentável, Sustentabilidade de Marketing, Responsabilidade Social e Comportamento do Consumidor. E-mail: austerlianorodrigues@bol.com.br.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 19/10/2020
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