Entrelaço entre internet e sustentabilidade é catalizador para a consciência ambiental entre o grande público
Entrelaço entre internet e sustentabilidade é catalizador para a consciência ambiental entre o grande público
As revoluções industriais pelas quais o mundo passou ao longo de sua história podem ser consideradas uma espécie de introdução a uma nova perspectiva que possibilitou à humanidade dar um grande salto em termos de produtividade e conectividade. Da mudança referente a processos de manufatura à transição das tecnologias analógicas para as digitais, essas revoluções desembocaram no que atualmente conhecemos como Indústria 4.0 – ou Quarta Revolução Industrial –, que trata de pontos como tecnologias de automação e internet das coisas.
Tanta evolução fez com que tecnologia e humanidade passassem a conviver de forma harmônica, no sentido de que pouco a pouco fomos compreendendo como utilizar inovações a nosso favor e também a favor do planeta. Em termos individuais, a tecnologia e a internet nos trouxeram, por exemplo, a possibilidade de nos comunicar de forma prática e gratuita com pessoas que estão distantes. Em relação à vida profissional, muito tem sido transformado também graças a esses avanços, visto que atualmente trabalhar à distância se tornou uma realidade para muitos por meio da utilização de recursos como plataformas de conferência online e discussões de trabalho realizadas por chats. Mas e quanto ao cuidado com o planeta e a sustentabilidade, qual é o papel da tecnologia e da internet nesse caso?
Redes sociais cumprem papel fundamental quanto à conscientização ambiental
Uma das ferramentas que mais colaboram para a conscientização da importância de levar uma vida mais sustentável são as redes sociais. Criadas primeiramente com o intuito de conectar as pessoas, essas plataformas nos últimos tempos se revelaram como um espaço de discussão relativo a diferentes causas que precisam ser debatidas a nível global. Um dos pontos que vêm sendo amplamente discutidos na atualidade é a proteção ambiental e, consequentemente, as práticas sustentáveis que podemos ter tanto como indivíduos quanto como sociedade. O uso das redes sociais como espaço de debate e de conscientização tem feito com que as pessoas passem a entender de forma mais profunda a importância de iniciativas verdes na atualidade. Com o aumento da consciência em termos individuais e coletivos, os indivíduos, enquanto consumidores, têm hoje mais argumentos para solicitar que as empresas das quais consomem tomem atitudes em prol do meio ambiente.
A internet e a tecnologia, entretanto, não ajudam apenas na percepção da causa sustentável, mas colaboram também com a crescente transformação das indústrias e da economia uma vez que atitudes passam a ser tomadas de forma mais assertiva quando a consciência ambiental aumenta. Empresas passam a incentivar um cotidiano mais sustentável por parte dos funcionários, aplicativos relacionados à sustentabilidade passam a ser desenvolvidos e lançados e até mesmo projetos de governo passam a levar em conta a necessidade de ser mais amigável quanto a práticas mais verdes.
Conceito de sustentabilidade passou a chamar mais a atenção a partir da década de 1980
Desde a publicação do relatório Our Common Future, lançado em 1987 pelo Conselho Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente, o conceito de desenvolvimento sustentável passou a ser debatido mais constantemente e com maior seriedade. O mencionado documento comenta como as novas tecnologias, ao substituir as antigas, podem modificar o paradigma de crescimento econômico por ter a chance de proporcionar práticas mais sustentáveis.
O consenso quanto ao aquecimento global, à poluição e tantas outras causas que movimentos pela sustentabilidade levantam começou a se dar nessa mesma época, e é bastante claro que, com o advento da internet, esse processo foi acelerado. A partir da internet, por exemplo, causas ambientais que antes eram visadas apenas por ONGs conseguiram mais holofotes, atraindo também a atenção de redes de televisão, que passaram, assim, a reportar assuntos ligados ao tema. Dessa forma, ao ter maior alcance, o assunto foi se estendendo ao ponto de organizações estrangeiras como o Sunrise Movement, que reúne pessoas do mundo todo que querem construir para si um mundo sem o legado de problemas ambientais, serem criadas. Organizações como esta reúnem em seus protestos milhares de pessoas graças ao poder da internet, onde são promovidas datas, horários e locais dessas manifestações.
Além disso, é também por meio da internet e da tecnologia que se pode ter acesso aos acontecimentos relacionados ao meio ambiente que ocorrem em países distantes do Brasil. Um exemplo disso foi a comoção que os incêndios na Austrália no ano passado causaram, fazendo com que, por meio da internet, pessoas e organizações se mobilizassem para ajudar tanto quem foi afetado diretamente pelo problema quanto instituições que cuidaram dos animais e das pessoas atingidas.
Como as empresas têm colaborado com o meio ambiente?
Como já mencionamos, o fato de o tema da sustentabilidade estar em voga acaba servindo como incentivo para que instituições ajam em prol do meio ambiente, incluindo aí empresas e governos. De iniciativas próprias do empresariado a mudanças regulatórias nas agências governamentais, esses órgãos têm feito o possível para ter uma postura mais voltada à conservação ambiental.
No setor de energia, o Brasil acabou por sair na frente do mundo graças à sua hidrografia. Os rios do território nacional permitiram a instalação de usinas hidrelétricas como Itaipu, que oferecem eletricidade de maneira mais sustentável que suas contrapartes, que utilizam petróleo e carvão. Marcas renomadas também estão aderindo a protocolos que visam a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade. Podemos citar como exemplo a Natura, gigante do setor de cosméticos que se compromete com práticas mais benéficas por meio de certificações que garantem que a marca combate o desmatamento e utiliza ingredientes de origem sustentável, mantendo uma relação pautada na ética com as comunidades fornecedoras. Além disso, os produtos da empresa têm em sua fórmula 90% de ingredientes naturais e renováveis. Outra marca de renome que pode ser mencionada nesse sentido é a BMW, que ajuda a popularizar os carros elétricos com sua série “i” como também lança mão de várias práticas sustentáveis em sua cadeia de produção e de distribuição, sendo reconhecida como a montadora mais sustentável do mundo. Há também as empresas que contam com um ambiente de trabalho que visa a preservação ambiental, adotando práticas que acabam influenciando o cotidiano de todos os funcionários. A Betway, site que disponibiliza jogos de cassino online como um de seus produtos, encoraja em seus escritórios o uso de videoconferências e evita o uso excessivo de plástico por meio da instalação de filtros de água em suas dependências. Seguindo no âmbito de empresas que atuam no universo online, podemos mencionar os esforços da Google com suas várias usinas produzindo energia solar e eólica nos Estados Unidos, na América do Sul e na Europa e o trabalho que o Facebook vem desenvolvendo com o Aquila, um avião movido a enegia solar que provê internet de graça a milhares de pessoas em lugares inóspitos do planeta.
Esforços sincronizados
Todas essas ações, do âmbito pessoal ao empresarial e governamental, são passos que parecem nos conduzir a um mundo mais saudável e justo. Com essas iniciativas, pode-se verificar que atualmente se preza mais pelas riquezas naturais, procurando utilizá-las de forma consciente e harmônica, além de haver um comprometimento com a recuperação de pontos que já foram exaustivamente explorados.
Melhorias do tipo só ocorrem hoje graças ao constante debate que vem abrindo espaço para novas ideias e alcançando cada vez mais pessoas, algo que certamente foi potencializado por conta da conectividade proporcionada pela internet. Ao que tudo indica, essas ideias tem tudo para se tornar, num futuro próximo, esforços coordenados para que a preservação ambiental passe a ser levada em conta de forma profunda, coexistindo tanto com as evoluções da tecnologia quanto da humanidade.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 05/08/2020
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