Terras Indígenas na Amazônia são as Áreas de Proteção que mais sofrem pressão por desmatamento, revela Imazon
Terras Indígenas na Amazônia são as Áreas de Proteção que mais sofrem pressão por desmatamento, revela Imazon
De acordo com o Imazon, das dez Áreas Protegidas que mais sofreram pressão por desmatamento, cinco são Terras Indígenas
Desmatamento – Relatório mostra que a TI Yanomami foi a mais pressionada entre fevereiro e abril deste ano.
A Terra Indígena é uma das mais vulneráveis para a Covid-19.
Por Stefânia Costa
De acordo com o Imazon*, das dez Áreas Protegidas que mais sofreram pressão por desmatamento, cinco são Terras Indígenas. A TI Yanomami (RR/AM) foi o maior alvo dos criminosos responsáveis pela destruição ilegal da floresta. As TIs Alto Rio Negro (AM), Raposa Serra do Sol (RR), Uaçá I e II (AP) e Kayapó (PA) também registraram ocorrências de devastação no interior da área protegida. O avanço do desmatamento, além de trazer prejuízos ambientais para essas áreas, pode resultar ainda em riscos à saúde dessas comunidades tradicionais.
A Terra Indígena Yanomami, a primeira no ranking das APs mais pressionadas, está no ranking das TIs mais vulneráveis para a Covid-19, segundo levantamento feito pelo Instituto Socioambiental em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais. As TIs Raposa Serra do Sol e Alto Rio Negro também estão na lista das mais suscetíveis a ter surtos da doença. Na última semana, a TI Kayapó perdeu uma de suas maiores lideranças para o coronavírus: Paulinho Payakan. “É preciso gente para desmatar e há muita invasão justamente nas Unidades de Conservação e nas Terras Indígenas. Essas pessoas podem levar o coronavírus para esses territórios”, explica o pesquisador do Imazon Carlos Souza Jr.
O estudo apresenta ainda as Áreas de Proteção mais ameaçadas: APA do Tapajós (PA) e Parna Mapinguari (AM/RO). Somente o estado de Rondônia tem cinco das dez APs mais ameaçadas de fevereiro a abril deste ano. Já no ranking das APs mais pressionadas durante esse período, aparecem ainda a APA Triunfo do Xingu (PA), APA do Tapajós (PA) e a Florex Rio Preto-Jacundá (RO).
Ameaça e Pressão – O Instituto classifica ameaça como a medida do risco iminente de ocorrer desmatamento no interior de uma área protegida. É utilizada uma distância de 10 km para indicar a zona de vizinhança de uma AP, onde a ocorrência de desmatamento indica ameaça. Já o termo pressão é definido como a ocorrência do desmatamento no interior da área protegida, que pode levar à perdas ambientais e até mesmo redução ou redefinição de limites da AP.
De fevereiro a abril deste ano, o Sistema de Alerta de Desmatamento do Imazon detectou um total de 885 km² de desmatamento na Amazônia. 53% das células de desmatamento indicam ameaça e 47% mostraram a pressão em APs. O número de células com ocorrência de desmatamento de fevereiro a abril de 2020 é 216% superior ao registrado de fevereiro a abril de 2019.
Estudo – O relatório do índices de ameaça e pressão de desmatamento em Áreas Protegidas é divulgado trimestralmente pelo Imazon. O estudo é produzido com base em dados de alertas de desmatamento do SAD, Sistema de Monitoramento desenvolvido pelo Instituto. São utilizados apenas os indicadores de desmatamento para determinar ameaça e pressão em uma unidade de conservação, entretanto, outros fatores também oferecem risco para a área, como extração madeireira, atividades de garimpo e hidrelétricas. Para ver o relatório completo, clique aqui.
https://imazon.org.br/publicacoes/ameaca-e-pressao-de-desmatamento-em-areas-protegidas-sad-de-fevereiro-a-abril-de-2020/
* Imazon – O Imazon é um Instituto nacional de pesquisa, sem fins lucrativos, composto por pesquisadores brasileiros, fundado em Belém há anos. Através do sofisticado Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), a organização realiza, há mais de uma década, o trabalho de monitoramento e divulgação de dados sobre o desmatamento e degradação da Amazônia Legal, fornecendo mensalmente alertas independentes e transparentes para orientar mudanças de comportamento que resultem em reduções significativas da destruição das florestas em prol de um desenvolvimento sustentável.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 24/06/2020
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