O Marketing Sustentável como Ferramenta para os Negócios Ecoturísticos no Brasil, por José Austerliano Rodrigues e Izabel Cristina da Silva
O Marketing Sustentável como Ferramenta para os Negócios Ecoturísticos no Brasil, por José Austerliano Rodrigues e Izabel Cristina da Silva
[EcoDebate] O desenvolvimento sustentável utiliza as ideias da sustentabilidade ambiental o desenvolvimento e crescimento econômico. O desenvolvimento sustentável tem sido descrito como sendo similar ao tradicional desenvolvimento e crescimento econômico, apenas com a adição dos recursos naturais como uma forma de capital natural Asefa (2005).
O capital natural proporciona mercadorias e serviços da mesma forma que o capital manufaturado, e sua incorporação na equação econômica estabelece valores para os recursos naturais que são, por sua vez, incluídos na análise econômica. O valor monetário pode de fato ser atribuído aos recursos naturais, prática comum na análise econômica sustentável, mas o debate continua sendo sobre como determinar valores apropriados e se os sistemas naturais devem mesmo ser apropriados para a agenda do crescimento econômico do capitalismo moderno.
A questão é se a promoção do crescimento econômico contínuo é compatível com a prática sustentável. Portanto, quando usada isoladamente, sustentabilidade usualmente se refere à sustentabilidade ambiental ou ao desenvolvimento sustentável, sendo que a proliferação de uso do termo nos últimos anos por uma variedade de entidades, com vários objetivos e agendas, criou certa ambiguidade no seu significado.
O Relatório Brundtland (Our Common Future), do Conselho Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente, publicado em 1987. Assim sendo, um dos primeiros e mais influentes textos destinado a promover o conceito de desenvolvimento sustentável foi o denominado Relatório Brundtland, assim chamado por conta do nome do presidente da Comissão Mundial sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente (World Commissionon Environmentand Sustainability – WCED, 1987). Este relatório trouxe a necessidade do desenvolvimento sustentável para a atenção do mundo, convencendo muitos governantes no mundo desenvolvido, pelo menos na retórica, a dar atenção a esta ideia.
A definição de desenvolvimento sustentável no Relatório Brundtland é dada nos seguintes termos: “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades” (WCED, 1987). Our Common Future põe muita fé na habilidade de novas tecnologias para mudar o conteúdo do crescimento, para substituir velhas tecnologias destrutivas por novas tecnologias “sustentáveis” dentro do paradigma de crescimento econômico (RODRIGUES FILHO, 2019).
O conceito e as práticas, de desenvolvimento sustentável continuam evoluindo, tornando-se um importante vetor do desenvolvimento político ao integrar os componentes do tripé do desenvolvimento sustentável (econômico, ambiental e social). Os negócios têm que manter estabilidade financeira e competividade enquanto reconhecem as exigências ambientais e demandas sociais (BELZ; KARTENS, 2010).
Para entender a importância do desenvolvimento sustentável e suas dificuldades, repletas de conflitos e equilíbrio, diante da integração de seus três pilares, uma das estratégias de negócios visando assegurar o desenvolvimento sustentável tem sido considerada dentro do marketing sustentável (BELZ; KARTENS, 2010).
O motivo desta evolução é que tanto os negócios quanto as nações perceberam que o marketing sustentável pode ajudar em conseguir mais consumidores e ganhar mais dinheiro levando ao desenvolvimento sustentável enquanto se protege o ambiente e a sociedade em geral (stakeholders), através das estratégias de sustentabilidade de marketing: mix de marketing (cliente, custo, conveniência e comunicação) e as dimensões do modelo de sustentabilidade de marketing: econômica, ambiental, social, ética/cidadania ecológica e tecnologia de informação (BELZ; PEATTIE, 2012; LIM, 2015; RODRIGUES; RODRIGUES FILHO, 2018).
O marketing sustentável é defendido como um novo conceito de marketing, que substitui o marketing convencional, com a promessa de se alcançar o desenvolvimento sustentável (BELZ; PEATTIE, 2009; EMERY, 2012). Para o desenvolvimento do turismo de forma sustentável, tem que haver mudanças num todo, de forma coerente e permanente, para que a população atual usufrua dos atrativos e benefício do meio ambiente, com a conscientização de colaborar para manutenção adequada das áreas onde se pratica tal atividade, no intuito de que as futuras gerações possam também desfrutá-la (MACÊDO; OLIVEIRA, 2013).
Brasil (2012) declara que, ecoturismo é um segmento da atividade turística que usufrui do patrimônio natural e cultural com ações sustentáveis, incentivando assim sua conservação, buscando conscientizar de forma ambientalista com meios de interpretação do meio ambiente na intenção de promover o bem-estar dos clientes e da sociedade em geral (consumidores e stakeholders).
Ecoturismo é uma atividade que para existir necessita do ecossistema, tanto para as pessoas que estão ligadas diretamente com os serviços propostos, tanto as pessoas que usufruem desse tipo de atividade têm consciência ecológica, estão ligadas em tudo, na história, na conservação dos locais visitados e como isso será agregado a sua satisfação, lazer e bem-estar (OMT, 2002 apud BRASIL, 2008).
O termo ecoturismo foi inserido no Brasil na década de 80. Em 1987 a Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR), criou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), no intuito de ordenar este segmento (BRASIL, 2008).
Levando-se em consideração que o Brasil necessita desse desenvolvimento sustentável e que, ocupa uma posição de destaque no cenário mundial, no que diz respeito a ser possuidor de paisagens naturais de extrema beleza, sendo um dos países com maior diversidade, o ecoturismo surge como alternativa de se aproveitar o potencial de cada região na geração de emprego e renda, em prol das populações carentes e desponta como uma alternativa para a sustentabilidade (MACÊDO; OLIVEIRA, 2013).
Portanto, o marketing sustentável pode ajudar em conseguir mais consumidores e ganhar mais dinheiro levando ao desenvolvimento sustentável enquanto se protege o ambiente e a sociedade em geral, através das estratégias de sustentabilidade de marketing: mix de marketing (cliente, custo, conveniência e comunicação) e as dimensões do modelo de sustentabilidade de marketing: econômica, ambiental, social, ética/cidadania ecológica e tecnologia de informação.
José Austerliano Rodrigues. Doutor em Marketing Sustentável pela UFRJ, com ênfase em Sustentabilidade e Marketing, com interesse em pesquisa em Marketing Sustentável, Sustentabilidade de Marketing, Responsabilidade Social e Comportamento do Consumidor. E-mail: austerlianorodrigues@bol.com.br.
Izabel Cristina da Silva. Especialista em Análise Ambiental pela UNIR. Idealizadora e Fundadora do Museu do Babaçu em Porto Velho/RO. Secretaria Municipal de Educação – SEMED/Porto Velho/RO. E- mail: pedradesantoantonio@gmail.com.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 25/06/2020
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