Desmatamento na Amazônia cresce em 2019, apontam dados do Imazon
Amazônia: Nos últimos meses do ano, as áreas de florestas derrubadas cresceram 67% em comparação com o mesmo período de 2018.
Os índices de desmatamento na Amazônia cresceram nos últimos meses de 2019, em comparação com o mesmo período do ano anterior. É o que mostram os dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon, instituição brasileira que faz o monitoramento das áreas de floresta. De acordo com o boletim do desmatamento, de agosto a dezembro do ano passado, a área total de floresta derrubada foi de 6.200 km². Um aumento de 67% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os meses de agosto a dezembro compreendem o calendário do desmatamento que é contado de agosto de um ano a julho do ano seguinte.
Em dezembro do ano passado, entretanto, o desmatamento apresentou uma redução de 8%. No último mês de 2019, foi registrada uma área total de 227 km² de floresta devastada. O desmatamento ocorreu no Pará (47%), Mato Grosso (22%), Rondônia (13%), Amazonas (9%), Roraima (5%), Acre (2%), Amapá (1%) e Tocantins (1%).
Desmatamento em 2019
Os índices de desmatamento na Amazônia cresceram em todo o ano 2019, em comparação com o ano anterior. Os dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon mostram que a área total de floresta derrubada saltou de 5.334 km², em 2018, para 6.200 km², em 2019, o que significa um aumento de 16%. O mês de julho foi o que mais registrou perdas de áreas de floresta em 2019. Foram 1.287 km² desmatados.
Degradação na Amazônia
O Sistema de Alerta de Desmatamento apresenta ainda os dados de degradação na Amazônia. De acordo com o sistema de monitoramento, a área total degradada em dezembro foi 373 km² de 2019. O estado campeão em degradação é o Pará, responsável por 48% da área de floresta degradada. Em seguida estão Mato Grosso (42%), Rondônia (5%), Tocantins (3%) e Amazonas (2%).
Desmatamento e degradação
O Imazon classifica desmatamento como o processo de realização do corte raso, que é a remoção completa da vegetação florestal. Na maioria das vezes, essa floresta é convertida em áreas de pasto. Já a degradação é caracterizada pela extração das árvores, normalmente para fins de comercialização da madeira. Outros exemplos de degradação são os incêndios florestais, que podem ser causados por queimadas controladas em áreas privadas para limpeza de pasto, por exemplo, mas que acabam atingindo a floresta e se alastrando.
SAD – O Sistema de Alerta de Desmatamento é uma ferramenta de monitoramento, baseada em imagens de satélites, desenvolvida pelo Imazon para reportar mensalmente o ritmo do desmatamento e da degradação florestal da Amazônia. Operando desde 2008, atualmente o SAD utiliza os satélites Landsat 7 (sensor ETM+), Landsat 8 (OLI), Sentinel 1A e 1B, e Sentinel 2A e 2b (MSI) com os quais é possível detectar desmatamentos a partir de 1 hectare mesmo sob condição de nuvens.
Imazon – O Imazon é um instituto brasileira de pesquisa, sem fins lucrativos, composto por pesquisadores brasileiros, fundado em Belém há 29 anos. Através do sofisticado Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), a organização realiza, há mais de uma década, o trabalho de monitoramento e divulgação de dados sobre o desmatamento e degradação da Amazônia Legal, fornecendo mensalmente alertas independentes e transparentes para orientar mudanças de comportamento que resultem em reduções significativas da destruição das florestas em prol de um desenvolvimento sustentável.
Acesse o boletim completo aqui.
Entenda mais sobre o SAD aqui.
SAD – Dezembro/2019
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 29/01/2020
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