Painéis solares em terras agrícolas poderiam atender demanda energética mundial
Com condições climáticas favoráveis, apenas 1% dessas terras seria o suficiente para atender demanda mundial, segundo estudo.
Por: Ruy Fontes – redator
Universidade Estadual de Oregon
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Estadual de Oregon, nos Estados Unidos, mostrou que painéis solares em apenas 1% das terras agrícolas do mundo poderiam atender toda a demanda elétrica mundial.
Utilizando um painel solar de silício (o mesmo encontrado em kit de energia solar residencial) instalado em terras agrícolas da universidade, o time da Faculdade de Ciências Agrária coletou dados de geração a cada 15 minutos, durante todo o ano.
Esses dados foram sincronizados com as informações de microclima coletadas por um sensor instalado junto ao painel, que registrava dados como a temperatura média do ar, umidade relativa do ar, velocidade do vento, direção do vento, umidade do solo e energia solar recebida.
Os resultados mostraram que a eficiência do painel solar aumentou em temperaturas mais baixas e diminuiu na ocorrência de calor ou umidade, sendo beneficiada ainda pela ação dos ventos.
Com base nesses dados, os pesquisadores criaram um modelo de eficiência fotovoltaica baseado na temperatura do ar, velocidade do vento e umidade relativa.
Através do uso de imagens de satélites, os pesquisadores então aplicaram o modelo em 17 tipos de terrenos diferentes, incluindo terras agrícolas, florestas mistas, áreas urbanas e savanas.
O resultado mostrou que áreas agrícolas são os locais mais produtivos para a instalação de um painel solar, enquanto os ambientes com neve ou gelo se mostraram os menos produtivos.
Utilizar áreas de agricultura convencional em conjunto com a implantação de projetos fotovoltaicos é uma prática comum em vários países, e a qual foi batizada de “agrovoltaica”.
Para determinar o potencial de sistemas “agrovoltaicos” como geradores elétricos globais, os pesquisadores se basearam na demanda projetada pelo Banco Mundial.
O estudo, publicado na revista Scientific Reports, abre discussão sobre a prática atual, e muito comum, de se construir grandes usinas solares em desertos ou regiões áridas.
A energia solar é a fonte de energia que mais cresce no mundo hoje, e pode se tornar a maior fonte de eletricidade do mundo até 2050, segundo a Agência Internacional de Energia.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 14/08/2019
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