Sistemas fotovoltaicos instalados no 1º semestre de 2019 são mais de 90% do total de 2018 no Brasil
Procura dos brasileiros pelas placas solares aumenta em todo o país, puxando o volume de instalações no primeiro semestre.
Por: Ruy Fontes – Redator
Somente os primeiros seis meses deste ano foram o suficiente para que as instalações de sistemas fotovoltaicos no Brasil atingissem 90,77% do total instalado em 2018.
É o que mostram os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que controla o segmento de geração distribuída criado em 2012 através de sua Resolução Normativa 482.
Foram 31.896 novas conexões de micro e minigeradores à rede até o final de junho deste ano, comparados aos 35.139 sistemas instalados em 2018.
Na potência instalada o volume também teve grande aproximação, de 91,85%, sendo cerca de 361 Megawatts (MW) até este ano contra os 393 MW em todo 2018.
Em investimentos, esse volume já se aproxima dos 4 bilhões movimentados pelo mercado de energia solar distribuída em 2018, segundo informou o estudo da empresa Grenner referente ao 1º semestre de 2019 do segmento.
Vários fatores podem ser apontados para este aumento significativo no número de instalações. Um dos principais são as linhas de financiamento em energia solar oferecidas por bancos públicos e privados.
Com taxas e prazos bem atrativos, essas linhas de crédito têm permitido a mais consumidores gerarem a própria energia, em especial empresas, sendo a forma de pagamento escolhida por 39,6% delas, de acordo com o estudo da Grenner.
A queda do preço da energia solar fotovoltaica é outro fator relacionado ao crescimento nas instalações, com 12% de depreciação registrado nos custos dos kits de energia solar no primeiro semestre.
Mas, acima de tudo, é o preço salgado da energia no Brasil que leva esses milhares de consumidores a tomarem para si o controle sobre a energia de sua casa ou empresa.
As distribuidoras, que a cada ano perdem mais receita devido aos novos “prosumidores”, estão insatisfeitas e já pressionam a ANEEL para que altere as regras do segmento, as quais alegam ser prejudiciais aos consumidores sem geração distribuída.
Essas possíveis mudanças, embora não sejam o fim das vantagens na instalação de placas solares, poderão aumentar o prazo de retorno sobre o investimento em energia solar, chamado de payback.
Mas, enquanto o setor aguarda por uma posição da ANEEL, consumidores atentos se apressam para garantir seu sistema ainda sobre as regras atuais da Resolução Normativa 482.
Juntos, esses fatores deverão continuar impulsionando as instalações neste ano, levando o mercado a atingir R$5,2 bilhões de investimentos e gerar cerca de 15 mil empregos, segundo as projeções da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica).
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 17/07/2019
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