15 de maio e as manifestações pela educação – Um grito em defesa do futuro do País
As ruas das principais cidades do País, de norte a sul, de leste a oeste, foram tomadas, nesta quarta-feira, 15 de maio, por milhares de manifestantes. Estudantes, professores, pesquisadores, funcionários das universidades brasileiras, federais, estaduais, até particulares e de incontáveis escolas de renome se manifestaram em todo o País em defesa da educação.
Se há consenso sobre os desafios que o Brasil tem que enfrentar nos próximos tempos, um dos principais é o da educação. O que moveu as multidões que foram às ruas em todo o País foi que esse consenso parece não ser compartilhado pelas autoridades federais do setor, como o Ministério da Educação e áreas próximas.
Além de, até agora, não terem apresentado qualquer proposta educacional para os próximos quatro anos de governo, adotam uma postura crítica, hostil, ideológica e preconceituosa a tudo o que se faz e se fez em educação no Brasil. Em nome das dificuldades fiscais, anunciam cortes financeiros indiscriminados no orçamento das entidades educacionais, especialmente as universidades.
Como uma fagulha em uma pradaria seca, a postura governamental incendiou o naturalmente inquieto espírito das universidades e escolas de prestígio e incentivou a manifestação que ocupou as ruas.
Foi um grito em defesa do futuro do País.
Por Luiz Roberto Serrano, do Jornal da USP
Um coro contra os cortes na Educação
“Contra a reforma! Unificou… com estudante, funcionário e professor!” Este foi o refrão repetido diversas vezes por manifestantes durante o ato realizado na manhã desta quarta-feira (15) na portaria 1 da Cidade Universitária, no Butantã. Além das reformas, os manifestantes protestavam contra os recentes anúncios de cortes junto às Universidades federais e estaduais.
De acordo com o 1º tenente Telles, da Polícia Militar, responsável pelo grupo de PMs que acompanhou o ato, no auge da manifestação, por volta de nove horas da manhã, cerca de 200 pessoas estavam presentes. O mesmo número foi estimado pelo diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), Magno de Carvalho Costa. “A manifestação acontece de forma pacífica e reúne professores, estudantes e trabalhadores”, lembrou o dirigente sindical. Com a concentração, o tráfego na Avenida Afrânio Peixoto e na Rua Alvarenga foi interrompido, impedindo o acesso de automóveis pelo portão principal da Cidade Universitária.
Igor Barreto Estevam é aluno do primeiro semestre do curso de Geografia, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e contou que está em sua segunda graduação na Universidade. Para o estudante, que já é formado em Biblioteconomia, é importante que todos se conscientizassem em apoiar o ato para que os cortes anunciados pelo atual governo sejam barrados. “Além disso, estamos aqui também para defender a melhoria de nossa universidade, tanto em relação a questões salariais de professore e funcionários quanto a questões como a moradia estudantil “, disse.
A diretora do Sintusp Neli Maria Paschoarelli Wada questiona como é possível para o governo federal propagar que defende a soberania nacional e ao mesmo tempo anunciar cortes nas pesquisas.
Por volta de 9h20, os manifestantes iniciaram uma caminhada em direção à Faculdade de Educação, e o tráfego pelas ruas e a entrada principal do campus começaram a ser liberados. No início da tarde, após nova concentração, o grupo se dirigiu para a Avenida Paulista.
Movimento com a energia da juventude
Desde às sete horas da manhã, desta quarta-feira (15/5) alunos, professores e funcionários da USP se concentraram em frente à entrada do Campus pela avenida do Café, em Ribeirão Preto. O movimento, segundo os manifestantes, visa principalmente lutar em defesa da educação e contra os cortes de recursos para as universidades federais.
Às nove horas o grupo saiu em caminhada até o centro da cidade, com a adesão de milhares de pessoas, onde aconteceu aula pública com professores da Universidade. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), cerca de cinco mil pessoas participaram das manifestações, a maioria estudantes. “Nosso objetivo foi alcançado nesta manhã: chamar a atenção para a necessidade de defender os investimentos em educação. Impressionou a adesão maciça dos estudantes”, relata André Orlandin, diretor estadual do Sintusp.
André Jorge Silva, representante da USPais, entidade formada por pais de alunos da USP, diz que a adesão de estudantes, professores e dos pais foi um recado, para os políticos do País, de que os jovens estão atentos e acordados para lutar contra os cortes de recursos para a educação e exigir respeito. “Foi lindo e emocionante participar desse movimento com a energia da juventude”.
Do Jornal da USP, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 16/05/2019
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