Economia circular pode ajudar países a combater mudanças climáticas, diz relatório divulgado no Fórum Econômico Mundial
Economia circular pode ajudar países a combater mudanças climáticas, diz relatório divulgado no Fórum Econômico Mundial
Economia Circular – Um relatório da Circle Economy, grupo apoiado pela ONU Meio Ambiente, aponta que apenas 9% da economia global é circular, o que significa que o planeta reutiliza menos de 10% das 92,8 bilhões de toneladas de minerais, combustíveis fósseis, metais e biomassa usados todos os anos em processos produtivos.
Divulgado na terça-feira (22) no Fórum Econômico Mundial, em Davos, o documento destaca o potencial do reaproveitamento e da reciclagem para combater as mudanças climáticas e cumprir o Acordo de Paris.
Um relatório da Circle Economy, grupo apoiado pela ONU Meio Ambiente, aponta que apenas 9% da economia global é circular, o que significa que o planeta reutiliza menos de 10% das 92,8 bilhões de toneladas de minerais, combustíveis fósseis, metais e biomassa usados todos os anos em processos produtivos.
Divulgado na terça-feira (22) no Fórum Econômico Mundial, em Davos, o documento destaca o potencial do reaproveitamento e da reciclagem para combater as mudanças climáticas e cumprir o Acordo de Paris.
Uma economia circular é um sistema regenerador, onde o consumo de recursos e os resíduos, as emissões e a perda de energia são minimizados pela desaceleração e pelo encurtamento de ciclos de produção.
Esse modelo pode ser alcançado por práticas de manutenção, reparo, reutilização, remanufatura, reciclagem, design de longa duração e reformas.
A pesquisa ressalta as vastas oportunidades para reduzir as emissões de gases do efeito estufa por meio da aplicação de princípios circulares — sobretudo o reuso, a remanufatura e a reciclagem — em setores-chave, como o de construção. A análise, porém, aponta que a maioria dos governos pouco considera medidas de economia circular em suas políticas voltadas para o Acordo de Paris e a meta de conter o aquecimento global, o máximo possível, a 1,5 ºC.
As mudanças climáticas e o uso de materiais estão estreitamente ligados. A Circle Economy calcula que 62% das emissões de gases do efeito estufa (excluindo-se as emissões geradas pelo uso da terra e pela silvicultura) são liberadas na atmosfera durante a extração, processamento e fabricação de bens para atender às necessidades da sociedade. Apenas 38% das emissões são dispersas na entrega e no uso dos produtos e serviços.
A utilização global de materiais está crescendo. Ela mais do que triplicou desde 1970 e poderia dobrar novamente até 2050 sem ações para conter o fenômeno, de acordo com o Painel Internacional de Recursos da ONU.
“Um mundo (mais quente em) 1,5 ºC só pode ser um mundo circular. A reciclagem, uma maior eficiência de recursos e modelos de negócios circulares oferecem uma enorme janela para reduzir emissões. Uma abordagem sistemática para a aplicação dessas estratégias viraria a balança na batalha contra o aquecimento global”, afirma o CEO da Circle Economy, Harald Friedl.
“As estratégias para as mudanças climáticas dos governos focaram em energia renovável, em eficiência energética e em evitar o desmatamento, mas elas ignoraram o vasto potencial da economia circular. Eles deveriam reprojetar as cadeias de suprimentos lá atrás, nos poços, campos, minas e pedreiras, onde está a origem dos nossos recursos, de modo que nós consumamos menos matérias-primas. Isso não apenas reduzirá emissões, como também impulsionará o crescimento, tornando as economias mais eficientes.”
O relatório chama governos a agir para migrar de uma economia linear à base do paradigma “extrair-transformar-descartar” para uma economia circular que maximiza o uso dos recursos existentes. Esse sistema mais sustentável também reduz a dependência de novas matérias-primas e minimiza os resíduos. A publicação defende que a inovação para estender o tempo de vida dos recursos existentes é capaz de diminuir emissões e também de reduzir a desigualdade social e fomentar um crescimento de baixo carbono.
Acesse o relatório na íntegra clicando aqui.
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in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 25/01/2019
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