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Publicação científica internacional descreve metodologia do SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa)

 

 

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Publicação científica internacional descreve metodologia do SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa)

Metodologia do sistema de estimativas de emissões do OC foi publicada no periódico Scientific Data, do grupo Nature

A metodologia usada por organizações integrantes do Observatório do Clima para produzir os dados anuais de emissões e remoções de gases-estufa do Brasil foi descrita num periódico científico internacional.

É o primeiro artigo científico contendo o passo a passo completo do SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa).

Ele foi publicado nesta terça-feira (29) no periódico Scientific Data. A revista integra o grupo Nature, que edita a principal revista científica do planeta.

Leia o estudo aqui (em inglês).

Os 23 autores do trabalho pertencem a oito instituições. Eles explicam como são feitas e atualizadas as estimativas de emissão de CO2 e outros gases para os cinco setores responsáveis por emissões na economia brasileira (Mudança de Uso da Terra, Agropecuária, Energia, Processos Industriais e Resíduos), e falam da importância dos dados públicos dos inventários oficiais de emissões como referência.

Com a publicação, num periódico indexado e com revisão por pares (o cânone do processo científico), o SEEG amplia a disseminação de sua metodologia, que é aberta e pode ser replicada, criticada e aprimorada por qualquer pesquisador de qualquer parte do mundo que lide com dados de emissões.

Esta publicação consolida um método que vimos desenvolvimento no Observatório do Clima ao longo dos últimos cinco anos para gerar informações confiáveis, atualizadas e completas sobre as emissões de gases de efeito estufa no Brasil, que é o 7o  maior emissor de gases de efeito estufa do planeta”, disse Tasso Azevedo, criador e coordenador do SEEG.

“Além do rigor técnico-científico, nosso foco é divulgar e comunicar os dados de emissões do pais de forma simples, intuitiva e detalhada para contribuir para o desenho de políticas publicas e ações no âmbito privado e da sociedade civil para colocar o Brasil do caminho de uma economia de baixo carbono”, prossegue.

Para Ciniro Costa Júnior, pesquisador de Clima e Cadeias Agropecuárias do Imaflora e coautor do artigo, a publicação do SEEG “evidencia a elevada capacidade técnica construída pela sociedade civil quanto ao tema das emissões de gases de efeito estufa no Brasil e torna-se uma referência sólida para auxiliar a tomada de decisões e o planejamento para o problema das mudanças climáticas”.

“A transparência de métodos, premissas e fontes de informação são aspectos fundamentais para que o SEEG contribua com a disponibilização de informações ricas e precisas para a sociedade pensar políticas públicas”, disse David Tsai, do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema).

Transparência e interdisciplinaridade também são destacadas por Amintas Brandão, do Imazon.  “A publicação na Scientific Data fortalece o método e a abordagem transparente e interdisciplinar que desenvolvemos no projeto SEEG.”

Outro coautor, Igor Albuquerque Reis, gerente de Mudanças Climáticas do ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade, afirma que o trabalho representa “uma validação de todo o processo de construção dessa plataforma e o respaldo científico necessário para também fortalecer o SEEG na esfera acadêmica”. 

Criado em 2012 e com sua quinta versão lançada em 2017, o SEEG hoje é a maior base de dados pública sobre emissões de um país em todo o mundo. Ele abarca todas as emissões brasileiras de gases-estufa entre 1970 e 2016 (exceto para o setor de uso da terra, que tem dados para o período 1990-2016). Em sua plataforma na internet, ele permite buscar os dados por setor da economia, segmento, ano, por Estado e por gás de efeito estufa para quase 600 fontes de emissão e remoção avaliadas. Dois produtos derivados do sistema, o Monitor Elétrico e o Monitor Agropecuário, permitem acompanhar em tempo quase real as emissões desses dois setores. Um terceiro, o MapBiomas, permite entender todas as mudanças de uso do solo do Brasil de 2000 a 2016. A metodologia SEEG já deu origem a sistemas de monitoramento de emissões da sociedade civil no Peru e na Índia.

O SEEG é executado por cinco instituições: Instituto de Energia e Meio Ambiente, que faz as estimativas dos setores de energia e de processos industriais; Imaflora, que calcula as emissões da Agropecuária; Imazon e Ipam, que cuidam das estimativas de uso da terra; e ICLEI, que produz as do setor de resíduos.

Além dos dados anuais, o SEEG divulga também relatórios com uma análise sobre o perfil das emissões e recomendações para políticas públicas. Os analíticos do SEEG 5, que cobre o período até 2016, serão publicados semanalmente entre maio e julho.

 

Colaboração de Fátima Nunes, Imaflora, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 01/06/2018

 

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