Mulheres dedicam o dobro de horas que os homens, em cuidar de pessoas e afazeres domésticos
Mulheres dedicam o dobro de horas que os homens, em cuidar de pessoas e afazeres domésticos
IBGE
Em 2017, as mulheres continuaram a trabalhar 20,9 horas por semana em afazeres domésticos e no cuidado de pessoas, quase o dobro das 10,8 horas dedicadas pelos homens.
Entre os 88,2 milhões de mulheres de 14 anos ou mais, 92,6% delas fizeram essas duas atividades no ano passado, uma leve alta frente aos 90,6% de 2016. Já a proporção de homens aumentou de 74,1%, em 2016, para 78,7% dos 80,5 milhões de pessoas do sexo masculino nessa faixa de idade.
As informações são do módulo Outras formas de trabalho, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2017 (PNAD Contínua), divulgado hoje pelo IBGE, que também levantou dados sobre produção para próprio consumo e trabalho voluntário. A analista de Trabalho e Rendimento, Alessandra Brito, avalia que esses resultados demostram que “é uma questão que ainda vai demorar um pouco para ser equilibrada. É uma mudança estrutural, que leva mais tempo, é preciso uma mudança de mentalidade. Todo mundo avançou, mas a proporção de mulheres aumentou menos, porque elas já tinham uma taxa muito alta”.
Alessandra ressaltou que a PNAD Contínua permite identificar algumas atividades que antes eram invisíveis: “eram trabalhos que não eram medidos. Por exemplo, se uma pessoa deixa de trabalhar para cuidar de uma criança, esse trabalho não é precificado, mas a contratação de uma babá entra na conta do PIB, pois existe um valor de mercado para isso. O objetivo é que, em algum momento, essas informações entrem no Sistema de Contas Nacionais”.
Filhos e cônjuges homens tiveram a maior alta na taxa de realização de cuidados
Uma variação relevante de 2016 para 2017 foi o aumento de 12,7% para 16,2% na taxa de realização de cuidados de pessoas por filhos/enteados, e cônjuges/companheiros, de 27,5% para 34,7%. Entre as filhas/enteadas, o crescimento foi de 25,9% para 30,2%, e entre cônjuges/companheiras, de 39% para 43,7%.
A pesquisa revelou, ainda, uma grande diferença na realização de atividades domésticas entre homens que viviam sozinhos e que dividiam o domicílio com outra pessoa. Enquanto preparar/servir alimentos e arrumar a mesa/lavar louça foram tarefas realizadas por 91,8% dos responsáveis sozinhos, a execução dessas cai para 57,3% dos homens em coabitação. Na comparação entre os sexos, a proporção de homens só é maior que a das mulheres na realização de pequenos reparos/manutenção do domicílio: 63,1% deles frente a 34% delas.
Repórter: Pedro Renaux
Imagem: Pxhere
Arte: Helena Pontes, Helga Szpiz e Marcelo Barroso
Do IBGE, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 19/04/2018
[CC BY-NC-SA 3.0][ O conteúdo da EcoDebate pode ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, à EcoDebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]
Inclusão na lista de distribuição do Boletim Diário da revista eletrônica EcoDebate, ISSN 2446-9394,
Caso queira ser incluído(a) na lista de distribuição de nosso boletim diário, basta enviar um email para newsletter_ecodebate+subscribe@googlegroups.com . O seu e-mail será incluído e você receberá uma mensagem solicitando que confirme a inscrição.
O EcoDebate não pratica SPAM e a exigência de confirmação do e-mail de origem visa evitar que seu e-mail seja incluído indevidamente por terceiros.
Remoção da lista de distribuição do Boletim Diário da revista eletrônica EcoDebate
Para cancelar a sua inscrição neste grupo, envie um e-mail para newsletter_ecodebate+unsubscribe@googlegroups.com ou ecodebate@ecodebate.com.br. O seu e-mail será removido e você receberá uma mensagem confirmando a remoção. Observe que a remoção é automática mas não é instantânea.
Pingback: Mulheres dedicam o dobro de horas que os homens, em cuidar de pessoas e afazeres domésticos | Profº Sérgio Chaves
O instinto maternal justifica a diferença de comportamento apresentada no artigo ora comentado, e, através da História, sempre foi assim, e assim sempre será.
Instinto maternal é um mito.