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Meio Ambiente: a produção das atividades do turismo e a gestão ambiental nos meios de hospedagens em áreas litorâneas do nordeste brasileiro, artigo de Áurea Nascimento de Siqueira Mesquita

 

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MEIO AMBIENTE: A PRODUÇÃO DAS ATIVIDADES DO TURISMO E A GESTÃO AMBIENTAL NOS MEIOS DE HOSPEDAGENS EM ÁREAS LITORÂNEAS DO NORDESTE BRASILEIRO

Áurea Nascimento de Siqueira Mesquita
Licenciada em Geografia pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
Mestranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente- PRODEMA/UFPE

 

[EcoDebate] O turismo é analisado a partir do espaço geográfico como produção social. É considerado um fenômeno, sendo realizado através do deslocamento voluntário do indivíduo para determinada localidade de forma temporária (MOESCH, 2002).

O espaço do turismo é transformado a partir das ações antrópicas, na qual utilizam-se do espaço sendo modificado para atender as necessidades do capital, considerado mercadoria, salientando o desenvolvimento a partir das contradições sociais e espaciais decorrente das atividades turísticas em pró do capitalismo em requisitos das relações da sociedade com a natureza.

O crescimento econômico mundial, em sua maioria, vem acompanhado pelo uso excessivo dos recursos naturais, elevando os impactos ambientais negativos, a partir das desigualdades de renda e da exploração da mão de obra (SANTANA, 2012). A atividade turística atrelada ao desenvolvimento, a partir da década de 50, provocou grandes impactos aos recursos naturais de forma global (RUSCHMANN, 2008).

No Brasil, o turismo vem crescendo ao longo dos anos. A partir da década de 80 a influência do processo de internacionalização contribuiu para a explosão das atividades voltadas para o turismo, sendo considerado o segundo setor globalizado (SILVEIRA 1997).

A globalização permitiu a proximidade, através dos avanços tecnológicos e da comunicação, encurtando a distância e melhorando a qualidade de vida das pessoas. Apesar dos benefícios, a massificação do turismo é de forma excludente, pois beneficia uma determinada parcela da população que realmente pode viajar e usufruir desse privilégio, pois apresenta maior poder aquisitivo. De acordo com Santos (2000) é a capacidade do mercado avassalador considerado como global que torna-se capaz de homogeneizar, mas na verdade exclui conforme as diferenças dos locais que são aprofundadas.

O turismo encontra-se em um espaço que apresenta meio e condições de se realizar (CASTILHO, 2012). As áreas litorâneas brasileiras, por exemplo, apresenta atrativo turístico econômico muito forte, devido às belezas naturais existente.

Atualmente, as áreas litorâneas são as que apresentam maiores impactos ambientais devido à ocupação indevida e a falta da aplicabilidade de uma Gestão. O apoderamento nas áreas litorâneas foram construídas de forma desordenada através da ocupação do território em pró dos benefícios nas áreas turísticas, resultam impactos negativos ao ambiente, aumentando a especulação imobiliária, a partir de um processo de mercantilização no meio natural que tornam-se as áreas costeiras como objeto do capital, sendo transformado pela ação antrópica, muitas vezes sem estudos necessários para a implantação de empreedimentos hoteleiros.

Favorecido pelo clima tropical e suas belezas naturais que atraem turistas de todas as regiões do mundo, o Nordeste, vêm crescendo através do segmento hoteleiro. Decorrente do aceleramento das atividades turísticas, houve a necessidade da implantação dos meios de hospedagens para agregar valores e contribuir para o desenvolvimento de áreas que apresentam maior fluxo de turistas.

De acordo com Castelli (2003), a expansão do turismo favoreceu o empreendedorismo dos meios de hospedagens, sendo o setor de importância para o desenvolvimento socioeconômico de destinos ou áreas de interesses turísticos. Os meios de hospedagens contribuem para beneficiar as atividades econômicas, comercias, ocasionando elevação da renda da população local e favorecendo a dinâmica do turismo na região.

O gerenciamento das atividades turísticas no setor de empreendimento hoteleiro, podem gerar grandes impactos ambientais e o modo de como a comunidade habita na região. Por essa razão, é fundante que os meios de hospedagem apresentem uma gestão ambiental que possibilite o progresso, minimizando os impactos locais.

Em face dessa dinâmica, surge a estruturação de mecanismos de gestão ambiental capazes de induzir uma postura ambientalmente responsável por parte dos empreendimentos hoteleiros, observando-se na literatura a existência de quatro alternativas propostas: o Sistema Ambiental da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH), o mecanismo de Produção Mais Limpa (P+L), o Sistema Ambiental Autônomo e a ISO 14000 (GONÇALVES, 2004).

Devido a tais fatores, torna-se necessário a implantação da certificação ambiental nos meios de hospedagens, para contribuir com as atividades turísticas de forma sustentável, visando através das iniciativas dos meios de empreendimentos hoteleiros. Portanto, é importante compreender as relações e dinâmica sobre a gestão ambiental e suas articulações, buscando compreender as práticas sustentáveis no município de Tamandaré e os benefícios em relação à minimização dos impactos ambientais na região.

REFERÊNCIAS

CASTELLI, G. Administração Hoteleira. 9. ed. Caxias do Sul: EDUCS, 2003.

CASTILHO, C.J.M. Construção de Uma Geografia Consequente do Turismo: reflexão Teórico – Metodológica do Turismo à Luz da Análise socioespacial . In: CASTILHO. C.J.M; SELVA. V.S.F (orgs). Turismo Políticas Públicas e Gestão dos Ambientes Construídos, Recife; Ed. Universitária da UFPE, 2012.

GOMES, C.C. Turismo e desenvolvimento local: desafios e possibilidades para o município de Tamandaré-PE. Dissertação/ PRODEMA – UFPE. 2014. Disponível em:< http://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12145> Acesso em: 02. Out 2017.

GONÇALVES, L. C. Gestão Ambiental em Meios de Hospedagens. 1. Reim. Aão Paulo: Ed. Aleph, 2004.

MOESCH, M.A. Produção do Saber Turístico. São Paulo: Contexto, 2002.

RUSCHMANN, D. V. de M. Turismo e planejamento sustentável: a proteção do meio ambiente. Campinas: Papirus Editora. 14ª edição, 2008. 195 p. (Coleção turismo). Disponível em: Acesso em: 10 out. 2017.

SANTANA, N.B. Crescimento econômico, desenvolvimento sustentável e inovação tecnológica – uma análise de eficiência por envoltória para os Países do BRICS. 2012 (Tese de Doutorado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo. São Carlos, 2012.

SANTOS, M. Por uma globalização do Pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000.

SILVEIRA, M. A. T. Planejamento territorial e dinâmico local: Bases para o turismo sustentável. In: Turismo e desenvolvimento local. São Paulo: Hucitec, 1997.

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 07/02/2018

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