Resíduos de Saúde no Brasil em 2016, artigo de Antonio Silvio Hendges
Resíduos de Saúde no Brasil em 2016, artigo de Antonio Silvio Hendges
[EcoDebate] Os dados a seguir tem como base o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil em 2016, uma publicação da Associação das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais – Abrelpe que anualmente divulga os dados estatísticos relacionados com suas atividades no país. Nos artigos anteriores, estão descritos os dados gerais, a disposição final dos resíduos sólidos urbanos – RSU, os resíduos de construções e demolições – RCD e outras informações complementares. Neste artigo estão descritos os dados referentes aos resíduos sólidos de saúde – RSS.
Informa a Abrelpe que em 2016 foram 4.495 municípios do país que prestaram serviços de coleta, tratamentos e disposição final dos RSS. Foram 256.238 toneladas/ano coletadas com geração per capita de 1,24 Kg/habitante/ano. Quanto à destinação final 22,3% utilizou autoclave, 1,8% micro-ondas, 50,2% incineração e 25,7% dos municípios não declararam os tratamentos prévios dos RSS, descartando-os em aterros, valas sépticas ou lixões representando riscos à saúde pública, ao meio ambiente e aos trabalhadores em saúde.
A capacidade instalada em equipamentos para tratamento dos RSS não se alterou em relação ao panorama anterior e se manteve em 995,3 toneladas/dia ou 363.285 toneladas/ano, considerando-se as diversas tecnologias empregadas, incineração, autoclave e micro-ondas. 100 toneladas/dia foram tratadas através de desativação eletrotérmica – ETD.
Região |
2015 |
2016 |
Tonelada/ano – Kg/hab/ano |
Toneladas ano – Kg/hab/ano |
|
Norte |
9.826 – 0,562 |
9.778 – 0,551 |
Nordeste |
36.862 – 0,652 |
36.874 – 0,648 |
Centro Oeste |
19.045 – 1,233 |
18.721 – 1,195 |
Sudeste |
180.407 – 2,104 |
178.033 – 2,062 |
Sul |
13.923 – 0,525 |
13.632 – 0,510 |
Brasil |
260.063 – 1,27 |
256.238* – 1,24 |
Tabela 1 – Geração de resíduos de saúde no Brasil em 2015 e 2016 – Fonte Abrelpe.
*Importante destacar que existem algumas contradições nos números fornecidos pela Abrelpe em relação ao total de RSS. Embora a informação fornecida seja de 256.238 toneladas/ano para 2016, a soma das regiões equivale ao total de 257.038 toneladas/ano.
Quanto ao destino final, é preocupante que em algumas regiões boa parte dos RSS não tenha recebido tratamentos adequados antes do descarte. No caso da Região Sudeste que mais produziu RSS com 178.033 toneladas, 40,5% do total não foi tratado adequadamente o que equivale a 72.103 toneladas/anuais possivelmente dispostas irregularmente no meio ambiente. Na Região Norte o percentual de RSS não tratados atinge 50,9% e o menor índice está na Região Sul com 1,8%. Na tabela estão os tratamentos utilizados nos RSS nas regiões brasileiras em 2016.
Região |
Autoclave |
Incineração |
Micro-ondas |
Outros* |
Norte |
1,5% |
47,6% |
– |
50,9% |
Nordeste |
8% |
56,8% |
– |
35,2% |
Centro Oeste |
24% |
64% |
– |
12% |
Sudeste |
17,6% |
34,7% |
7,2% |
40,5% |
Sul |
52% |
43,6% |
2,6% |
1,8% |
Brasil |
22,3% |
50,2% |
1,8% |
25,7% |
Tabela 2 – Tecnologias utilizadas para o tratamento dos RSS nas regiões brasileiras em 2016. Fonte: Abrlepe. *Outros, compreende a destinação sem tratamentos prévios, em aterros, valas sépticas, lixões, descartes irregulares.
Antonio Silvio Hendges – Articulista no EcoDebate, professor de biologia e educação ambiental, pós graduação em auditorias ambientais, assessoria e consultoria em educação ambiental. Email: as.hendges@gmail.com – Blog: www.cenatecbrasil.blogspot.com.br
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 17/10/2017
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Prezados,
o tema é extremamente pertinente e o cenário preocupante. Mas não podemos deixar de considerar que nem todos os Resíduos de Serviços de Saúde são perigosos. Uma grande parcela pode ser destinada com segurança sem a necessidade de tratamento prévio, desde que haja a correta segregação dos resíduos no momento em que forem gerados. Mais informações disponíveis no artigo: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1413-41522017005005108&lng=pt&nrm=iso